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Greve no Alabama | “Nós merecemos mais”: mineiros no Alabama rejeitam acordo, a greve continua

Os Mineiros continuam em greve na Warrior Met Coal por decisão da maioria esmagadora contra o acordo provisório proposto pelo sindicato e a patronal. A greve continua!

segunda-feira 12 de abril de 2021 | Edição do dia

Foto de Luigi Morris

Mineiros em greve na Warrior Met Coal votaram em maioria esmagadora contra o acordo provisório acordado no início desta semana entre a UMWA e a patronal da empresa. Os trabalhadores continuarão a greve até que o contrato atenda às demandas centrais por melhores salários e condições que os trabalhadores vêm exigindo.

O resultado da votação foi esmagador. Um grupo de mineiros no Facebook destaca que em uma mina, os votos para não parar a greve foram unânimes. Em outra, a votação foi 256 votaram “Não” contra parar a greve contra apenas 7 “sim”. Os trabalhadores querem continuar a greve até conseguirem um contrato melhor.

Esses trabalhadores estão nos piquetes há mais de uma semana e não mostram sinais de que vão parar. Sua luta é forte, sua convicção é mais forte e a greve tem força para sair vitoriosa.

Os trabalhadores vivenciam condições de trabalho brutais: turnos de 12 horas que deixam os trabalhadores distantes de seus filhos e família, mineiros machucados forçados a voltar ao trabalho, “plano de saúde” que na verdade deixam os mineiros com dívidas de milhares de dólares, além dos salários mais baixos do que empregos semelhantes. Eles produzem lucro para os chefes da Warrior Met Coal, que enriquecem a custa do seu trabalho, um dos mais perigosos dos Estados Unidos. Os trabalhadores, organizados pela United Mine Workers (UMWA), estão na luta pela negociação de contrato com a Warrior Met desde o fim do mês passado, depois que a empresa lhes apresentou um contrato com cortes nos salários, plano de saúde, aposentadorias além de outros direitos.

Antes, a empresa nem se sentava para negociar. Graças à força da greve, os patrões foram forçados a sentar na mesa de negociação. No dia 6 de abril, o sindicato apresentou um novo acordo provisório aos trabalhadores em greve, elaborado junto à patronal. Vários trabalhadores classificaram isso como “um tapa na cara”, deixando a apresentação do novo acordo no meio, recusando-se a perder tempo com um acordo que seria péssimo para eles.

O acordo provisório apresentado pelo sindicato oferece aos trabalhadores uma mínima migalha - um aumento de cerca de U$1/hora para cada faixa salarial e U$ 0,50 após três anos- não está nem perto de recuperar os salários cortados no contrato de 2016 ou de acompanhar o aumento do custo de vida na região. Um aumento de U$1,50 que deve durar pelos próximos cinco anos (a duração do contrato) certamente está longe dos de U$30.000 a U$50.000 que os gerentes estão levando para casa pela produção recorde ou dos U$4 milhões que o CEO Walter J. Scheller, III levou para casa no ano passado..

O acordo provisório tentado pelos representantes sindicais e a patronal também traz poucas alterações nos planos de saúde dos trabalhadores ou das folgas remuneradas. Além disso, o acordo provisório não romperia a política que impossibilita os trabalhadores de se afastar do trabalho temporariamente mais de 4 vezes para lidar com eventos inesperados como a quebra de carro, cuidar um membro da família doente, melhorar de um acidente de trabalho, ou até mesmo de ficar em repouso durante um caso de Covid-19. Na verdade, ela apenas estende a política, concedendo aos trabalhadores seis afastamentos antes de serem demitidos. Os trabalhadores acham injusto, principalmente aqueles que há décadas trabalham na mina.

Hoje os trabalhadores poderiam dar o aval ao acordo provisório e não fizeram nem de perto. Todos os trabalhadores com quem falamos explicaram todos os motivos pelos quais planejaram votar não. Os mineiros e suas famílias postaram “Vote Não” em suas redes sociais, encorajando uns aos outros a permanecerem firmes na greve.

Em um comunicado, a UMWA afirmou corretamente “Os membros têm a palavra final sobre como vão ser seus acordos coletivos de trabalho… A decisão cabia a eles tomarem”

Na verdade, os mineiros que decidem quando termina a votação de sindicalização. Os mineiros que decidem quando seus contratos serão satisfatórios. Para isso eles precisam de apoio e solidariedade. A mídia basicamente ignorou sua luta, então encorajamos todos a compartilhar, enviar mensagens de solidariedade aos mineiros e também solidariedade à greve do Alabama.

Um mineiro que preferiu manter o anonimato disse “Eu não poderia estar mais feliz com meus irmãos e irmãs do sindicato pois todos votaram não neste acordo. Estou muito orgulhoso de estarmos juntos. Eles foram injustos com nós. Os patrões não estão comandando a mina, nós estamos. É hora de nos levantarmos e dizermos que não vamos aceitar isso”




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