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CAPITALISMO, PATRIARCADO E PANDEMIA | Nos EUA, as mulheres são as mais afetadas pela pandemia com perda de emprego

As mulheres são as que mais perdem empregos diante da crise do coronavírus, são o grupo mais vulnerável e mais atingido com os efeitos da pandemia. Somam-se mais de 20,5 milhões de pessoas que perderam o emprego nos EUA somente em abril. De acordo com dados do Departamento de Trabalho americano, o desemprego no país disparou, principalmente entre as mulheres que chegou a dois dígitos pela primeira vez desde 1948.

quinta-feira 28 de maio de 2020 | Edição do dia

São as mulheres, linha de frente ao combate do coronavírus nos hospitais que colocam seus corpos todos os dias no front para salvar vidas, ainda que não tenham recursos suficientes para enfrentar esta batalha. No entanto, especialistas explicam que parte desse impacto que tem afetado o emprego das mulheres se dá também porque elas ocupam na maioria das vezes postos de trabalho que são dos setores mais afetados pela pandemia, como lazer, turismo e educação, e ressaltam que os números ainda vão piorar para as trabalhadoras.

O desemprego total nos EUA chegava a 4,4% em março e, no mês passado, saltou para 14,7%, maior índice desde a Grande Depressão, na década de 1930. Entre as mulheres este índice é ainda maior chegou a 15,5% em abril, enquanto a taxa foi de 4% para 13% entre os homens.

No coração do capitalismo o machismo estrutural mostra sua cara mais nefasta nesta pandemia, as mulheres ocupam posições de mão-de-obra mais barata e menos qualificada e vão permanecer na ponta da lista de cortes em uma crise como esta. Com salários mais baixos —mulheres ganham 82% do rendimento dos homens— e com menos reserva financeira, elas devem demorar mais tempo para se recuperar da crise.

As mulheres representam 49% da força de trabalho nos EUA, mas já somam 55% dos novos desempregados. Garçonetes, manicures, cabeleireiras, professoras e camareiras estão entre as profissões majoritariamente femininas que foi acertada em cheio pela pandemia. No Brasil essa situação não é muito diferente, o governo negacionista de Bolsonaro tem deixado as mulheres cada vez mais vulneráveis, além de muitas estarem confinadas com seus agressores dentro de casa e o estado não ter dado quase nenhuma assistência, ainda lutam pelo auxilio emergencial que além de ser insuficiente para cobrir os gastos com suas famílias, tem que passar por uma verdadeira epopeia burocrática apara poderem sacar este dinheiro.

Nos EUA, assim como no Brasil e no mundo lutamos por um plano de emergência para as mulheres que estão em situação de vulnerabilidade diante da crise do coronavírus propagada por esse sistema capitalista, que oprime, explora e tira a vida das mulheres todos os dias. O grupo de mulheres Pão e Rosas vem levantando um programa para que as mulheres não paguem por esta crise. Para que sigam na linha de frente ao combate desta pandemia, com EPIs e testes, assim como também lutamos pela reconversão industrial para produzir o que for necessário para salvar vidas, a estatização de todo o sistema de saúde privado, para garantir mais leitos de UTI, por testes massivos e uma renda básica no Brasil de no mínimo 2000 reais para que as mulheres possam sobreviver nesta pandemia sem ter que se ariscarem a buscar sustento na rua.




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