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Violência Policial | No Rio, quase 2000 vidas foram ceifadas em chacinas policiais nos últimos 15 anos

Em 482 operações policiais de alta letalidade na região metropolitana do Rio de Janeiro, 1962 pessoas foram assassinadas desde 2007, segundo pesquisadores da UFF.

quinta-feira 23 de dezembro de 2021 | Edição do dia

IMAGEM: Carl de Souza / AFP

No Rio, quase 2000 vidas foram ceifadas em chacinas policiais nos últimos 15 anos
Desde 2007, as forças policiais do Rio de Janeiro foram responsáveis por 482 operações com alta letalidade na região metropolitana, com um saldo de 1.962 mortos (veja gráfico abaixo). Só nessas ações ocorreram 15% de todos os homicídios por intervenção policial no Grande Rio nos últimos 15 anos.

Segundo um levantamento do Grupo de Estudos de Novos Ilegalismos (Geni), que reúne pesquisadores da área de segurança pública da Universidade Federal Fluminense (UFF), 1962 pessoas foram assassinadas em 482 operações policiais de alta letalidade na região metropolitana do Rio de Janeiro.

Ainda que houvessem restrições de operações nas favelas durante a pandemia, até o fim de Novembro ocorreram 160 mortes em operações na região, aumentando em 27% a letalidade em comparação a 2020. Além disso, os dados apontam que há uma desproporção considerável entre a relação de policiais mortos e demais vítimas. Ao longo das 482 operações, 13 policiais foram assassinados, o que indica que, para cada policial morto nesse processo, há 150 civis mortos.

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Um dos fenômenos apontados pelos pesquisadores trata-se de ações de alta letalidade, denominadas como “operações vingança”, onde órgãos policiais retalham através de chacinas a morte de policiais em incursões anteriores nas favelas. Um exemplo disso, foi a chacina do Jacarezinho, onde 27 civis foram mortos, depois de um policial ter sido baleado no começo da incursão.

Enquanto essa violência escala a níveis exorbitantes, sua responsabilidade advém, sobretudo das autoridades da região e do próprio regime que se apoia na violência e na repressão de suas instituições para impor uma situação miserável aos trabalhadores e ao povo pobre. O próprio governador do Rio, Cláudio Castro (PL-RJ) sempre tomou posições em defesa da polícia, mesmo após as terríveis chacinas registradas, fazendo coro ao discurso repressivo de Bolsonaro.

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