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Violência no campo | No Brasil de Bolsonaro a violência na região Amazônica cresce 38% acima da média do país

Assim como Dom e Bruno que foram assassinados nessa região, dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) revelaram que 13 das 30 cidades mais violentas do país estão na chamada "Amazônia Legal", território composto no Brasil na parte Ocidental pelos estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima e na parte Oriental, pelos estados do Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins e Mato Grosso. É preciso unidade nas ruas para enfrentar o bolsonarismo, os militares e o autoritarismo do conjunto deste regime, responsáveis pela continuidade do genocídio indígena em nome dos lucros capitalistas.

quinta-feira 30 de junho de 2022 | Edição do dia

Foto: Paulo Desana / Amazônia Real

De acordo com os dados do FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública), no ano de 2021, a área composta por estados que integram a Amazônia Legal mantém um crescimento de 7,9% da taxa de Mortes Violentas Intencionais. Nas cidades com população urbana com mais de 50 mil habitantes a violência letal na Amazônia é 47,9% superior à média nacional em relação a municípios com essa mesma população.

“A violência da Amazônia é uma realidade que sequestra a liberdade da população e a torna refém de mercadores do caos. O medo, como muitos estudos já demonstraram, é um importante cabo eleitoral de grupos que exploram a boa-fé da população e dependem das ilegalidades para movimentar a economia do crime”, observam Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança e Renato Sérgio de Lima diretor-presidente do FBSP.

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Dentre as cidades com índices mais altos de violência, de acordo com o relatório estão: Jacareacanga (PA), Santa Luzia D’Oeste (RO), São Felipe D’Oeste (RO), Floresta do Araguaia (PA), Aripuanã (MT), Japurá (AM), Cumaru do Norte (PA), Glória D’Oeste (MT), Senador José Porfírio (PA), Junco do Maranhão (MA), Anapu (PA), Novo Progresso (PA) e Bannach (PA). Destas, 11 são cidades rurais, com pequenas populações que sofrem com a violência letal há pelo menos três anos seguidos (2019-2021), quando os índices do relatório foram calculados. Jacareacanga, no Pará, tem uma taxa é o segundo município mais violento do país atrás apenas de São João do Jaguaribe, no Ceará.

Para Aiala Couto Professor da Universidade Estadual do Pará e associada do Fórum Brasileiro de Segurança Pública “é possível ver um aumento da violência na Amazônia, sobretudo considerando as mortes violentas intencionais, diretamente relacionadas aos processos que se conectam aos mais variados tipos de crimes, com destaque para a relação entre o tráfico de drogas e os crimes ambientais, bem como o crescimento de facções do crime organizado na região”. A professora observa que na zona rural as mortes violentas estão majoritariamente relacionadas aos conflitos ligados a disputas e exploração das terras e nas áreas urbanas a presença do tráfico de drogas.

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As mortes tem um fundo político também. O avanço dos garimpos ilegais e do agronegócio sobre terras indígenas e de pequenos produtores são a tônica do governo Bolsonaro desde que assumiu em 2019. É o governo que menos demarcou terra indígena e que mais "legalizou" a violência no campo. As mortes como de Dom Philips e Bruno são expressão disso. Um crime que também é fruto da impunidade em um Brasil que tem um largo histórico de assassinato a ativistas e militantes.

É preciso seguir o exemplo dos povos indígenas mobilizados: só a luta pode impor uma investigação independente junto aos organismos de direitos humanos, sindicatos e universidades, com todo o suporte necessário para descobrir os mandantes de cada crime e punir todos os envolvidos! Bolsonaro e seu governo, assim como as demais instituições desse regime, sustentam a destruição da Amazônia e são cúmplices dos assassinatos de indígenas e daqueles que os apoiam.

Veja abaixo o programa "Esquerda Diário Comenta" Justiça por Dom e Bruno: Bolsonaro e o Estado são responsáveis!:




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