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Trabalho infantil | No Brasil de Bolsonaro, 5,658 milhões de crianças precisam trabalhar, fruto da reforma trabalhista

Segundo o estudo do brasileiro Guilherme Lichand e de Sheron Wolf, que fazem parte da Universidade de Zurique na Suíça e da Universidade da Pensilvânia nos EUA, respectivamente, 19,15% das crianças trabalham. Número que vem aumentando desde o golpe institucional e a reforma trabalhista.

quarta-feira 13 de abril de 2022 | 15:48

Segundo dados do WDI (World Development Indicators) do Banco Mundial, em 2015 738,6 mil crianças trabalhavam, o equivalente a 2,5%. Há um salto importante do número de crianças que se encontram hoje no trabalho infantil. Sem sombra de dúvidas, esse aumento absurdo é resultado de mudanças que vieram desde o golpe institucional de 2016 onde a classe trabalhadora foi afetada não apenas com ataques a direitos como a reforma trabalhista, mas também a piora da qualidade de vida das famílias trabalhadoras.

A precarização do trabalho e as demissões que foram instauradas como parte das relações de trabalho da reforma trabalhista, afetaram diretamente o rendimento de milhões de famílias. De lá pra cá, como mostram esses números assustadores, as crianças entre 7 a 14 anos precisaram também sair em busca de trabalho, muitos deles, pra não dizer quase a totalidade, bastante precários.

Enquanto Bolsonaro fala em “proteger a família”, na realidade milhões de crianças estão na praia e semáforos vendendo água, em comércios, são flanelinhas, estão em plantações de cacau para ajudar suas famílias a comprar botijão e colocar a comida na mesa. A carestia de vida, agravada pela insegurança alimentar, a inflação e alta dos preços dos alimentos força essa parcela da população para trabalhos ultra precários, ao invés de desfrutarem da infância com educação de qualidade e acesso à cultura. Muitas dessas crianças são negras e indígenas o que mostra o racismo atravessado nessas realações de trabalho. É esse o futuro que o capitalismo reserva às crianças!

Vale a pena também lembrar que na região Norte e Nordeste do país o setor cacaueiro mantém 7 mil crianças e adolescentes trabalhando, esse fato é chamativo porque as oligarquias e fazendeiros dessas regiões pagam baixíssimos salários para essas crianças que trabalham extenuantes jornadas de trabalho. Essa também é a cara da precarização do trabalho rural que necessita da exploração de mão de obra infantil para manter os lucros das oligarquias regionais.

A falta de emprego é um problema estrutural no país e que acaba aprofundando a precarização do trabalho, sobretudo o trabalho infantil. Por isso, é necessário que se repartam as horas de trabalho entre ocupados e desempregados, reduzindo a jornada para 6h sem redução do salário. Além de congelar imediatamente os preços dos combustíveis, gás e alimentos ao nível antes da pandemia e reajustar o salário de acordo com a inflação, para que as crianças e os trabalhadores possam desfrutar de uma vida mais digna e que sejam os capitalista, não eles, que paguem pela crise.




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