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Guerra na Ucrânia | Negociações da guerra podem levar Ucrânia a não entrar na OTAN e ao cessar fogo da Rússia

Ainda que não se possa tirar conclusões finais sobre o andamento negociações entre Ucrânia e Rússia, ainda estando em aberto os próximos capítulos, Ucrânia e Rússia vem negociando um acordo em que a Ucrânia não entre na OTAN e nem tenha artefatos e bases militares da mesma em seu território, ao mesmo tempo que Putin pode encerrar a guerra, retirar suas tropas e deixar Zelenski na presidência da Ucrânia.

quarta-feira 16 de março de 2022 | Edição do dia

Imagem: Sergei Supinsky/AFP/Metsul

A Rússia já não vem mais falando da queda do governo de Volodimir Zelenski, atual presidente da Ucrânia, que era o objetivo inicial de Putin com seu suposto "plano" de "desmilitarização" e "desnazificação" da Ucrânia, que significava a decapitação do governo de Zelenski. E agora a Rússia vem falando que, dentro da abrangência dos acordos possíveis, a Ucrânia não precisaria necessariamente se desmilitarizar.

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Pelo o que se demonstra por exemplo pelo discurso de Sergey Lavrov, ministro de relações exteriores da Rússia, o que parece é que a Rússia está se encaminhando para aceitar uma posição intermediária, que seria o acordo de neutralidade que tem a mesma natureza do acordo entre a Áustria e a Suécia (membros da União Europeia que estão fora da OTAN), onde se firma que a Ucrânia não deve ter nenhuma base militar e nenhum artefato militar da OTAN em seu território e não ser parte de maneira nenhuma da OTAN.

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Inclusive, Zelenski, que estava fazendo agitação sobre a entrada dele na União Europeia e na OTAN, também está recuando e já não está falando mais da possibilidade de entrar na UE e já confessou que já não existe mais a possibilidade da Ucrânia entrar na OTAN.

Isso significa que a Rússia está impondo o mais importante dos seus objetivos à Ucrânia, que é a não entrada deste país na OTAN e a não instalação de mísseis, artefatos e bases militares da OTAN no seu território, para que a Ucrânia siga sendo parte da estratégia de defesa da Rússia, ao passo que se permite Zelenski permanecer no cargo de presidente.

Ao mesmo tempo, é preciso ir acompanhando a situação para ver se isso significará um cessar fogo em alguns dias ou em algumas semanas, o que ainda é uma incógnita. Vale colocar que é bem provável que isso não tenha a ver com uma suposta dificuldade militar da Rússia, pois isso não parece plausível.

Na verdade a imposição da Rússia de seus interesses principais como foram colocados acima nos marcos destas negociações fazem parte dos próprios objetivos de guerra iniciais de Putin, que tinha uma estratégia de desgaste e destruição paulatina, sem fazer vítimas aos milhões, para poder enfraquecer a Ucrânia e suas relações comerciais com o mercado externo e conseguir impor seus objetivos. Aparentemente é isso que Putin tem conseguido, apesar de que as sanções e a debilidade internacional da Rússia tenham obrigado Putin a não exigir demais da Ucrânia, como por exemplo não exigir a deposição de Zelenski.

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As negociações devem ser retomadas nesta quarta-feira (16) em videoconferência, o terceiro dia consecutivo de conversas, a primeira vez que duraram mais de um dia.

"As reuniões continuam e as posições durante as negociações parecem mais realistas. Mas ainda é necessário tempo para que as decisões sejam do interesse da Ucrânia", disse Zelenski em discurso por vídeo durante a noite.

Em discurso inflamado no Congresso dos Estados Unidos nesta quarta-feira (16/03), Zelenski seguiu buscando mais ajuda, incluindo sanções contra a Rússia, armas e uma zona de exclusão aérea, chegando a apelar à Pearl Harbor, Martin Luther King Jr. e ao 11 de setembro. Putin leva adiante uma guerra reacionária, mas Zelenski, fantoche do imperialismo, também é um promovedor da carnificina da guerra, buscando garantir seus próprios interesses e os interesses do imperialismo estadunidense, da OTAN e dos imperialismo europeu.

O ucraniano comparou os ataques russos na Ucrânia ao ataque japonês de Pearl Harbor durante a Segunda Guerra Mundial e os atentados de 11 de setembro de 2001. Ele também invocou o famoso discurso do reverendo Martin Luther King Jr. citando “Eu tenho um sonho” e imediatamente substituindo por “Eu tenho uma necessidade”, ao pontuar seus pedidos por ajuda. Aqui é preciso rechaçar essa tentativa de retomar o legado de Martin Luther, que foi um dos lutadores que mais protestaram contra a carnificina imperialista realizada pelos EUA no Vietnã, ao passo que Zelenski é um capacho desse próprio imperialismo que ao longo da história sempre levou as suas balas, armas e bombas para diversos povos no mundo todo. Por isso, é preciso rechaçar essa tentativa de Zelenski de manchar o legado anti-guerra de Luther King Jr.

Joe Biden também deve dar um discurso hoje, onde planeja anunciar US$ 800 milhões (cerca de R$ 4 bilhões) adicionais em assistência de segurança à Ucrânia, de acordo com funcionários da Casa Branca.

Isso elevaria o total anunciado na última semana para US$ 1 bilhão (R$ 5 bilhões). O anúncio inclui dinheiro para armas anti-blindagem e defesa aérea, segundo o funcionário, que não estava autorizado a comentar publicamente e falou sob condição de anonimato.

Zelenski é um fantoche do imperialismo, e tem como interesse entregar a Ucrânia de bandeja para o imperialismo norte-americano e europeu, se apoiando em um nacionalismo reacionário anti-russo na Ucrânia, também garantindo os interesses dos oligarcas ligados aos negócios dos EUA e da UE.

É preciso rechaçar fortemente essa guerra iniciada pelo reacionário Putin, que leva à morte e a destruição da vida milhares de mulheres, crianças, idosos e trabalhadores na Ucrânia. Ao mesmo tempo, não podemos ter ilusão nenhuma no imperialismo norte-americano e europeu, muito menos no capacho do imperialismo que é Zelenski. A única saída para essa gUerra lastimável levada adiante pelos interesses dos capitalistas é a saída independente da classe trabalhadora, unindo trabalhadores russos, ucranianos e toda a classe trabalhadora internacional, por meio da luta de classes, rejeitando Putin, Zelenski, Biden e a OTAN.

Somente a auto-organização da classe trabalhadora, numa perspectiva anti-capitalista e revolucionária pode garantir o fim imediato e necessária da guerra, batalhando pela autodeterminação da Ucrânia, por uma Ucrânia independente, operária e socialista

Não à guerra! Fora as tropas russas da Ucrânia! Fora OTAN da Europa Oriental! Não ao rearmamento imperialista! por uma Ucrânia independente, operária e socialista!




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