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ATENTADO HANAU | “Nazis, fora!”: massivas marchas na Alemanha contra o atentado da extrema-direita

Milhares de pessoas se manifestaram em 70 cidades alemãs contra os ataques racistas de um neonazi em Hanau que deixaram uma dezena de mortos.

sábado 22 de fevereiro de 2020 | Edição do dia

As marchas foram massivas. Somente em Berlim havia 5 mil pessoas em uma poderosa manifestação através de Neukölln, e também foram massivas as manifestações em Hamburgo e Munich.

Não só havia dor e raiva, mas também uma enorme combatividade. Em Berlim, se cantava contra a tese do "lobo solitário", apontando contra o governo e a responsabilidade do Estado em encobrir ou garantir a impunidade de grupos de extrema direita.

Algo comentado por muitos manifestantes é que esse ataque de Hanau é a continuidade das ações terroristas da direita dos anos 90 até hoje, de modo que a tese do "autor único" divulgada pela polícia e pela mídia foi enfaticamente rejeitada.

Pelo contrário, em muitos discursos no final das
manifestações foi enfatizada a incitação racista que vem dos próprios meios de
comunicação, a responsabilidade do governo com suas políticas xenofóbicas e
leis racistas e as relações obscuras entre a polícia, os serviços secretos e os
grupos da extrema direita.

Como foi revelado na época em que o grupo neonazista da NSU - que matou várias pessoas por uma década até 2011 - teve conexão com elementos do aparato estatal e forças repressivas, hoje pode-se dizer que o ataque a Hanau não é um caso isolado. Pelo contrário, é protegido pela impunidade de que gozam esses grupos e também contam com o crescimento de forças como o Partido Alternativo da Alemanha. E lembremos que há alguns dias, foi o próprio partido governista de Angela Merkel que procurou chegar a um acordo parlamentar com esse partido na Turíngia.

Em Berlim, Yunus Özgür, do grupo do RIO e correspondente da rede internacional Esquerda Diario, falou no final da marcha sobre a responsabilidade do governo pelo terrorismo racista e pediu para não confiar nos partidos do governo, mas para realizar mobilizações e greves conjuntas de todos os trabalhadores para lutar de maneira unificada contra o racismo e o terrorismo da direita.

Em Munique, Baran Serhad de RIO falou com 1.500 pessoas que se reuniram para homenagear os mortos no ataque fascista em Hanau: "Aqueles de nós que dizem: nunca mais fascismo, também devemos dizer: refugiados são bem-vindos!

As companheiras do grupo de mulheres Brot und Rosen (Pão e Rosas) e companheiras e companheiros da organização política Klasse Gegen Klasse (Classe contra Classe) também demonstraram com 5.000 pessoas em Berlim e dezenas de milhares em todo o país: “A única saída é nos organizarmos, mobilizarmos e exigir que se prepare uma grande ação dos sindicatos e organizações políticas contra a extrema direita”, explicou Andrés.

* Artigo baseado em informes de nossos correspondentes na Alemanha, Stefan Schneider e em um artigo publicado em alemão.




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