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HARDCORES CONTRA O FASCISMO EM NATAL | Natal: Festival Anti-Fascista de Hardcore movimenta a Cidade Alta

No último domingo (6), um festival organizado pela A.P.A.F (Artistas Potiguares AntiFascistas), chamado “Hardcore Contra o Fascismo - Natal, lotou o Zé Reeira, no Espaço Cultural Ruy Pereira, para uma discussão sobre a situação nacional e uma série de shows que mostraram a disposição de luta natalense, em confluência com evento nacional

quarta-feira 9 de janeiro de 2019 | Edição do dia

Após a realização de quatro reuniões de debates, a A. P. A. F (Artistas Potiguares AntiFascistas) realizou um Festival neste domingo na Cidade Alta, no Espaço Cultural Ruy Pereira, importante espaço de resistência de Natal. O Festival foi aberto com um Painel com o tema: O que é Fascismo? que contou com as presenças de Aretha Melo e Juary Chagas e seguiu com apresentações de HPBK, Morto, Dega, Juk, Torment the Skies, Ponta de Lança Potiguar. Foram fortíssimas intervenções artísticas e políticas que mostraram a indignação que fervia no sangue de todos os presentes frente à miséria que Bolsonaro quer impor à classe trabalhadora, à juventude e aos setores oprimidos.

A construção de um festival de artistas que se colocam diretamente contra Bolsonaro é um ponto de apoio para prepararmos as batalhas que estão por vir, ainda mais frente à extinção do MinC que já vinha sob muitíssimos ataques.

Um debate com o painel: a necessidade de escancarar a manipulação judicial, o apoio das forças armadas e o papel traidor do PT e das Centrais

A discussão foi conduzida por duas aberturas, de Aretha Melo, professora e militante do movimento de mulheres e LGBT e da LSR/PSOL e de Juary Chagas, Assistente Social e militante do Resistência/PSOL. Aretha Melo se concentrou em aspectos do cenário internacional que levaram à eleição de Bolsonaro e o que caracterizou como um fortalecimento geral da direita a nível internacional, enquanto Juary Chagas buscou fazer uma diferenciação entre o processo que vivemos no Brasil, com elementos fascistizantes e com um presidente eleito de opiniões fascistas mas diferente dos processos políticos que contavam com movimentos de massas de bandas fascistas do começo do séc XIX na Itália. Ambos destacaram a importância das Frentes Amplas e Frentes Únicas para poder enfrentar Bolsonaro e a necessidade de lutarmos por uma perspectiva que possibilite almejar a luta por uma nova sociedade.

Para aprofundamento da discussão sobre Bonapartismo, o autoritarismo do governo Bolsonaro: http://www.esquerdadiario.com.br/O-significado-da-vitoria-de-Bolsonaro-e-como-combate-lo

Para debatermos com o conteúdo apresentado, é fundamental partir da seriedade dos ataques que Bolsonaro, à mando do imperialismo, com os Golpistas, o Judiciário e a tutela das Forças Armadas já aprovaram em dose cavalar na primeira semana de governo e tem prevista a Reforma da Previdência para fevereiro e neste sentido, a urgência da unidade das fileiras operárias para podermos lutar contra estes ataques, para qual o principal entrave são justamente as Centrais Sindicais. No primeiro dia de governo de Bolsonaro, dedicaram uma carta parabenizando o presidente e oferecendo-lhe “paz”, tendo ele prometido acabar com os sindicatos e seus “vermelhos”, e negado qualquer diálogo com PT e PCdoB. Uma vergonhosa demonstração do seu medo da unidade das diversas categorias em luta, sequer convocando assembleias contra a Reforma da Previdência nos sindicatos, garantindo a paz para Bolsonaro em troca da tentativa de preservar seus privilégios de burocracia. A exposição dos companheiros, ao não explicitarem a manipulação ocorrida nas eleições que consolidou o golpe institucional de 2016, omitem a atuação do imperialismo e do Judiciário, com apoio das Forças Armadas para garantir que Bolsonaro fosse eleito, com a prisão de Lula, o roubo dos mais de 3,5 milhões de votos, concentradíssimos no Norte e no Nordeste, o caixa-dois ileso de Bolsonaro. Afirmar que Bolsonaro não era o primeiro plano da burguesia, como realmente não era, não é o suficiente frente à enorme manipulação que deve ser denunciada com a mesma seriedade com a qual servirá para perseguir os trabalhadores, a juventude e o povo pobre. Assim, debater a situação nacional sem partir de pontuar a urgência de recuperar os sindicatos e entidades estudantis para estarem à serviço de construir a luta desde as bases que possa derrotar Bolsonaro, assim sem ao menos mencionar o papel traidor do PT seja nas lutas contra o golpe, seja no seu projeto de depositar as confianças em 70 parlamentares em um universo reacionário de 513 e não organizar a classe trabalhadora para lutar para que um punhado de burocratas mantenham seus privilégios e possam voltar triunfantes em 2022, é se recusar a preparar para as batalhas que vem.

Isso não é a toa, visto que o PSOL se dispõe a negociar com o PT, PDT e PSB, totalmente por fora da luta de classes e que só servirá para criar uma oposição parlamentar ao governo Bolsonaro que reafirme a conciliação de classe, esperando novas eleições em 2022. A mesma estratégia que abriu espaço para avançar o golpe institucional e aprofundar sem resistência os ataques aos trabalhadores. Ao final, Aretha afirmou que é óbvio que é necessário superar o PT como parte de conseguir construir a luta, se é tão óbvio, como se explica o papel ao qual os parlamentares do PSOL cumprem quando somente aumentam a confiança de amplos setores nestas “Frentes Amplas” que servem unicamente para que se defenda um programa que favorece a burguesia e imobilize a luta política com o próprio PT.

Para mais sobre a história das Frentes Amplas e Frentes Únicas: http://esquerdadiario.com.br/ideiasdeesquerda/?p=610http://esquerdadiario.com.br/ideiasdeesquerda/?p=610

O PT, além de sua importância nacional, possui uma importância de múltiplas facetas no Rio Grande do Norte. Ao passo que pela primeira vez chega do Governo do Estado com Fátima, que em torno de discursos vermelhos anuncia a calamidade financeira potiguar e ajustes fiscais, herdados de Robinson Faria (PSD), o PT dirige todos os principais sindicatos das categorias mais combativas, como os professores estaduais e municipais que protagonizaram uma grande greve em 2018 (que também foi perseguida pela justiça) e as principais entidades estudantis. Assim, é urgente uma política sistemática de denúncia e exigência, porque enquanto o PSOL se pinta de vermelho quando o PT não está na frente, o faz sem mencionar seu caráter traidor e assim desarma por completo frente a uma organização cuja prioridade sempre foi pagar religiosamente a Dívida Pública, garantindo o enriquecimento dos banqueiros, enquanto garantia, em meio ao crescimento econômico, algumas concessões superficiais, atacadas no momento da crise econômica e que nunca deram respostas estruturais aos problemas estruturais do próprio Nordeste.

Juary Chagas afirmou que ao passo que a população sofra os ataques, verão que é necessário se juntar e o diálogo será reestabelecido. Não são poucas postagens e declarações de eleitores de Bolsonaro arrependidos, os efeitos da sua eleição já se fazem sentir. Até Fevereiro, querem aprovar a Reforma da Previdência, produzindo discursos duplos para confundir, por isso é urgente arrancarmos um plano de luta que se organize desde as bases, o que precisa ser arrancado das Centrais Sindicais. Não há tempo a perder, a maioria da população é contra os planos de Bolsonaro, dos golpistas e do autoritarismo Judiciário. No RN, os servidores seguem sem receber seus salários e seu 13º e lhes falta dinheiro até mesmo para os itens mais básicos.

Reafirmamos que “nós do MRT faremos parte de qualquer medida unificada contra a reforma draconiana que querem implementar os capitalistas, apresentando nessa frente única dos trabalhadores nossa perspectiva também de batalhar por uma saída para que os capitalistas paguem pela crise, que deve desenvolva, junto ao rechaço urgente à reforma da previdência e às demais retiradas de direitos econômicos e políticos, pontos programáticos que ataquem a espoliação imperialista e os lucros capitalistas. Além disso, é preciso atacar o reacionarismo contra a população LGBT, mulheres, negras e negros e indígenas, lutando pela demarcação das terras quilombolas e dos povos originários, igualdade salarial entre negras, negros, brancas e brancos, homens e mulheres, trans e cis. Precisamos nos organizar desde cada local de trabalho e estudo, impondo aos sindicatos e centrais sindicais um plano de luta e batalhando para recuperar os sindicatos e centros acadêmicos para a luta de classes. E lutar juntos para derrotar a reforma da previdência, a reforma trabalhista e todos os ataques já anunciados pelo novo governo.”




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