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COVID-19 E AS FAVELAS | Nas favelas são 3 pessoas por quarto: isolamento sem testes massivos é falácia!

Na Região Metropolitana do Rio por exemplo, segundo o Censo 2010, um único quarto com mais de 3 pessoas é a realidade de 300 mil casas, sendo Japeri, município da baixada do Rio de Janeiro, que possui maior adensamento habitacional com 14% das casas neste tipo de condição mencionada. Estatísticas como essa mostram como o isolamento social é impraticável nesses locais.

terça-feira 7 de abril de 2020 | Edição do dia

A pandemia do coronavírus abriu uma crise com dimensões como nunca antes vistas na economia, encarando problemas estruturais do capitalismo mundial como a precariedade do sistema da saúde levada à frente por um política de desmonte da saúde pública. No Brasil e em especial nas periferias e favelas, outras questões que sempre estiveram presentes ali, como a falta de saneamento básico, inclusive a falta de abastecimento de água e um número grande de trabalhadores autônomos em postos de trabalho precários, se revelaram grandes problemas estruturais que a burguesia lida com bastante demagogia.

Uma das formas que a burguesia encara essa questão é defendendo um isolamento social sem ao menos garantir testes massivos para esses moradores, podendo assim estabelecer quarentenas racionais e eficientes, separando os infectados do convívio com pessoas sãs. Não bastasse essa forma de isolamento que só expõe os trabalhadores ainda mais ao coronavírus, a realidade das favelas e das periferias não permitem que uma quarentena seja efetiva, ao menos que se expropriem resort, hoteis e spas, para que esses moradores possam se tratar e conter o contágio do vírus.

Na Região Metropolitana do Rio por exemplo, segundo o Censo 2010, um único quarto com mais de 3 pessoas é a realidade de 300 mil casas, sendo Japeri, município da baixada do Rio de Janeiro, que possui maior adensamento habitacional com 14% das casas neste tipo de condição mencionada. Favelas como a Maré, Rocinha, Cidade de Deus, da Zona Portuária e Santa Cruz também possuem altos índices de adensamento habitacional, sendo a favela do Jacarezinho a que lidera essa estatística.

Estatísticas como essa mostram como o isolamento social defendido por Wtizel, mas também por João Doria em São Paulo nada mais é que uma farsa, uma utopia, porque as condições de habitação nas favelas e periferias não só desses dois estados, mas de muitos outros por todo Brasil não pode proporcionar uma quarentena efetiva onde se isole o enfermo e mitigue a contaminação. Na verdade, esse problemas estruturais das favelas não são nada novos, Witzel preferiu por exemplo assassinar mais de 1.800 pessoas em 2019 nas favelas do que resolver alguma questão estrutural como a falta de saneamento básico. Crivella defendeu que a Rocinha precisava de um banho de loja, mandou pintar a fachada da favela e demitiu profissionais da saúde, inclusive da clínica da família da Rocinha ao invés de ter um plano de infra estrutura e obras em uma das favelas com os maiores índices de tuberculose do Brasil.

Esses dados deixam claro como a política de precarização da habitação e da qualidade de vida dos trabalhadores nas favelas e periferias sempre foram parte da política racista de políticos burgueses como esses, e não podemos esperar que saiam deles e muito menos de Bolsonaro uma “saída” consequente com a vida e saúde desses trabalhadores. Uma quarentena efetiva só pode acontecer com testes massivos, com a expropriação de hotéis para os moradores de favela e garantindo uma renda de 2.000 reais para os trabalhadores autônomos que se encontram sem trabalho.




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