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RACISMO | Não se esqueça: o Extra que matou Pedro também apoiou a candidatura de Bolsonaro

Não só o Extra, como diversas empresas e empresários compraram também seu discurso de ódio ao apoiar Bolsonaro e sua campanha.

terça-feira 19 de fevereiro de 2019 | Edição do dia

Nesse último domingo (17), centenas se reuniram em ato de repúdio em frente ao Supermercado Extra da Barrada Tijuca, onde Pedro Henrique, de 19 anos, foi assassinado ao ser estrangulado até a morte na frente da sua mãe por um segurança da rede mesmo sob pedidos de socorro e de que o mesmo liberasse o rapaz por aqueles que estavam em volta.

O segurança Davi Ricardo Moreira Amancio não poderia estar exercendo a função, despreparado, tendo já sido acusado de agressão à mulher, fatos conhecidos pela rede de supermercados, a mesma que apoiou Bolsonaro durante sua campanha à presidência, junto de diversas outras empresas, como a loja Havan, a rede Pão de Açúcar, Centauro, entre outras, assim, apoiando também seu discurso de ódio contra os negros, LGBTs, mulheres e o povo pobre em geral.

O Extra não carrega essa culpa sozinho, mas junto de Bolsonaro e seus aliados, que com seu discurso de ódio legitima e dá segurança aos seus seguidores para matar, como fez Davi, que em seu Facebook carrega a frase: "sou amapaense e sou Bolsonaro". Indo ainda muito além do discurso e se preparando para tentar aprovar a Reforma da Previdência, que afeta a todos, mas principalmente aqueles que já tem pouco, querendo fazer a população trabalhar até morrer.

É legitimado também por Witzel, atual governador do Estado do Rio de Janeiro, aliado de Bolsonaro, que durante sua campanha e mesmo depois de eleito deixou claro que ia instruir sua polícia à atirar para matar, aprovando armas de precisão, tiro na cabeça e o ódio à favela e ao povo preto. O mesmo ódio que mata centenas de negros todos dias, que matou Jennifer, uma menina de 11 anos com um tiro nas costas, e mais pelo menos 13 pessoas na chacina do Fallet-Fogueteiro no Rio, a maior nos últimos 12 anos. O mesmo ódio que matou Mestre Moa nas mãos de um eleitor de Bolsonaro e mandou executar Marielle Franco no auge da Intervenção Federal no Rio, a qual a mesma era responsável por fiscalizar, crime que até hoje não tem resposta.

Vale lembrar também que o problema não é o despreparo, mas o racismo estrutural que naturaliza toda a violência contra a população negra, assim como sua exclusão à vida plena, educação e lazer. Faz com que jovens como Pedro sejam automaticamente tachados como criminosos, sofrendo ataques desde serem seguidos por um segurança numa loja até mortos com uma bala simplesmente por existirem. E não vai ser por meio do judiciário ou daqueles que hoje estão no poder que haverá justiça, é necessário que os negros e negras, mulheres, LGBTs, que toda a juventude em aliança com a classe trabalhadora a tome nas próprias mãos, com organização e luta.


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