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DEMISSÕES NA UERJ NO 8 DE MARÇO | Na véspera do 8M centenas de terceirizadas demitidas na UERJ

Às vésperas do dia Internacional das Mulheres, 300 trabalhadores terceirizados da UERJ - em sua maioria mulheres negras -, contratadas pela empresa APPA, estão sofrendo demissão. Não é a primeira leva de demissões da empresa, e as que se foram antes até hoje não receberam salários e direitos que lhes são devidos pela empresa.

Isa SantosAssistente social e residente no Hospital Universitário Pedro Ernesto/UERJ

terça-feira 7 de março de 2017 | Edição do dia

Não é de hoje que a UERJ vem enfrentando uma profunda crise. Faltam repasses do governo, os salários de técnicos e professores encontram-se em atraso, tal qual o pagamento das bolsas dos estudantes cotistas e daqueles que pesquisam para a universidade. A situação da universidade vem se agravando nos últimos anos e a comunidade acadêmica vem tentando resistir ao sucateamento imposto pelo governo tendo protagonizado inúmeros ato e uma dura greve no ano de 2016.
O retorno às atividades acadêmicas segue sendo uma realidade distante na vida dos estudantes professores e técnicos(que já tiveram suas aulas adiadas 5 vezes sendo a última sem previsão de data para retorno).

No meio dessa imensa crise, que teve seus primeiros sinais nos setores mais precários da universidade: as trabalhadoras terceirizadas, a comunidade acadêmica já presenciou mais de uma demissão em massa. E tal qual ocorreu com as terceirizadas da empresa Construir, que prestavam serviços de limpeza para UERJ e para o HUPE (Hospital Universitário Pedro Ernesto), e com as duas últimas empresas que prestavam serviço pro restaurante universitário, as terceirizadas que hoje trabalhavam na universidade (em sua maioria mulheres negras) têm como perspectiva para essa semana a sua demissão.

Esse cenário se repete devido a falta de repasse do governo dos pagamentos para as empresas que hoje prestam serviço para universidade, mas também é reflexo do significa a terceirização na prática. O que sabemos, atualmente, é que já foram rescindidos os contratos das empresas que prestavam os serviços de manutenção, demitindo seus funcionários e que as terceirizadas da limpeza não receberam os salários de fevereiro, encontram-se todas em avisos prévios que acabam esta semana. Tal medida significa, concretamente, mais uma onda de demissões em massa na universidade, significa mais de 300 terceirizadas da UERJ contratadas pela empresa APPA sem saber como vão garantir seu sustento e de suas famílias . Vale ressaltar que as centenas de trabalhadoras demitidas no ano passado não tiveram seus salários e direitos pagos.

Muitos dos trabalhadores que estavam na UERJ por via da APPA já foram demitidos e hoje a universidade encontra-se com o efetivo reduzido. Isso significa um sobre trabalho para as 12 trabalhadoras terceirizadas que permanecerão responsáveis pela limpeza da universidade. Mais uma vez não há nenhuma medida da reitoria que busque solucionar a questão dos trabalhadores que, mesmo sem salário, prestarão serviço para a UERJ. Seguimos sofrendo os efeitos de uma crise sem saber ao certo como e com o que são gastos os repasses da universidade, o dinheiro que entra com o aluguel dos espaços da universidade, como o estacionamento e o teatro. É preciso que a comunidade acadêmica saiba dos valores que entram na universidade, como são gasto e para isso é preciso exigir a abertura dos livros de contas da UERJ.

A nossa luta em torno da resistência da UERJ não pode passar por fora de uma profunda solidariedade com os setores mais precarizados da universidade, como as mulheres, as mulheres negras que mais uma vez sofrerão com as agudas consequências, que já são práticas comuns das empresas terceirizadas, de uma crise que não é delas. Que neste 8 de março nossa luta seja contra a violência cotidiana que é imposta às mulheres terceirizadas por meio do trabalho precário na UERJ e em todo o mundo! Chega de trabalho precário, pela incorporação sem concurso das terceirizadas. Pelo pagamento dos salários atrasados de todos os trabalhadores!




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