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REFORMA DA PREVIDÊNCIA | Na "nova política” de Bolsonaro bilhões vão para os políticos em nome da reforma da previdência

No melhor estilo toma lá da cá a reforma da previdência segue sendo encaminhada pelo presidente Bolsonaro, pressionado pelo mercado e imperialismo, e pelos parlamentares, sedentos por verbas e grandes incentivos financeiros.

quarta-feira 10 de julho de 2019 | Edição do dia

Só nos primeiros dias de julho Bolsonaro liberou mais de R$3,6 bilhões em emendas parlamentares e prometeu mais R$20 milhões para cada deputado que se manter fiel ao voto favorável a aprovação da reforma da previdência, uma promessa que vai custar mais de R$3 bilhões para o orçamento do governo.

As emendas parlamentares são alocações de verbas do orçamento geral do governo, onde os parlamentares opinam seus destinos, que são usadas principalmente para os parlamentares manterem seus redutos políticos e seus votos.

Também para aprovar a reforma da previdência Bolsonaro ordenou que as exigências feitas pela bancada evangélica de mudanças e redução nas exigências tributárias para as igrejas, além de um novo projeto para anistia de igrejas que acumulam dividas e multas. O deputado Sostenes Cavalcante (DEM-RJ), firmou que o presidente Jair Bolsonaro determinou que as solicitações fossem atendidas em até dois meses. O montante da dívida das entidades religiosas à Receita Federal é de quase R$500 milhões.

Visando agradar também a bancada ruralista o governo publicou nesta terça-feira um decreto que autoriza o refinanciamento das dividas dos grandes produtores rurais com a concessão de descontos. É também um forte gesto aos governadores e políticos da região norte e nordeste do país, onde governadores do PT já marcaram em diversas oportunidades o apoio a reforma da previdência. Para o deputado Júlio César do (PSD-PI) essa medida cria um clima favorável para a aprovação da reforma da previdência.

O ministro da saúde Luiz Henrique Mandetta em entrevista afirmou que a liberação de verbas de sua pasta para as emendas parlamentares foi um esforço para aprovar a reforma da previdência, o que deixa claro que para o governo Bolsonaro a única prioridade é fazer a população trabalhar até morrer e sem direito a saúde, educação, moradia e transporte.

A deputada e líder do governo no Congresso Joice Hasselmann (PSL-SP) foi escalda pelo governo para fiscalizar a votação de cada deputado. Caso não cumpram a promessa de votar a favor da reforma da previdência o governo já ameaçou a cortar as verbas prometidas, diferente do que afirmou diretamente o presidente Bolsonaro, quando disse que as verbas concedidas eram situações normais do governo.

Para Jair Bolsonaro o normal é a verdadeira farra de liberação de verbas, decretos e isenções fiscais concedidas as bancadas parlamentares para que se aprove o fim da aposentadoria dos trabalhadores e é preciso deixar claro que qualquer reforma pesará nos ombros da população. Reforma justa é a maior fake News desse governo.

Somente militares, juízes, políticos devem passar praticamente incólumes da aprovação da reforma e o mesmo governo que tenta mostrar um discurso duro contra o que chamam de “privilégios” do trabalhador não move um milimetro para cobrar das grandes empresas a dívida de mais de 450 bilhões destas com a Previdência Social, admitida por um documento do próprio Senado Federal.

Anualmente, o país dá mais de 350 bilhões de isenções fiscais para grandes empresas, que deixam de pagar impostos no país, que já é dos que menos cobra impostos de ricos e grandes empresários. Além de manter o judiciário (golpista e autoritário) mais caro do mundo e o segundo mais caro Congresso Nacional.

Do lado do capital financeiro e do empresariado, existe um rombo nas contas públicas que é a nunca falada dívida que esses setores contraíram com o Estado. Os grandes meios de comunicação também escondem esse fato.

Na realidade, operam para realizar a pilhagem do dinheiro do trabalhador e da retirada de seus direitos, ao cortar verbas das áreas sociais, privatizar o patrimônio público e em nos atacar com a previdência para que a fraudulenta e não discutida dívida pública, contraída com os bancos nacionais e internacionais, seja paga religiosamente quando ela deveria ser cessada imediatamente.




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