Em entrevista ao programa de Ernesto Tenembaum na Radio con Vos, a deputada argentina Myriam Bregman do PTS, organização irmã do MRT na Argentina, na FIT-Unidade, repudiou o despejo e a repressão que sofrem as famílias de Guernica.
sábado 31 de outubro de 2020 | Edição do dia
Veja abaixo transcrição de parte da fala da deputada em participação do programa Guernica, repressão e moradia, na Radio con Vos na última quinta-feira (29).
“Me parece uma coisa terrível e, logicamente, isso ressalta muitas outras coisas, porque eu vi jornalistas do TN [mídia peronista argentina], depois de tanto falarem da grieta [fissura, termo usado pela chapa Férnandez-Kirchner para se diferenciar do projeto de Macri nas últimas eleições], que chegavam de helicóptero com Berni. Então, como é? A grieta é quando te criticam e quando é contra os pobres vale tudo? Não sei, Ernesto, me perdoe, mas sinto, como mulher e feminista, que esta é uma ofensa terrível, quando vou falar com estas mães e me contam que não têm para onde ir, e a proposta do governo é que assinem uma ata secreta. [...] Estas pessoas estão reivindicando moradia, você dizia que estas pessoas fazem suas necessidades em um buraco. Você acha que porque vem alguém da esquerda dizendo “fique aqui” você vai ficar e viver assim? Como podem usar os mesmos argumentos que Patricia Bullrich [ministra de Segurança de Macri]?”
A fala da deputada de Buenos Aires é um exemplo de atuação parlamentar revolucionária, mesmo dentro do parlamento burguês, fazendo valer o que Lênin denominou “tribunos do povo”. O PTS, dentro da Frente de Esquerda-Unidade, usa de cada um dos cargos parlamentares conquistados para denunciar ativamente os abusos e a brutal repressão estatal aos setores oprimidos, e as mazelas do sistema capitalista contra os trabalhadores e o povo pobre. É neste tipo de atuação parlamentar, que busca impulsionar e fortalecer a organização dos oprimidos e da classe trabalhadora na luta de classes, que as candidaturas do MRT se espelham também nas eleições municipais no Brasil, seja com a Bancada Revolucionária de Trabalhadores em São Paulo, Valéria Müller em Porto Alegre e Flávia Valle em Contagem/MG.
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