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CHACINA EM OSASCO | Movimento negro de Franca se posiciona contra a Chacina de Osasco

quinta-feira 3 de setembro de 2015 | 00:00

MOÇÃO DE REPÚDIO

Nós, do Movimento Negro de Franca, repudiamos intensamente a sequência de ataques executados contra o povo da periferia, em Osasco e Barueri, no dia 13 de agosto, quinta feira, durante a madrugada. As investigações apontam que os ataques aconteceram em represália a um PM morto em um posto de gasolina em Osasco.
Todos os dezenove suspeitos, segundo reportagem da “Folha de São Paulo” (26/08), são policiais, onze soldados, cinco sargentos e dois cabos. Após a chacina, policiais foram vistos recolhendo capsulas das balas após o crime. Dois policiais estão detidos, um deles, inclusive, já tinha sido indiciado por suspeita de integrar um grupo de extermínio em 2013, mas segundo a corregedoria não existiam provas decisivas contra o soldado. Os fatos, a quantidade de policiais envolvidos e a sistemática executada nessa chacina demonstra a utilização da estrutura do estado e conhecimento da policia para a série de ataques, que, longe de ser caso isolado, faz parte de atos contínuos, desde a ditadura militar até os nossos tempos, sempre ligados às forças repressivas do estado.

A polícia é a instituição que mais tem levado a morte violenta de negros no país, somente nos primeiros seis meses deste ano o número de mortos pela policia paulista subiu 10%, segundo a própria Secretária da Segurança Pública do Estado de São Paulo. Neste ano até agora já são 358 mortos!

Seja em chacinas ou por execuções descritas nos relatórios como “autos de resistência”, termo cunhado durante a ditadura militar, no Brasil vem sendo executado um verdadeiro genocídio do povo negro. Não por acaso não existe confiança de que esse caso, como tantos outros, encontre o mínimo de justiça pela própria polícia.
Exigimos a punição exemplar dos culpados! Tanto o sistema de justiça comum, incluindo aí a polícia, como os governos são incapazes de levarem a frente um processo de investigação que possa levar à punição os assassinos, pois são eles mesmos os responsáveis pelo ambiente de medo e repressão perpetrados nas periferias e bairros pobres do Brasil. Solidarizamos-nos com as famílias das vítimas e comunidades que sofrem cotidianamente com a violência.

Ressaltamos ainda a naturalização construída pela omissão e discursos veiculados pelos grandes meios de comunicação ao não repudiar ações como esta e ainda incentivar a indústria do medo, sempre vinculando o crime à periferia, ao povo pobre e, consequentemente, à população negra. Por esses motivos defendemos que as investigações sejam levadas a frente por uma comissão independente, composta por lideranças das comunidades que sofreram os ataques e uma junta técnica independente da policia.
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PELA PUNIÇÃO EXEMPLAR DOS ASSASSINOS E ENVOLVIDOS!
POR UMA COMISSÃO INDEPENDENTE PARA INVESTIGAR AS MORTES DA PERIFERIA!
PELO FIM DO GENOCÍDIO DO POVO NEGRO!

Assinam essa carta:
Coletivo Angá.
COMDECON (Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra).
Coletivo HIP HOP FRANCANO.




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