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CULTURA | Mostra ‘Mulheres Radicais’ resgata produção latina feminina

A exposição mapeia artistas mulheres da América Latina entre as décadas de 60 e 80 e tem entrada gratuita aos sábados.

sexta-feira 24 de agosto de 2018 | Edição do dia

Ainda que no Brasil possamos nos orgulhar do incrível trabalho das mulheres na área artística, não podemos nos orgulhar da falta de reconhecimento que as mesmas recebem.

Entretanto, no restante da América latina o trabalho artístico e ilustre das mulheres são ainda mais negligenciados, mesmo que estejamos em um época onde o trabalho das nossas artistas está tão em alta assim como na época logo após segunda guerra mundial, a situação não está nada boa.

Duas curadoras, sendo elas uma venezuelana Cecilia Fajardo-Hill e uma argentina Andrea Giunta, conseguiram mapear e catalogar a produção das mulheres na zona artística em oito anos, em uma tentativa de resgatar tais histórias para que possam receber o reconhecimento, cá entre nós mais do que merecido. O que resultou em uma exposição, que inclusive chegou aqui no Brasil no dia 18 de agosto, na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Sua estréia foi no Hammer Museum, de Los Angeles, passando também pelo Brooklyn Museum, tendo como nome Mulheres Radicais – Arte Latino-Americana, 1960-1985.

Para o Estadão as curadoras disseram: “Começamos com o plano de falar sobre o pós-guerra, mas tínhamos mais de 400 artistas, então decidimos focar num tema principal”, explica Giunta. O escolhido foi o corpo dessas mulheres, que se tornaram afirmações políticas, num momento em que elas lutavam por seus direitos e diversos países latinos enfrentavam a repressão. “Decidimos focar no corpo, mas não cronologicamente, queríamos encontrar preocupações em comum”, diz também Hill.

Para Andrea, o maior foco da exposição é retratar a mudança de olhar sobre os corpos femininos. Ela disse: “O olhar, ao longo da história da arte, sempre foi de fora, mas agora está dentro, explora o corpo.”

A exposição conta com mais de 120 artistas selecionadas. Algumas delas como Lygia Clark e Lygia Pape já bem conhecidas, mas há também grandes descobertas. O processo de curadoria foi intenso, com participação de pesquisadores em diversos países e repleto de conversas com artistas da época. Dessa forma foi possível trazer à tona nomes que até então eram pouco conhecidos ou que até mesmo haviam sido esquecidos. “Todas elas são importantes. Não acreditamos em hierarquia. Se ela dedicou uma parte da sua vida à arte, merece estar nos livros”, Hill faz questão de ressaltar.

Por conta do custo elevado e também por ter no acervo obras que não resistiriam longas jornadas , retirada e recolocação por repetidas vezes, nosso será o único país latino com exposição em cartaz, que tem entrada gratuita aos sábado e fica na Pinacoteca até novembro.

MULHERES RADICAIS

Pinacoteca do Estado. Praça da Luz, 2. Quarta a segunda das 10h às 18h. Entrada R$ 6 sendo gratuita aos sábados. Até 19/11.




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