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Moro recusou delação de Cunha para blindar judiciário, segundo novos vazamentos

Dessa vez, destacam-se o pedido de Moro para a acusação (Dallagnol e seus subordinados) acrescentarem provas nos processos que só depois chegariam no até então juiz, que também deu ordens para acelerar ou retardar determinadas operações, além de ter pressionado para que certas delações não ocorressem, como a do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Os vazamentos a “conta-gotas” confirmam o que já denunciávamos nesse Diário: a Lava-Jato é uma operação autoritária e arbitrária, sendo um dos pilares fundamentais do golpe institucional, desde o Impeachment de Dilma até a prisão de Lula, eventos nos quais a revista Veja, agora parceira do The Intercept, teve participação fundamental.

sexta-feira 5 de julho de 2019 | Edição do dia

Os vazamentos "a conta-gotas" continuam

O atropelamento de qualquer base legal da Força-Tarefa, com a completa arbitrariedade e autoritarismo nesta nova leva de vazamentos, destacam-se o pedido de Moro para a acusação (Dallagnol e seus subordinados) acrescentarem provas nos processos que só depois chegariam no até então juiz, também deu ordens para acelerar ou retardar determinadas operações, além de ter pressionado para que certas delações não ocorressem, como a do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que segundo seu advogado, faria depoimentos implicando atores do judiciário. A recusa da delação, segundo as mensagens, teria ocorrido porque o depoimento era fraco.

Todos estes casos se somam aos anteriores nos quais Moro e Dallagnol trabalharam juntos, com Moro atuando como um verdadeiro chefe, para que a Lava-Jato trocasse a ordem de suas fases, com o juiz dando dicas, pistas e cobrando novas fases da operação, um verdadeiro conluio.

Além disso, os agentes da Lava-Jato deixaram bem claro suas orientações políticas, desprezando a defesa de Lula ("showzinho da defesa") e buscando preservar apoios como o de FHC. Nas conversas do juiz e “seus” procuradores, o ímpeto de influenciar nos resultados eleitorais de 2018 e sua atuação como sujeitos fundamentais do golpismo, recorrendo a medidas autoritárias e arbitrárias, mostram nos mínimos detalhes aquilo que nós do Esquerda Diário já vínhamos denunciando há tempos.

Alianças e táticas que preservam a Lava-Jato e a ingerência dos EUA no Brasil

O vazamento em pequenas fases de todo o conteúdo, agora nas mãos também de mídias golpistas como Folha e Veja, servem para o desgaste em específico de Sérgio Moro e enfraquecimento de certos procuradores. Tentam preservar assim a Operação Lava-Jato de conjunto separando-a de suas principais lideranças.

Escolhendo aquilo que pode ser visto e aquilo que não lhes é interessante mostrar, não mostram mais do que muitos já sabiam: que a operação orquestrada por juízes, promotores e ministros do STF tinha intenções políticas desde seu início, mas oculta da população que essas intenções consistiam em retirar o PT do governo, pois já não conseguia aplicar os ataques na velocidade exigida pelo mercado internacional, e aprofundar a submissão da economia aos interesses do imperialismo, em especial dos EUA.

Tal posição favorável ao suposto “combate contra a corrupção” desta força tarefa é compartilhada entre a The Intercept com esses outros dois meios de comunicação da elite paulista, continuam a afirmar a importância da operação dizendo que “embora tenha sido fundamental na luta contra a corrupção, não se pode fechar os olhos antes às irregularidades cometidas”.

Para o Esquerda Diário essa é uma posição fundamental: a Lava-Jato nada teve haver com um suposto combate à corrupção, nunca foi este seu objetivo e tão pouco seus frutos. Ela foi uma operação fundamental, em seu conjunto, não só em suas lideranças, para o Impeachment de Dilma e a prisão de Lula, a manipulação eleitoral em 2018, e todo o plano golpista, primeiramente encabeçado por Temer e sua reforma trabalhista e agora por Bolsonaro e seu pacote de ataques privatizantes, além da reforma da previdência.

Para saber mais dos objetivos da Lava-Jato: Entre o MoroGate e atritos institucionais, avança a cruel reforma da previdência contra os trabalhadores

O autoritarismo e arbitrariedade de seus métodos estão umbilicalmente ligados com seus objetivos reais, e não com seu discurso hipócrita de combate à corrupção: serviu para o golpe institucional, com o objetivo claro de alterar o regime brasileiro e a correlação de forças entre as classes, para assim destruir os direitos dos trabalhadores e da população, privatizar as riquezas nacionais, entregar às empresas públicas e aumentar os lucros das grandes empresas e bancos, especialmente estrangeiros. Se tratou, desde o início, de um enorme processo de manipulação e de autoridade judicial.

Para saber mais das relações da Lava-Jato com os EUA: Lava Jato “In USA We Trust”: O que está comprovado da conexão Curitiba-Washington

É por isso que é preciso ainda hoje exigir a liberdade imediata de Lula, sem que isso signifique apoio político ao PT, e encontrar aliados reais aos interesses dos trabalhadores, ao contrário do portal The Intercept. Precisamos de aliados que se coloquem o objetivo de desmascarar de uma só vez os objetivos golpistas de Dallagnol e de Moro, da mesma forma de apontar os interesses da casta política, do Judiciário e do mercado financeiro, gritando em alto e bom som que a reforma da Previdência é um violento golpe contra os trabalhadores e a juventude.




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