Sem nenhuma perspectiva de melhora na situação, os moradores tem denunciado os abusos e violências policiais por meio das redes sociais.
quinta-feira 16 de fevereiro de 2017 | Edição do dia
Há aproximadamente 2 semanas os moradores do complexo do alemão vêm sofrendo com a incessante violência policial, além das recorrentes ações policiais que fazem várias vitimas fatais, segundo o relato de moradores os policiais tem invadido as casas para montar bases como demonstramos anteriormente.
Diante da situação escandalosa que os moradores do complexo de favelas do Alemão vem sofrendo há dias, houve uma ação de representantes da Defensoria Pública estadual, da Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária (CDHAJ) da Ordem de Advogados do Brasil no Rio (OAB-RJ) e da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio, que nesta quarta (15/02) estiveram presente no local, onde caminharam junto aos moradores para inspeção das denúncias feitas pelos moradores. Para as equipes dos órgãos que participaram de inspeção na manhã desta quarta, a invasão já está provada.
Segundo o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária da OAB, o advogado Marcelo Chalreo. "A PM de forma ilegal e indevida está ocupando as casas sem qualquer autorização ou permissão. Estão fazendo desses locais "bunkers" ou "trincheiras". E não estão autorizados a fazer isso. [Essas pessoas] foram expulsas e noticiam a falta de pertences dentro dessas casas. Elas denunciaram aos advogados que PMs colocaram fogo em uma moto",.
O advogado também relatou que tudo está sendo documentado para que o MPRJ investigue essa situação e estão sendo estudados meios judiciais para garantir a saída dos policiais das casas dos moradores. Ele também criticou a postura do comandante da unidade Nova Brasília que mesmo ciente dos problemas "não tomou nenhuma providência".
O ouvidor-geral da Defensoria Pública do RJ, Pedro Strozenberg, que também esteve no Alemão na quarta (15/02), entende que a situação é muito mais grave que a invasão. De acordo com ele, foram identificadas pelo menos cinco residências que constantemente são ocupadas pelos PMs em um local da favela chamada de Alvorada. Em duas delas os policiais se encontravam dentro das casas no momento da inspeção.
Strozenberg ratifica a declaração do representante da OAB que a situação é gravíssima e que necessite de uma medida judicial. Relatou que a Defensoria deve buscar uma reunião com o secretário de Segurança para serem tomadas outras medidas sobre o caso.
"A nossa expectativa é que consigamos fazer esse processo articulado com o MP. Vamos conversar com a subpromotoria de Direitos Humanos. A questão das casas é uma das que nós apuramos. Há duas semanas estamos vivendo uma situação de confronto intenso no Alemão."
Esta situação é mais um exemplo escancarado que a política de pacificação das favelas do Rio de Janeiro só servem para exterminar, encarcerar e/ou oprimir os moradores das favelas.
