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PRIVATIZAÇÃO METRÔ SP | Monotrilho do Metrô-SP é fechado por falta de segurança devido avanço da privatização

Sem previsão de reabertura, a semana começará com a Linha 15 Prata do Metrô de SP (Monotrilho) fechada para testes serem realizados, devido a estouro de pneus dos trens. O modelo de transporte do Monotrilho é usado para atender regiões com baixa densidade populacional ou em lugares turísticos no mundo inteiro, e em São Paulo o governo optou por arriscar usar esse modelo na zona leste por ser mais barato, uma região com alta densidade populacional, experiência inédita no mundo.

segunda-feira 2 de março de 2020 | Edição do dia

Por problemas nos pneus dos trens da Linha 15 - Prata Monotrilho, a operação PAESE foi acionada mais uma vez pelo Metrô de SP. Ônibus estão fazendo o trajeto desde o sábado (29). Sem previsão de abertura a semana começará com a linha fechada para testes serem realizados. A Bombardier, empresa que construiu os trens, disse em comunicado que "por excesso de cautela" recomentou ao Metrô fechar a linha. Já o Metrô se pronunciou dizendo que o prejuízo ocasionado pelo fechamento seria compartilhado com a Bombardier e o consórcio CEML, responsável pela construção da via.

Não é de hoje que existem problemas na Linha 15 - Prata Monotrilho. A princípio, o modelo de transporte do Monotrilho é usado para atender regiões com baixa densidade populacional ou em lugares turísticos no mundo inteiro. Seus trens tem a metade da capacidade de passageiros que o Metrô subterrâneo. Em São Paulo o Governo do Estado optou por arriscar usar esse modelo na zona leste, uma região com alta densidade populacional, experiência inédita no mundo. Isso leva a uma série de adaptações para que se operacionalize a linha com o alto fluxo de passageiros que ela recebe.

Andando com lotação máxima, uma série de desgastes se desenvolvem tanto nos equipamentos dos trens, quanto nos equipamentos de via. Desde a abertura da linha entre as estações Vila Prudente e Vila União em 2018 e após a inauguração da estação São Mateus em dezembro de 2019, diversas ocorrências foram verificadas. O aumento do número de passageiros nesse período e os incidentes ocorridos, como o estouro de um pneu do trem no dia 27/02, são a prova de que o modelo de transporte escolhido, não foi projetado em sua origem para ter esse tipo de uso.

Para piorar a situação, o Metrô de SP pretende tirar o operador de trem do interior das composições, testes já foram realizados para que o trem ande sem a necessidade do funcionário estar fisicamente dentro. Não é primar pela segurança tirar o operador de dentro do trem em uma linha que necessita de uma série de adaptações, pois o operador de trem é mais uma camada de segurança dentro do sistema. Se a segurança fosse levada como prioridade, uma cabine de operador seria colocada nos trens, para que o funcionário tivesse acesso a todos os comandos, monitorando a via por toda a linha. Hoje o operador fica dentro do trem em meio aos passageiros, com o console de comando fechado e sem necessariamente estar monitorando a via durante a movimentação do trem.

A política de privatização do governo de SP é a responsável por esses problemas da linha 15. A começar pelo modelo escolhido. O monotrilho foi construído para ser vendido a iniciativa privada. Esse é o fator que orienta todas as decisões do governo. Assim se optou por um modelo de linha que operasse com o mínimo de funcionários, viabilizando sua privatização com o máximo de lucro para os consórcios já conhecidos em SP. Um leilão da linha foi realizado em março de 2019, onde a CCR ganhou o direito de operar, porém devido a esses problemas operacionais e outros problemas jurídicos, a entrega ainda não foi realizada. A incerteza da capacidade desse modelo transportar o número grande de passageiros da região, é o fator que orienta a disputa entre Metrô, Bombardier e CCR.

Mais uma vez o governo de SP mostra que não é prioridade um transporte de qualidade, seguro e acessível para a população. Suas prioridades são as privatizações e altas taxas de lucros das grandes empresas nacionais e internacionais. Enquanto isso os trabalhadores amargam uma locomoção pela cidade cara e ineficiente, com um sistema de ônibus de responsabilidade da prefeitura, entregue a empresários corruptos e mafiosos, e um transporte de trilhos, responsabilidade do Governo do Estado, insuficiente para atender toda a demanda.

Só a estatização do transporte sob controle dos trabalhadores e usuários pode inverter essa lógica e colocar o transporte a serviço de quem usa e quem opera, não de um punhado de empresários que visam apenas o lucro e sua influência de poder dentro dos governos.




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