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DEMISSÕES INDÚSTRIA | Mitsubishi demite 400 em Goiás, seguindo tendência na indústria

Na última sexta-feira, dia 2, a montadora Mitsubishi demitiu cerca de 400 trabalhadores de sua planta em Catalão-GO. Em protesto, os trabalhadores fecharam a BR-050 por cerca de 40min e hoje realizaram assembleia na porta da fábrica.

segunda-feira 5 de outubro de 2015 | 19:22

Essa é a segunda demissão em massa realizada pela montadora japonesa na planta de Catalão, em Goiás, em menos de três meses. Em julho, a Mitsubishi demitiu cerca 200 trabalhadores. Ao todo, cerca de 600 famílias já perderam sua fonte de renda de julho para cá.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Catalão, ligado à Força Sindical, a empresa não avisou previamente as demissões e desrespeitou acordo firmado ante ao Ministério Público do Trabalho (MPT), que garantia estabilidade no emprego até 31 de outubro deste ano. Neste momento está ocorrendo negociação entre sindicato e empresa mediata pelo MPT a respeito das demissões. Não tivemos ainda acesso ao conteúdo da negociação.

Além das demissões, a empresa iniciou hoje férias coletivas para a totalidade dos trabalhadores, a medida deverá parar a produção por cerca de 20 dias, segundo a montadora. A planta da Mitsubishi de Catalão, produz cerca de 85% dos modelos da montadora vendidos no país e conta com cerca de 3 mil trabalhadores ainda empregados.

Demissões na indústria em todo o país

Segundo dados divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) na última quinta-feira, dia 1, referentes ao mês de agosto, a demissão é regra na indústria há sete meses consecutivos. No acumulado de janeiro a agosto deste ano, o nível de emprego na indústria é 5,2% menor em relação ao mesmo período do ano passado.

O índice de demissões em agosto foi o pior do ano, com rebaixamento de 1,1% do emprego na indústria, e a previsão é que os dados de setembro sejam ainda mais desanimadores.

Ainda segundo a pesquisa feita pela CNI, a indústria hoje no país utiliza 77,9% da sua capacidade produtiva instalada, o menor índice desde que a relação capacidade-ociosidade começou a ser medido em 2013.

Inversamente à queda no emprego e à ociosidade crescente na indústria, o mês de agosto mostrou um aumento da lucratividade no ramo produtivo. Ainda segundo a pesquisa da CNI, o faturamento cresceu 0,7% em relação a julho e diferentemente dos dados em relação ao emprego, não segue uma tendência de queda contínua ao longo do ano. Isso mostra que quem tem pago a crise até agora são os trabalhadores e que os ajustes e demissões, permitem ainda margem de lucro para os patrões.

São Paulo

No Estado de São Paulo, a previsão da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (FIESP) é de que esse ano a indústria termine com 200 mil empregos a menos em relação ao final do ano passado. De janeiro a julho já foram demitidos 92,5 mil trabalhadores na indústria paulista. Lembrando que em 2014 as demissões no Estado atingiram gritantes 134 mil postos de trabalho no setor produtivo.

A região mais atingida até agora foi o ABC paulista, em São Bernardo do Campo, só em julho a queda no emprego na indústria foi de 3,48%, puxado pelo setor automotivo de autopeças. Em São Caetano as perdas no emprego foram 3,02% no mesmo mês.

Na região do Vale do Paraíba, que comporta o parque industrial de São José dos Campos e de Jacareí, a previsão da FIESP e da CIESP é de que o fechamento dos postos de trabalho cheguem a 3 mil ao longo do ano. Em Campinas e Região, também segundo as mesmas entidades, 30,6% das empresas planejam demitir neste segundo semestre, por conta da crise na indústria.

Contagem, Minas Gerais

Em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais, a situação não é diferente. Em julho cerca de 600 trabalhadores foram demitidos na região. Não temos dados ainda divulgados dos últimos meses, mas em apenas 45 dias, como viemos denunciando neste portal, a multinacional Vallourec anunciou cerca 214 demissões. Na metalúrgica Acument, na região do Cinco em Contagem, foram 35 demitidos em apenas 2 dias.

Lutar contra as demissões

É preciso construir uma campanha nacional contra as demissões e os ajustes, que atingem particularmente a indústria. Mas para isso os trabalhadores terão que superar a política das suas direções sindicais governistas, que vem implementando os ataques em suas bases, como o PPE que a CUT tem aprovado em várias fábricas na região do ABC.




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