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GOLPISTA DEFENDE SAMARCO E SEUS CRIMES | Ministro defende mineração na Amazônia e diz que crime da Samarco em Mariana foi “acidente”

Em viagem a Nova York o ministro Fernando Coelho Filho tira responsabilidade da Samarco na tragédia em Mariana e defende mineração na Amazônia.

quinta-feira 21 de setembro de 2017 | Edição do dia

O Ministro das Minas e Energia viajou a Nova York para participar de Seminário sobre o Brasil que reuniu investidores e foi promovido pelo Financial Times. Durante o evento, nesta quarta-feira (20), o ministro afirmou que o maior desastre ambiental da história do Brasil, ocorrido em Mariana, em Minas Gerais, foi apenas “um acidente”, uma "fatalidade", contrariando as evidências e relatórios que apontam negligência da empresa mineradora Samarco. Em sua visão, portanto, não é possível ter controle sobre este tipo de desastre.

Coelho Filho mencionou que a tragédia em Mariana contribuiu para que a mineração tenha ficado “mal vista” pela população brasileira, o que considera um erro, já que, como afirma, “os nossos vizinhos, Argentina, Chile, Peru, Colômbia se orgulham e promovem a atividade mineral".

Em Bento Gonçalves, distrito de Mariana (MG), foram 62 milhões de metros cúbicos de lama vazados pelo rompimento de uma barragem, soterrando centenas de casas, deixando milhares de desabrigados, cidade destruída, 19 mortos, e contaminação de rios importantes. Estes efeitos constam em relatório da Câmara dos Deputados divulgado em 2016, assinado pelo Ministro do Meio Ambiente Sarney Filho, que conclui que a tragédia ocorreu por negligência da mineradora Samarco, e que, portanto, diferentemente de uma “fatalidade”, poderia ter sido evitada.

O ministro fez essas declarações defendendo a mineração e minimizando a responsabilidade do governo e de grandes empresas em um contexto em que pretende passar o decreto que extingue a Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca) na Amazônia. Tal projeto, que quer abrir caminho para a mineração nesta área da Amazônia, foi emitido em decreto por Temer em Agosto, mas, após as inúmeras críticas que apontavam o prejuízo ambiental que este poderia significar, o governo retrocedeu, suspendendo os efeitos do decreto por 120 dias. Agora, Coelho Filho afirma que o governo trabalha para negociar com o Congresso para que este projeto seja aprovado.

Ao defender a extinção da Renca para a plateia de investidores em Nova York, o Ministro das Minas e Energia diz que não pretende “mexer com área indígena nem com reserva de preservação ambiental”, dizendo que o atual governo conseguiu reduzir em 20% o aumento de desmatamento na Amazônia de 2016 a 2017. Este percentual mencionado pelo ministro não é um dado oficial de derrubada de florestas na Amazônia, mas é resultado de pesquisa da ONG Imazon que já teve suas pesquisas questionadas pelo governo quando os resultados apontavam expansão do desmatamento.

Veja vídeo em que a professora da rede estadual em Contagem, e dirigente do MRT, Flavia Valle, responde às declarações do ministro:




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