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SAÚDE PÚBLICA | Ministério da saúde não faz compra de DIU para o SUS desde 2015

Desde 2015 o SUS não é abastecido com o DIU ou o diafragma (método contraceptivo de longa duração). A última compra realizada pelo Ministério da Saúde foi de apenas 772.761 para atender a demanda de todo o país até este ano. Enquanto os conservadores e reacionários discursam contra o aborto, o direito da mulher de decidir sobre o seu corpo, o Estado não garante nem os métodos básicos de prevenção.

sexta-feira 5 de julho de 2019 | Edição do dia

Uma quantidade absurda para ser distribuída para todos os estados até 2019, que resultou em apenas 1,9% das mulheres brasileiras em idade fértil que utilizam métodos contraceptivos utilizando o DIU, segundo dados do Ministério da Saúde com base na Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher do IBGE para a última década.

Para além da escassez, o procedimento só é realizado se a paciente se submete a uma série de exames sob o risco de o profissional da saúde se recusar a implantar o dispositivo caso a mulher não seja mãe ou tenha menos de 22 anos, conforme denunciam inúmeras mulheres.

Diante do machismo empregado ainda nas relações sociais e familiares da família tradicional, deixar as mulheres trabalhadoras desassistidas expõe a contradição entre as nossas necessidades e o conservadorismo religioso que domina e nos tira o controle sobre o nosso próprio corpo.

Para além do conservadorismo; a violência sobre os nossos corpos é resultado da mercantilização da vida. Nos tiram os métodos contraceptivos de longa duração para lucrar com a venda dos contraceptivos de baixa qualidade de curta duração como as pílulas.

O mesmo Estado que nos priva dos métodos contraceptivos é o Estado que nos priva também do direito ao aborto, que nos pune e nos deixa morrer todos os dias vítimas de abortos de clandestinos. O Estado e seus agentes que estão a serviço do lucro dos grandes capitalistas farmacêuticos são hipócritas; não se preocupam a vida, se preocupam em enriquecer ainda mais aqueles que já são ricos. O discurso conservador e reacionário dos que falam "a favor da vida" não oferecem métodos contraceptivos básicos para a saúde das mulheres.

O caminho para superar esses ataques é pelo embate direto àqueles que transformam a nossa saúde e as nossas vidas em mercadoria. Que as mulheres trabalhadoras tenham em suas mãos o direito de decidir como viver, e não estejam mais submetidas à um sistema político e econômico que depende das condições do mercado para nos dar o mínimo que é o controle das nossas vidas. É necessário lutar pela legalização do aborto no Brasil.

Por uma educação sexual para que possamos decidir; por acesso livre aos métodos contraceptivos para não engravidar; e pelo aborto legal, seguro e gratuito não morrer mais!




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