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FARRA DO LEITE CONDENSADO | Ministério da Defesa diz que leite condensado tem “potencial energético” para os militares

Em nota emitida pela pasta do governo Bolsonaro, há uma tentativa de justificar os gastos milionários. Além do leite condensado, explicam que os R$2,2 milhões foram gastos para auxiliar na higiene bucal.

quinta-feira 28 de janeiro de 2021 | Edição do dia

Imagem: Marcos Corrêa/PR

Em nota divulgada pelo Ministério da Defesa nesta quarta-feira, 27, os escandalosos e polêmicos gastos de R$1,8 bilhão em compras de supermercado pelo governo Bolsonaro foram, em partes, justificados.

O Ministério da Defesa, chefiado pelo general Fernando Azevedo e Silva, justificou a compra de leite condensado e chicletes. Em relação ao primeiro produto, a justificativa dada é que o leite condensado tem “potencial energético” que ajuda na alimentação dos 370 mil homens e mulheres que compõem as Forças Armadas ao redor do país.

Acrescentou ainda que o contingente militar é “predominantemente jovem, o que pode aumentar as quantidades consumidas”, no objetivo de justificar as cerca de 6.500 latas de leite condensado que seriam consumidas por dia pelas Forças Armadas.

Para o filho do presidente, Eduardo Bolsonaro, essa quantidade é “algo bem razoável”, considerando que há um efetivo de 334 mil pessoas nas Forças Armadas.

A nota emitida pelo Ministério da Defesa justificou ainda que “O leite condensado é um dos itens que compõem a alimentação por seu potencial energético. Eventualmente, pode ser usado em substituição ao leite. Ressalta-se que a conservação do produto é superior à do leite fresco, que demanda armazenamento e transporte protegido de altas temperaturas".

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Para finalizar a nota da Defesa, há também a justificativa do gasto de R$2,2 milhões com chicletes. De acordo com a pasta, “o produto ajuda na higiene bucal das tropas, quando na impossibilidade de escovação apropriada, como também é utilizado para aliviar as variações de pressão durante a atividade aérea”.

A nota emitida nesta quarta-feira é oficial, ainda que pareça fazer piada com o leitor. No Brasil, um trabalhador que ganha um salário médio (R$2.308) teria que trabalhar 541 anos, sem gastar absolutamente nada, para conseguir acumular o valor que o governo Bolsonaro gastou com leite condensado, sem considerar os outros tantos gastos duvidosos, como os mais de 2 milhões de reais em chiclete, 13,4 milhões em barra de cereal, 16,5 milhões em batata frita embalada e seguem os gastos absurdos.

Leia mais: Com R$ 15 mi em leite condensado, Bolsonaro poderia pagar 8,3 mil cilindros de oxigênio a Manaus

Enquanto o governo aprova projetos de lei que reduzem salários da população, corta o auxílio emergencial, não investe em saúde em meio à pandemia e deixa Manaus sem oxigênio, mantém religiosamente o pagamento da fraudulenta dívida pública, corta investimento da educação, pesquisa e ciência, gastos escandalosos foram feitos em itens de alimentação nada justificáveis, demonstrando os irracionais privilégios da casta política.




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