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METRÔ SP | Metroviários de SP aprovam manifesto contra Bolsonaro e criação de Comitê

Em assembleia realizada no último dia 18/10, os metroviarios de SP aprovaram um posicionamento unificado contra Bolsonaro que será assinado pelos trabalhadores das diversas áreas do metrô em forma de manifesto, e divulgado pelos canais de comunicação do sindicato.

domingo 21 de outubro de 2018 | Edição do dia

Uma das discussões que foi feita na assembleia, era se adicionaria ou não nesse posicionamento aprovado, a denúncia do golpismo que desde 2016 e até durante as eleições com diversas manobras de manipulação vem fortalecendo a candidatura de Jair Bolsonaro, como continuidade do projeto golpista de Temer em acelerar e aprofundar os ataques através das reformas contra os trabalhadores. Por conta do posicionamento de correntes como o PSTU, LS e CST, que ainda tentam sustentar de maneira envergonhada a absurda tese de que não houve golpe, o restante das correntes como o PT, PC do B e o PSOl, se curvaram a esse posicionamento, defendendo também que o manifesto não contasse esse ponto de denúncia.

Felipe Guarnieri, operador de trem do Metrô de SP interviu pelo Movimento Nossa Classe para defender o manifesto e que nele contivesse também a denúncia do golpe:

Na votação, mesmo com margem pequena de diferenças de votos, deliberou-se por maioria a não adicionar o posicionamento contra o golpe no manifesto aprovado.

Outra proposta defendida por Guarnieri, foi a criação de um comitê de base para dar a continuidade a organização da luta contra Bolsonaro na categoria, como expresso no chamado feito assinado por mais de 80 metroviarios para a assembleia. http://www.esquerdadiario.com.br/SP-Metroviarios-fazem-chamado-a-construcao-de-um-comite-de-base-contra-Bolsonaro-no-Metro

A assembleia aprovou o comitê e também deliberou a suspensão da greve indicada para o próximo dia 24/10, repúdio as punições contra funcionários por terem se colocado politicamente contra Bolsonaro numa reunião da categoria e debateu-se bastante também sobre o 2° turno em SP, como comentou Rodrigo Tufão metroviario também do Movimento Nossa Classe:

"A melhor medida para derrotar a privatização (e todos ataques decorrentes dela) seria confiarmos nas nossas próprias forças e construir a greve da categoria já indicada na última assembleia do dia 24 no Metrô de SP. Entretanto, somos conscientes que as condições para isso não existem, e isso se deve a um fato: que desde junho a maioria da diretoria do Sindicato dos Metroviários, dirigida pela CTB e CUT, seguindo a política do PCdoB/PT, vem fomentando ilusões que "França é uma alternativa a Doria no governo do estado", que ele estaria disposto "até dialogar sobre os rumos da privatização". São parte da demagogia que França está fazendo com os metroviários, sendo que o programa que ele defende de PPPs é o mesmo de Doria. Fazem a mesma coisa que o grupo "União Metroviária" na categoria, que chega ao ponto de fazer palanque para França gravando vídeos junto com o governador para os metroviários. O próprio França, como Doria, também tenta surfar na onda do bolsonarismo para se eleger em SP. Não a toa o PSL assumiu posição de neutralidade na disputa em SP, pois ganhando França ou Doria está bom para extrema direita. Essa é a situação que chegaram os metroviários para assembleia. Somos parte do sentimento de ódio ao PSDB na categoria depois de tantos ataques acumulados de desmonte do Metrô público, e pela demissão dos metroviários de 2014. Mas não podemos esquecer que se Doria é representante disso, França também fez parte, e uma parte dos tucanos não sairá do governo do estado se França for eleito. Por isso votamos Nulo para o segundo turno apontando a necessidade de uma política independente que organize os trabalhadores como seria justamente através da construção desse comitê que defendemos na assembleia."

Veja as resoluções aprovadas na assembléia:

*Assembleia delibera suspensão de greve e continuidade da mobilização*

Na noite de 18/10 a categoria debateu e aprovou ações sobre os principais temas que afetam os trabalhadores. Por conta das lutas e a greve marcada para 24/10, o Metrô enviou carta informando o adiamento do leilão da Linha 15 por 120 dias após 22/11 e que a licitação da terceirização das bilheterias nas Linhas 1 e 3 não está concluída e não entrará em vigência neste ano. Informou também que a movimentação do CCV e dos Técnicos de Segurança foi aprovada no Codec e agora será aprovada pela Comissão de Política Salarial do governo.

Confira o que foi aprovado:

  •  Suspensão da greve e manter a mobilização!
  •  Uso adesivo dia 26/10 em homenagem ao Dia do Metroviário e em defesa do Metrô público, contra a privatização e terceirização.
  •  Publicação de informe no jornal Metrô News no dia 26/10 sobre o Dia do Metroviário.
  •  Envio de carta ao governador Márcio França para que ele se comprometa em cancelar a privatização da Linha 15, a revisão e revogação das privatizações das Linhas 4, 5 e 17 e o cancelamento das terceirizações das bilheterias, exigindo o fim do processo licitatório em curso e a anulação dos contratos em execução nas Linhas 2 e 15. Além disso, a garantia de efetivação dos compromissos assumidos pela Companhia do Metrô durante a última Campanha Salarial.
  •  Manifesto contra Bolsonaro e seu projeto autoritário, de privatizações e ataques aos direitos dos trabalhadores. Faremos coleta de assinaturas nas áreas e pela internet.
  •  Ato neste dia 20/10 #EleNão. A partir das 15h no Masp (avenida Paulista).
  •  Cancelamento imediato das advertências aos dirigentes sindicais Wagner Fajardo e Camila Lisboa por defenderem na setorial do PIT as posições do Sindicato e Fenametro.
  •  Mobilização dos ASMs e OTMs nos dias de reunião com o DO, 22 e 31 outubro.
  •  Repúdio à tentativa de criar o cargo comissionado de “Encarregado” nas coordenadorias operativas da GMT.
  •  Reunião no dia 22/10 (segunda-feira), às 18h, no Sindicato, do Comitê Contra Bolsonaro.


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