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Ninguém fica pra trás | Metrô posterga julgamento de metroviários demitidos

Votemos um verdadeiro plano de luta contra as demissões (sem baixar a guarda mesmo que alguns sejam readmitidos, pois são resoluções judiciais instáveis) e por nossas demandas, começando por uma forte campanha salarial que tenha peso a luta contra as demissões, ligando as nossas reivindicações a luta do conjunto da classe trabalhadora que desde o final do ano passado vem sofrendo grande ataques anunciados pelo governo Dilma, entre outros, através das MPs 664 e 665.

Marília Rochadiretora de base do Sindicato dos Metroviários de SP e parte do grupo de mulheres Pão e Rosas

quinta-feira 5 de fevereiro de 2015 | 14:02

As demissões ilegais que sofremos na greve do ano passado foram um dos principais ataques que sofreu a classe trabalhadora no último período. Já são 7 meses das demissões e nas audiências em 1ª instância que estão em curso (22 dos 42 já foram convocados, os outros serão em breve), mais uma vez o resultado foi adiado. Trata-se de uma verdadeira tortura psicológica contra os demitidos e a categoria, por parte da empresa, do governo e da justiça, com direito à requintes de crueldade, como redemitir (depois da reintegração temporária que havíamos conquistado) no dia do natal.

Nesse período, o metrô quis avançar em mais ataques, reduzindo o quadro, precarizando as condições de trabalho e o atendimento à população, punindo funcionários que se mobilizam e ignorando as demandas da categoria, como a igualdade dos salários para as mesmas funções, a contratação de funcionários etc. Nós da LER-QI, junto aos independentes do Movimento Nossa Classe e do Metroviários pela Base (MPB), estamos batalhando para recompor as forças da categoria.

Nossa batalha central vem sendo para que a categoria assuma um papel ativo na luta pela readmissão, enfrentando a passividade que a maioria do sindicato está impondo devido à sua estratégia de conquistar a readmissão essencialmente pela via legal, argumentando que a categoria não está disposta a ações. De fato, está difícil organizar ações contundentes como uma paralisação. Seria diferente se desde o começo houvesse uma enorme campanha encabeçada pelo PSOL e PSTU, buscando a solidariedade da juventude e trabalhadores de outras categorias. Mas, ainda assim, a categoria estava e está disposta a outras medidas caso houvesse uma política ativa do sindicato, como está se mostrando na adesão massiva ao boicote nas eleições da CIPA (que a empresa quer impor cancelando a inscrição dos demitidos) e na organização de base que vem avançando em algumas estações, criando inclusive Comissões Internas.

Precisamos de unidade para barrar os ataques, reorganizar a categoria a partir dos locais de trabalho e fortalecer nossas alianças. Isso começa fortalecendo a aliança com a juventude na luta contra o aumento, também porque estão levantando a luta pela readmissão. Também é importante o Congresso dos Metroviários (março), onde devemos votar as alterações no nosso estatuto que fortaleçam o sindicato. Contra os que querem debilita-lo, como a burocrática e governista CTB, fortaleçamos os organismos de base e delegados sindicais. Avancemos para a proporcionalidade no sindicato, para que todas as posições dos metroviários e suas respectivas chapas tenham expressão nas gestões. Votemos um verdadeiro plano de luta contra as demissões (sem baixar a guarda mesmo que alguns sejam readmitidos, pois são resoluções judiciais instáveis) e por nossas demandas, começando por uma forte campanha salarial que tenha peso a luta contra as demissões, ligando as nossas reivindicações a luta do conjunto da classe trabalhadora que desde o final do ano passado vem sofrendo grande ataques anunciados pelo governo Dilma, entre outros, através das MPs 664 e 665. E combinado também com a luta por uma aliança com a população e a juventude por uma saída de fundo para a crise dos transportes: estatização dos transportes sob controle dos trabalhadores e usuários.




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