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CRISE CAPITALISTA | Metalúrgicos no Paraná entram em greve contra 747 demissões. Nenhuma família na rua!

Há uma semana, desde o dia 17, a fábrica em São José dos Pinhais (PR) vem chantageando os mais de 7300 trabalhadores com um plano de demissões voluntárias (PDV). Os trabalhadores se reuniram e rejeitaram a proposta. A empresa anunciou a demissão de 747 trabalhadores. Reunidos em assembleia nos portões da fábrica nessa terça-feira (21), os trabalhadores decidiram entrar em greve por tempo indeterminado.

sexta-feira 24 de julho de 2020 | Edição do dia

Foto: CNTM

Uma grande fábrica automobilista multinacional como a francesa Renault, que anunciou faturamento de mais de 11 bilhões de euros só no terceiro trimestre de 2019, se instala em países como o Brasil com grande isenção de impostos para a exploração da mão de obra. Ainda assim, alega crise e descarrega qualquer mínima perda percentual nas costas dos trabalhadores. Curiosamente, o slogan da empresa é “paixão pela vida”, mas os fatos mostram que pouco se importa com as vidas das centenas de famílias que quer deixar na rua em meio a uma pandemia.

Os trabalhadores não podem aceitar demissão alguma, devem lutar por nenhum trabalhador a menos e nenhuma família na rua. A Renault tem todas as condições de manter os empregos daqueles que geram seus imensos lucros e que já chegou a representar a segunda maior fonte de lucro do mundo para a empresa em 2012. Em meio a pandemia os capitalistas tem recebido todos os auxílios dos governos para manterem seus lucros, através de desoneração da folha salarial e inclusive da retirada de direitos dos trabalhadores entregues como a única forma de preservar empregos, mas ainda sim descarregam a crise demitindo em massa.

Contra o escândalo que é gigantes multinacionais como a Renault demitirem em massa em meio a pandemia, é necessário uma campanha pela proibição das demissões. Se a “paixão pela vida” dos empresários e acionistas da Renault fosse verdadeiro, deveriam estar atuando no Brasil para o combate à pandemia, convertendo boa parte da produção para a fabricação de respiradores e equipamentos hospitalares. Mas a verdade é que esses capitalistas colocam os seus lucros acima das vidas das pessoas que trabalham. Somente os trabalhadores auto organizados podem fazer isso. Tomar a fábrica em suas próprias mãos para deixar de produzir coisas inúteis como automóveis, nesse momento em que se registram mais de 80 mil mortos por COVID-19 no Brasil, e passar a produzir todos os equipamentos necessários para a ampliação de leitos hospitalares.

Esses trabalhadores podem ser um grande exemplo de luta contra a crise sanitária e econômica que se intensifica sob a direção capitalista, mostrando o caminho para toda a classe trabalhadora, em especial para os trabalhadores da saúde e todos aqueles que estão na linha de frente no combate da pandemia. Uma unidade nacional de trabalhadores auto organizados em cada local de trabalho pode lutar pela estatização e controle operário de todo o sistema de saúde, inclusive do privado, garantir testes massivos, isolamento adequado e racional dos infectados, uma renda básica para que as famílias tenham como ficar em quarentena, divisão das horas de trabalho sem redução salarial para garantir emprego para todos e muito mais. Fazendo tudo o que a burguesia capitalista, Bolsonaro, Guedes, os militares, os governadores, prefeitos, o STF e o Congresso não fazem pelas vidas, pois continuam atuando para defender um fluxo enorme de dinheiro público para as mãos de banqueiros e empresários por meio da dívida pública.

Somente uma unidade dos trabalhadores auto organizados pode impor pela luta uma Constituinte Livre e Soberana para mudar as regras desse jogo perverso permitindo que seja o povo que decida os rumos do país. Todo apoio aos trabalhadores em greve da Renault do Paraná! Nossas vidas valem mais que os lucros deles!




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