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CORONAVÍRUS NO RS | Mesmo com leitos de UTI lotados, Marchezan mantém praticamente tudo aberto em Porto Alegre

A capital gaúcha já passou a ser bandeira vermelha no Distanciamento Controlado do Estado e já tem mais 75% dos leitos de UTIs ocupados. Mesmo assim, o novo decreto de Nelson Marchezan mantém quase todas as atividades não essenciais que estavam abertas funcionando para manter o lucro dos empresários.

segunda-feira 22 de junho de 2020 | Edição do dia

Neste final de semana, a região metropolitana de Porto Alegre passou para a bandeira vermelha no decreto do Distanciamento Controlado do governo Leite que permite o afrouxamento da economia em determinadas regiões do Estado conforme a pandemia avança e as condições do sistema de saúde em cada lugar. A bandeira vermelha em Porto Alegre foi devido ao abrupto aumento dos casos de coronavírus na região desde o início dos decretos de abertura de Leite e Marchezan. que já chegou a 2.774 casos com 66 mortes. O que é mais preocupante é o aumento das internações em leitos de UTIs. Em uma semana o dado saltou de 72 para 100 pacientes com COVID-19 internados, representando quase 75% dos leitos da cidade ocupados, e levando muitos hospitais a declarar que estãoprestes a colapsar.

Mesmo com o agravamento dos casos, a economia da cidade continua funcionando a todo o vapor. O decreto de Marchezan editado nesta segunda (22) permite várias atividades não essenciais continuarem funcionando. Inclusive atividades que segundo o Distanciamento Controlado do Leite, deveriam estar fechadas. Isso mostra toda a falácia desse Distanciamento Controlado que na prática é controlado pelo os interesses dos empresários. Assim como os prefeitos do interior que na semana passada contestaram com a diminuição da flexibilização, Marchezan ignora o avanço da pandemia na cidade que vem crescendo rapidamente, apenas para que os empresários sigam lucrando no meio desse caos.

Tanto Marchezan e Leite que se apresentam como “racionais”, fazem demagogia dizendo estarem preocupados com a situação da pandemia no Estado mas seguem mantendo as atividades econômicas funcionando normalmente e na prática seguem a mesma política de Bolsonaro para manter a normalidade, mesmo agora com o país já ter ultrapassado mais de 50 mil mortos. Suas políticas são assassinas, que nem sequer garante a medida mais urgente frente ao alastramento do vírus que é os testes massivos para saber quem de fato está infectado e possa ser isolado e tratado adequadamente. Mas a questão é que o empresariado e o governo não querem gastar dinheiro para salvar vidas, gastar só se for para salvar empresas e lucros, jogam assim os mais pobres e a classe trabalhadora a própria sorte pegando ônibus e trens lotados.

Veja também: Leite define o Distanciamento Controlado no RS de acordo com os interesses dos empresários

As mortes no entanto não serão da classe que o governador representa, serão pessoas da classe trabalhadora e dos setores mais oprimidos deste sistema capitalista. Pessoas que são responsáveis pela produção das riquezas capitalistas e que só possuem sua força de trabalho para vender. Tudo o que construímos e produzimos com nossa força é apropriado pela grande burguesia empresarial. É preciso mostrar que sem a classe trabalhadora eles não são nada.

A saída é tomar a produção nas próprias mãos, convertendo, sob controle dos trabalhadores, as indústrias para a produção somente do essencial durante a pandemia, como álcool em gel, máscaras, respiradores e equipamentos hospitalares. É preciso exigir que as fortunas capitalistas acumuladas durante décadas de exploração da nossa classe estejam neste momento disponíveis para salvar vidas. É preciso se auto organizar e exigir que os dirigentes sindicais e as centrais como CUT e CTB, que dirigem a maior parte dos sindicatos do país, saiam de sua paralisia e de suas quarentenas seguras enquanto os trabalhadores amargam mais e mais ataques a cada dia.

Somente um grande movimento dos trabalhadores e da juventude que ocupe as ruas, as fábricas e os serviços pode impor que sejam taxadas as grandes fortunas, que sejam confiscados os bens dos grandes sonegadores de impostos por exemplo. Com esses recursos nas mãos dos trabalhadores poderemos providenciar testes para todos. E ainda exigir que imóveis vazios, pousadas e hotéis sirvam de centro de quarentena e mais leitos para os infectados, com alimentação saudável e tratamento digno. Se a burguesia não pode dar uma resposta em defesa das vidas pelo caráter de seus interesses nós trabalhadores podemos. Porque nossas vidas valem muito mais do que os lucros deles!




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