×

Porto Alegre | Melo proíbe venda de bebidas na rua no bairro Moinhos, aumentando repressão à juventude

quinta-feira 11 de novembro de 2021 | Edição do dia

Foto: Mateus Raugust/PMPA

Na tarde desta quinta-feira (11), o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), assinou, decreto que proíbe bares, lancherias e cafeterias de venderem bebidas alcoólicas para consumo externo da 0h às 7h da manhã, assim como proíbe a circulação de ambulantes e a entrega de bebidas por motos na rua, como o Zé Delivery, no bairro Moinhos de Vento. O decreto também estabelece que a Guarda Municipal disperse aglomerações.

O bairro Moinhos de Vento, para o qual o decreto passa a valer, é um dos bairros de mais alta renda do município, e local de moradia muitos empresários e de grande parte dos apoiadores eleitorais do Bolsonaro e do prefeito direitista, que se utiliza da pandemia como justificativa para aumentar seus mecanismos repressivos contra a juventude pobre, enquanto os ricos se aglomeram em festas e bares. O mesmo prefeito que mesmo nos momentos mais críticos da pandemia era contra as medidas sanitárias de isolamento social e fazia de tudo pela abertura de todo o comércio para aumentar o lucro dos capitalistas, sem garantir o mínimo de segurança para a saúde dos trabalhadores que se arriscavam dia e noite sem EPI’s de qualidade e que hoje se arriscam em ônibus lotados com quase 200 passageiros, que são verdadeiras câmaras de gás.

Melo também reclama que as pessoas fazem suas necessidades na rua, o que acontece justamente porque ele mesmo não coloca banheiros químicos à disposição da população, favorecendo os que podem ficar nos bares caros da região.

O bairro é conhecido pela rua Padre Chagas e o conhecido Parcão, onde a juventude costuma “dar rolê”, assim como na Rua da República, local onde o prefeito também manifestou interesse em impor a proibição. Melo também se utiliza da Guarda Municipal, da Ronda Ostensiva Municipal (Romu) e da Polícia Militar de Eduardo Leite sistematicamente para reprimir a juventude que aproveita os espaços públicos para poder se divertir em meio a drástica precarização da vida da classe trabalhadora durante o período de crise pandêmica e econômica.

Segundo a Rádio Guaíba, o prefeito pretende fazer a “descentralização das atrações de lazer para a população” e “pensar em espaços que possam receber os jovens nas periferias”, isso significa a “higienização social” das áreas centrais de Porto Alegre, relembrando a história de formação da Restinga, onde grande parte da população negra e de baixa renda da região mais central da cidade foram enxotados para lá na década de 60, local cerca de 20 km do centro da cidade, para a “desfavelização de áreas estratégicas".

Esse é mais um da série de ataques de Melo à população, que também quer extinguir o meio passe para diversas categorias, e que recentemente extinguiu o cargo de cobrador e privatizou a empresa pública de transporte Carris. A luta dos rodoviários contra os ataques foi um exemplo e mostra o caminho de como enfrentar Melo e os empresários.

Veja mais: Lições da greve da Carris: Uma batalha se perdeu, mas a guerra continua




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias