Em suposto tiroteio no Rio de Janeiro, na AV. Brasil, na região portuária em frente ao Into, ocupação militar já fez sua primeira vítima.
quarta-feira 15 de fevereiro de 2017 | Edição do dia
Há relatos de intenso tiroteio, no entanto não há como confirmar a relação desse tiroteio com o assassinato uma vez que a marinha impediu a chegada da imprensa. Na região portuária em frente ao Into, a marinha já fez sua primeira vítima. As informações sobre o ocorrido não são definitivas, porque a imprensa foi impedida de acessar a região, o que há são relatos de testemunhas.
Segundo o relatado, houve um tiroteio com o que seriam suspeitos de assaltar uma moto. Um homem foi morto após uma intensa troca de tiros com os fuzileiros navais
O confronto aconteceu no dia em que 9 mil militares começaram a garantir a repressão na Capital e da Região Metropolitana baseado na Garantia da Lei e da Ordem (GLO). O planejamento inicial prevê a permanência das tropas federais até o dia 22 de fevereiro, data em que o reforço do patrulhamento vai ser reavaliado.
Os 9 mil homens enviados por Temer à pedido de Pezão já se posicionam para substituir a polícia na repressão às favelas e no policiamento das orlas do Rio, com o intuito de liberar a PM para reprimir os servidores que protestam contra a privatização da CEDAE e o pacote de ataques de Temer e Pezão. Os homens do exército atuarão na Transolímpica (Zona Oeste), na Avenida Brasil, em Deodoro, Niterói e São Gonçalo. Já os fuzileiros navais da Marinha atuarão nas orlas, cobrindo a área do Leblon à Marinha da Glória.
Sob a falsa justificativa de prevenir que não ocorresse algo como a reacionária greve de policiais do Espírito Santo, se baseando no medo inflingido na população pela imprensa burguesa, a vinda do exército nada tem a ver com a segurança pública. Como experimentado nos últimos 10 anos o exército foi convocado 67 vezes por governos locais em sua maioria para enfrentar protestos e para a repressão nas favelas.
Tal foram durante a Copa do Mundo em 2014, os Leilões do Petróleo do campo de Libra em 2013, para impedir a liberdade de manifestação como o é agora com os servidores, estando o Rio entre os estados que mais convocaram o exército às ruas. A mesma GLO que também garantiu a presença do exército na invasão de favelas para implantar a UPP entre 2010 e 2012 na “Operação Arcanjo”.
É, portanto, é uma medida reacionária, que não visa garantir a segurança da população de forma nenhuma, mas de um ataque contra essa, tanto quando foi com a ocupação militar das favelas, quanto é da garantia da repressão aos servidores que protestam contra a privatização da CEDAE e todo o pacote de ataques de Pezão e Temer. O governo quer transferir a crise para os trabalhadores e o povo pobre, e por isso militariza toda a cidade para garantir que seu pacote passe à base de bombas e balas de borracha. A militarização do Rio de Janeiro, bem como a repressão aos trabalhadores e jovens que se mobilizam contra o pacote de Pezão e Temer, devem ser denunciadas e repudiadas.
Fora tropas do Rio, não à militarização da cidade!
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