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19J | Marcello Pablito: "CUT e UNE não constroem unidade de trabalhadores e estudantes para dia 19"

Diante da política da CUT e da UNE de canalizar a insatisfação com o governo para a as eleições, não mobilizar as bases e separar trabalhadores e estudantes para as manifestações do dia 19, conversamos com Marcello Pablito, trabalhador da USP e dirigente do MRT, sobre como deve se dar o combate a Bolsonaro e Mourão, superando a proposta de que os atos tenham objetivo eleitoral.

segunda-feira 14 de junho de 2021 | Edição do dia

Bolsonaro fez uma motociata em São Paulo nesse fim de semana e seus seguidores saíram por aí dizendo uma fake news de que foi a maior motociata da história. Mentira, as manifestações do dia 29 de maio superaram, a contragosto da grande mídia, as manifestações bolsonaristas financiadas pelo agronegócio que ocorreram nas últimas semanas. O que eles não falam é da responsabilidade de Bolsonaro do número de mortes de 487 mil por covid que foi notificado ontem. De Bolsonaro e dos governadores, que hoje fazem demagogia com a vacina, mas que na verdade garantem o lucro das empresas farmacêuticas e laboratórios, sem vacina para todos e sem a quebra das patentes e zero reais de indenização pra essas empresas. A gente tá descontente mesmo com esse governo por causa da pandemia e também com os ataques, como a Reforma Administrativa que tá sendo passada em silêncio no Congresso golpista, e isso ficou expresso no dia 29 de maio.

Mas nosso descontentamento não pode ser canalizado para a via eleitoral pra 2022, como quer Lula e o PT. As centrais sindicais dirigidas pelo PT e PCdoB ficaram meses em uma paralisia enquanto os ataques aos trabalhadores foram aprovados. Agora fazem sua convocação das manifestações do dia 19 de Junho com um claro objetivo eleitoral apenas para desgastar o governo, mas não para levar até o final a nossa luta, tanto é que chamam o próximo dia para um sábado, que tem menos impacto, ao invés de chamarem uma paralisação nacional em dia de semana que pudesse potencializar ações de rua de forma radicalizada. Por isso, não podemos nos enganar com os objetivos dessas direções burocráticas. A CUT chama uma mobilização, sem construção em cada local de trabalho dos sindicatos que dirige, para o dia 18. Por mais que nas palavras diga que é "em apoio" aos atos do dia 19, na prática acaba separando dos estudantes e dos movimentos sociais que estarão nas ruas no dia seguinte. E a União Nacional dos Estudantes, dirigida pela UJS (juventude do PCdoB), juventude do PT e Levante Popular da Juventude, faz coro com isso na sua convocação para o dia 19.

É nesse sentido que a gente tem que exigir das burocracias do movimento dos trabalhadores, do movimento estudantil, dos movimentos sociais, que organize uma luta em cada local de trabalho e estudo. E fazemos esse chamado também às organizações de esquerda, como PSOL e PSTU, nos sindicatos, entidades estudantis que dirigem, a encampar essa exigência com a gente, por uma luta por Fora Bolsonaro, Mourão e militares, sem nenhuma confiança na encenação que é a CPI da Covid no Senado, enquanto milhares morrem e os ataques passam. A gente precisa se organizar, a nossa luta é aqui e agora pra combater a pandemia e as reformas, com trabalhadores e estudantes unificados.”




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