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VIOLÊNCIA MACHISTA E RACISTA | Manifestações por justiça para Ana Beatriz, menina indígena sequestrada, estuprada e morta

Nos últimos dias 29 e 01 houveram manifestações em Belo Horizonte-MG e Paritinins-AM por justiça para Ana Beatriz, a menina indígena de 5 anos que, em plena semana de luta contra a violência às mulheres, foi sequestrada, estuprada e morta no Amazonas.

quarta-feira 2 de dezembro de 2020 | Edição do dia

Foto: intervenção na Praça Sete, em Belo Horizonte.

Na madrugada do dia 23/11 em Barreirinha, no Amazonas, uma menina indígena de 5 anos foi raptada enquanto dormia com sua mãe em uma rede. A comunidade encontrou, horas depois, o corpo de Ana Beatriz, estuprada e asfixiada.

Em Paritinins, município vizinho de onde ocorreu o crime, manifestantes se reuniram no último domingo, 29, para exigir justiça.

Em Belo Horizonte, houve uma manifestação na noite de ontem, 01, convocada pela indígena e membro de uma bancada coletiva psolista na Câmara Municipal, Avelin Buniacá. Outras figuras e organizações de esquerda se somaram ao chamado.

O crime ocorre dois dias antes do 25 de novembro, dia internacional de luta contra a violência à mulher, e poucos dias depois das declarações de Bolsonaro e Mourão sobre o assassinato de João Alberto no Carrefour, nas quais alegam não existir racismo no Brasil. Flavia Valle, fundadora do grupo de mulheres Pão e Rosas em MG, comentou sobre isso:

"Esse é um retrato de como a violência machista vitima principalmente as mulheres e meninas racializadas. Enquanto isso, Bolsonaro e Mourão dizem que não existe racismo no Brasil e que somos um povo miscigenado e harmonioso. Racistas! As décadas de demagogia do Estado brasileiro no que diz da reparação histórica com os povos originários não nos separaram das histórias das indígenas "pegas no laço".

Esse regime político no qual vivemos está mais autoritário depois do golpe institucional de 2016, mas nunca garantiu os direitos mais básicos aos povos indígenas, como a demarcação de terras, o direito à autodeclaração e autodeterminação, o acesso pleno à saúde, o direito à educação especial, as cotas proporcionais nas universidades, etc. Por isso, nossa luta é para derrotar esse governo e esse regime golpista, instituir com a nossa luta as regras do jogo, por via de uma nova Assembleia Constituinte, que seja livre da ingerência dos atores e das instituições do regime atual e também soberana para alterar todas as leis a favor dos trabalhadores e dos oprimidos.

Os sindicatos, entidades estudantis e movimentos sociais precisam levantar cada bandeira dos indígenas para unificar nossa luta.

Por Ana Beatriz e todas as meninas e mulheres indígenas, temos que fazer justiça, com a nossa mobilização!"




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