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BUROCRACIA NO SINDICATO | Majoritária da Apeoesp ameaça Oposição por suas propostas para uma verdadeira greve dia 05

Ontem, quarta-feira, estavam previstas duas reuniões de representantes da Apeoesp para discutir e preparar a greve nacional, como as direções sindicais estão chamando o próximo dia 5. A primeira reunião, da diretoria estadual colegiada, sequer aconteceu, iniciando diretamente a segunda reunião, a do conselho estadual representativo.

quinta-feira 30 de novembro de 2017 | Edição do dia

Já na fala de abertura da atividade, a presidente do sindicato, Bebel Noronha do PT, deixou claro para todos os presentes quais eram seus objetivos naquela manhã. Provocar e causar incidentes com os membros da oposição do sindicato, para assim inviabilizar qualquer tipo de debate e propostas efetivas de construção na base da categoria da greve do dia 5. Assim como era esse o objetivo dos demais conselheiros da chapa 1 (PT e PCdoB), que, seguindo a líder, passaram a provocar e ameaçar os professores da oposição.

Marcella Campos, diretora, e Luciana Vizzotto, conselheira estadual, ambas da oposição Movimento Nossa Classe Educação, receberam ameaças de membros da Chapa 1, como "vou pegar o endereço de vocês", "se abrir a boca vou voar no seu pescoço". Ao pegarem os celulares para gravar o absurdo que acontecia ali, foram mais uma vez ameaçadas. Uma diretora da Chapa 1 da zona norte de São Paulo passou a incitar que as duas professoras da oposição fossem expulsas da reunião, alegando que não eram membras da direção. As duas militantes do sindicato tiveram que ser escoltadas por companheiros da oposição, já que o objetivo da direção majoritária era causar um incidente dentro do sindicato e assim inviabilizar o debate das propostas que a oposição levou no dia.

O nervosismo e o tom provocativo do PT e PCdoB na Apeoesp se deve ao fato de que, com o chamado de greve nacional contra a Reforma da Previdência, diversas escolas passaram a discutir e debater a adesão à greve. Para a burocracia sindical, da CUT isso pode significar movimentação de luta por fora de seus objetivos, já que para eles o dia 5 deve ser mais um dia controlado, sem grandes exemplos de luta contra o governo golpista. Chamam inclusive, junto com as demais centrais pelegas, de greve nacional para deixar claro que a ideia não é fazer uma grande greve geral, mobilizando os trabalhadores em todas as regiões e categorias para fazer verdadeiramente frente aos ataques de Temer e a direita golpista.

Sequer uma assembleia foi votada para os professores no dia 5, onde poderiam debater como unificar na luta contra a Reforma da Previdência as demandas da categoria e, ainda mais importante, tirar um plano de luta para que o dia dia 5 não seja mais um dia caricato e isolado no calendário.

As propostas levadas pela oposição para mobilizar a categoria foram todas rechaçadas pela direção majoritária, que durante toda a manhã ficou perto de implodir a reunião. Mais uma vez a categoria irá para uma mobilização nacional sem um plano concreto de organização da luta e sem a direção do sindicato passar confiança de que os professores, que assim como toda a classe trabalhadora, rechaçam firmemente a Reforma da Previdência, podem lutar, mobilizar suas escolas e paralisar efetivamente no dia 5.

As duas militantes do Movimento Nossa Classe Educação, ameaçadas por essa direção traidora da Apeoesp declararam ao Esquerda Diário:

"Não é possível que mais uma vez esse seja o papel da direção do sindicato, desorganizar os professores. Nós fomos debater e levar propostas concretas, como organizar assembleias e reuniões em todas as regiões para preparar uma grande força para o dia 5. Temos apenas 5 dias para fazer a greve nacional sair das palavras e palanques das centrais sindicais e ir para os locais de trabalho. A Apeoesp disponibilizará ônibus para os professores irem ao ato conjunto da Av. Paulista dia 5. Achamos que isso é imprescindível. Não nos amedrontamos com as ameaças, continuaremos batalhando por essas ideias nas escolas", disse a professora Luciana Vizzotto, Conselheira Estadual, eleita na subsede da Apeoesp Sudoeste.

Para Marcella Campos, professora da zona norte e diretora do sindicato "as centrais sindicais, com peso importante para a CUT, traíram claramente os últimos chamados de greve e isso custou caro aos trabalhadores, já que possibilitou que o governo aprovasse a Reforma Trabalhista, que está vigente para acabar paulatinamente com a vida dos trabalhadores. Temos que incluir imediatamente na pauta do dia 5 a revogação imediata e total da Reforma Trabalhista. Não podemos permitir que essas direções traidoras dos sindicatos continuem jogando com a vida dos trabalhadores para os seus próprios interesses, no caso da Bebel e da CUT, fazer a gente acreditar que a saída esta em eleger Lula em 2018 para quem sabe talvez ele fazer um referendo revogatório. Isso é traição, e pelo andar da carruagem querem trair o dia 5 também, por isso vamos passar em todas as escolas que pudermos e conversar com o máximo de professores para que tomemos as rédeas dessa greve nas nossas mãos, nos organizando nas nossas escolas para lutar e exigir também que esse dia de paralisação não fique isolado no calendário, esperando as férias, como quer a Chapa 1 da Apeoesp, CUT, CTB, as demais centrais pelegas e, claro, o PT."




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