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POLÍCIA MILITAR | Major admite que PM de SP comete abusos “há 188 anos” e orienta a escapar de filmagens

Em palestra oficial de retreinamento de policiais militares de batalhão da zona sul de SP, um major orientou os policiais a escaparem das filmagens, já que segundo ele a Polícia Militar “faz isso há 188 anos e sempre vai fazer”, em referência aos crimes e violações de direitos cometidos pela corporação.

quinta-feira 30 de julho de 2020 | Edição do dia

Não é surpresa para ninguém que a polícia, em especial a Polícia Militar de São Paulo, comete abusos, violência, extorque e mata, sobretudo a juventude negra. Não à toa estamos falando da polícia considerada a mais assassina do mundo.

Mas a novidade do discurso do Major é que não esconde isso sob o motivo da “segurança”, dizendo abertamente que a Polícia Militar, desde que é polícia, é feita para cometer abusos.

“A PM faz isso há 188 anos e sempre vai fazer. Você, policial, tem que ficar atento porque sempre terá alguém filmando”, foi o que ele disse, segundo duas fontes do UOL.

Os 188 anos referidos pelo major coincidem justamente com a criação da Polícia Militar do Estado de São Paulo, revelando que a polícia, desde que é polícia serve como órgão de repressão e não de segurança para os trabalhadores, os pobres e os negros.

No governo Bolsonaro e durante a pandemia, essa instituição está matando ainda mais, aumentando sua repressão à população e chegando a matar 10% mais pessoas no período de pandemia.

Para responder aos fortes questionamentos gerados pelos protestos internacionais contra a violência policial, que tiveram sua origem com a revolta negra contra o assassinato de George Floyd nos EUA, Doria disse que irá colocar câmeras nos uniformes dos policiais.

Mas, além de excluir do uso das câmeras as unidades da PM mais letais em SP, a afirmação do major em evento oficial da PM deixa claro como essa política de câmeras quer apenas maquiar e legitimar a violência policial, e não vai coibir nenhum abuso, já que como diz o próprio major, a polícia foi e sempre será agente de abusos e repressão.

Essa é a polícia que recentemente nos lembrou o racismo dos policiais supremacistas estadunidenses, ao sufocar um entregador de aplicativo em luta, torturar uma mulher de 51 anos com o pé em seu pescoço e agredir um jovem de 18 anos e seu pai.

Por isso, para essa polícia, não é possível uma “humanização” ou “desmilitarização”, como defendem alguns setores da própria esquerda. A própria fala do Major mostra que não existe outra alternativa que não seja lutar pelo fim dessa polícia assassina e racista e de todas as polícias, que não cumprem outro papel senão o do controle da sociedade de classes, que explora e oprime os trabalhadores, negros, mulheres e LGBTs.




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