Educandos da Escola de Arte e Cultura Augusto Boal foram alvo de repressão por parte da Prefeitura de Meira do PT. Foram enviadas 5 viaturas da guarda para tirar 4 aprendizes do prédio da Escola, ontem pela manhã, e desde então a GM permanece dentro do espaço.
Grazieli RodriguesProfessora da rede municipal de São Paulo
quinta-feira 26 de maio de 2016 | Edição do dia
O coletivo Reverte Boal foi formado pelos aprendizes do Centro Cultural desde que a Secretaria de Cultura e o Conselho Municipal de Cultura lançaram o edital anual de contratação de Arte-educadores que previa terceirizar a contratação desses profissionais e comprometia a qualidade com que os cursos livres e técnicos vinham sendo oferecidos.
Confira o Manifesto do Coletivo na página do facebook
O objetivo do Coletivo é resistir aos ataques da Prefeitura e da Secretaria de Cultura, como fez o CAC - Centro de Arte e Cultura de Hortolândia em 2015. O PT há muito tempo reprime organizações culturais e artísticas na cidade.
Membros do Coletivo falam sobre o conflito
Na manhã dessa quarta-feira, 24 de Maio, os estudantes e todos os frequentadores da Escola de Arte e Cultura Augusto Boal foram expulsos pela coordenadora do espaço, com apoio da Guarda Municipal. Durante todo o dia, o espaço cultural foi militarizado. Havia cerca de 5 viaturas da GM no local que utilizaram de violência física repetidas vezes contra os aprendizes, enquanto os colocavam para fora do espaço público.
Aprendiz do Espaço Cultural e membro do Coletivo Reverte Boal do lado de fora, enquanto a GM bloqueava a entrada no local.
GM expulsando aprendizes da Escola Augusto Boal.
Estudantes e arte-educadores permaneceram no local em vigília do lado de fora, enquanto a GM ocupava o espaço. Conforme já haviam divulgado, organizaram um Sarau em protesto as arbitrariedades da Secretaria de Cultura, estiveram presentes pessoas da comunidade, frequentadores do espaço e artistas da região.
Aprendizes, Arte-educadores e comunidade, durante o Sarau organizado pelo Coletivo, do lado de fora do espaço.
Membros do Coletivo em apresentação teatral durante o Sarau.
Durante toda a noite a GM permaneceu ocupando o local
O Esquerda Diário manifesta seu apoio a toda comunidade do espaço cultural da Escola Augusto Boal e ao Coletivo Reverte Boal. Seguiremos denunciando as arbitrariedades da prefeitura de Meira e sua Secretaria de Cultura. As administrações autoritárias nos espaços culturais não permitem a livre expressão da arte para a juventude e para comunidade de Hortolândia, demonstração disso é o uso da força policial contra esses espaços. Assim como denunciamos o fechamento do Ministério da Cultura pelo governo golpista de Temer, não pouparemos a administração do PT que também persegue e reprime a arte.