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OPINIÃO | Mais uma vez, debate com MPL e movimento: Democracia de base, ainda é possível vencer!

Todos os últimos anos, a cada aumento da passagem, o MPL tem chamado atos. Dois anos e meio depois das jornadas de junho que reviraram o país, mais uma vez a organização do movimento se dá de forma extremamente burocrática. Para aqueles que achavam que o MPL tiraria uma lição das experiências que tivemos, inclusive com o exemplo dos secundaristas, nada de novo no front.

terça-feira 26 de janeiro de 2016 | 00:36

O MPL que busca aparecer muito como democrático utilizando um discurso de horizontalidade, na verdade leva a frente o movimento de maneira totalmente vertical. Um grupo muito pequeno (diante do tamanho da mobilização que existe já e ainda mais da mobilização que será necessária para impor uma derrota aos governos e capitalistas do transporte) decide a portas fechadas as pautas e a organização da luta.

Uma das consequências desta política é que as pautas do movimento não são claras. Certamente os atos são contra o aumento. Mas mesmo a questão da tarifa zero que aparentemente o MPL defende aparece como algo difuso, não se sabe se o movimento está lutando por isso ou não. E existe alguma outra reivindicação ligada a estas?

Mas porque as coisas se dão dessa maneira? Só é possível chegar a conclusão de que o MPL opõe a sua própria construção à construção de um movimento efetivamente amplo e radicalizado que possa arrancar conquistas reais.

Nós do MRT, defendemos um programa que vemos como o mais consequente para esta luta, buscando questionar de fundo a lógica do transporte para encher os bolsos dos empresários. Nosso programa é: contra o aumento, tarifa zero já e estatização do transporte sob controle dos trabalhadores e usuários. Mas ao contrário do MPL achamos que as decisões das pautas e também de questões organizativas como datas, trajeto, segurança, etc, devem ser democráticas e a partir das bases. Todos os setores do movimento, organizados ou independentes devem poder ter o direito de expor suas idéias, para que aprofundemos os debates e assim possamos decidir os rumos da mobilização coletivamente.

É preciso avançar na democracia interna do movimento nos organizando a partir dos diversos locais de estudo e de trabalho onde for possível desde já com assembleias e comandos, e apontando para uma organização democrática com delegados de base em um comando centralizado. Para nós, esta é a única forma de construir um movimento massivo, consciente e radicalizado na perspectiva de vencer esta batalha.

É necessário ter claro, apesar de todos os equívocos da direção do MPL, que levou ao esvaziamento dos atos, a luta ainda não está derrotada, ainda é possível vencer! Se aproxima a volta as aulas, tanto nas escolas públicas quantos nas universidades e a entrada em cena dos estudantes a partir de seus locais do estudo (principalmente dos secundaristas, mas em menor medida também dos universitários) pode dar novo gás ao movimento. Mas para reverter essa situação que hoje aponta para uma derrota do movimento, é preciso mudar seus rumos e formas de organização. É preciso ter como perspectiva massificar o movimento e não construir atos afastados do conjunto da população que só atraem ativistas e militantes já organizados.

Para isso, é necessário que todos os setores que constroem e participam do movimento possam expressar suas idéias e apresentar suas propostas e que decidamos todos coletivamente como irão se dar os próximos passos dessa luta! Ainda é possível vencer, mas o tempo urge!




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