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GOVERNO TEMER | Mais um tucano paulista no governo golpista de Temer

Michel Temer anunciou hoje seu novo líder no Senado, será o tucano Aloysio Nunes. Tal como o influente Ministro das Relações e Comércio Exterior, José Serra, e o Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, trata-se de mais um tucano, e paulista no governo golpista.

quarta-feira 1º de junho de 2016 | Edição do dia

A escolha de um renomado tucano como líder do governo na casa que irá decidir os rumos do impeachment dentro de meses, contrasta com a escolha de um político reacionário e do "baixo clero", André Moura, do PSC de Feliciano e Bolsonaro para ser líder do governo na outra casa, a Câmara. A escolha de Moura foi duramente criticada pela mídia e pelos tucanos.

Enquanto Dilma acusa Temer de ser refém do baixo clero e do PMDB da Câmara, especialmente de Eduardo Cunha, pode-se notar pela composição de seu ministério como procurou agradar muitos nomes da outra ala de seu partido de caciques, o senado. Emplacando ministros para cada oligarca político, do filho de Sarney, à família Garibaldi, passando pelo próprio Jucá e indicados de Renan. É justamente esta ala, crucial para aprovação do impeachment que está sob fogo dos áudios de Sérgio Machado, oportunamente divulgados somente após aprovação das votaçoes da Câmara e Senado.

Com menos de um mês empossado o governo já foi alvo de duas importantes crises abertas pelos áudios do ex-tucano e ex-presidente da Transpetro nos anos de governo do PT. Sérgio Machado, em acordo de delação premiada gravou conversas com diversos eminentes políticos do PMDB e a divulgação de seus áudios levaram a demissão do braço direito de Temer, o senador Romero Jucá (ex-ministro do Planejamento) e também do Ministro da Transparência, ligado ao grampeado Presidente do Senado, Renan Calheiros.

A nomeação de mais um tucano paulista é um sinal de que tipo de governo procura compor, e no front político oferecer boas notícias ao imperialismo e empresários que já criticam a demora em aprovar os ataques pelos quais recorreram ao golpe institucional. Os nomes de sua equipe econômica, com Goldfjan do Itaú no Banco Central e Meirelles na Fazenda renderam muitos elogios, mas dia a dia já se filtram nos grandes jornais criticas de que o governo Temer tem muito anúncio e poucas medidas.

É neste contexto de maior contestação a um governo que não tem a legitimidade das urnas, que toma medidas repressivas contra a juventude, como as adotadas pelos seus parceiros golpistas em SP e no RJ que Temer recorre a mais um tucano paulista em sua entourage.

Temer tem sido alvo de novas investidas tanto do "partido do judiciário" como do "partido da mídia" que ensaiam diferentes políticas que podem ser funcionais a "tucanizarem" mais seu governo antes de lhe garantirem estabilidade ou mesmo partirem a alguma solução mais "drástica" como eleições antecipadas pela via de cassação da chapa Dilma-Temer no TSE.

Enquanto não se decidem entre estas duas políticas o pressionam para executar ajustes mais rápidos e colocar "quadros mais técnicos", "não corruptos" em seu governo. E não há políticos mais blindados de investigação na política nacional que os tucanos paulistas, em que pese as denúncias de Merendão, Trensalão, e longo etc. Seu elogios por feitos "técnicos" datam da ofensiva neoliberal dos 90 e sua preocupação maior que a executada pelo PT com as privatizações e abertura ao capital estrangeiro. Na dúvida para garantir estabilidade nada melhor que nomear mais nomes citados na Wikileaks como agentes ou informantes dos interesses americanos no país.

A presente "tucanização" do governo golpista de Temer atende a dois diferentes jogos e alternativas políticas golpistas. Por um lado o crescente poder tucano paulista e investidas da Lava Jato, do "partido judiciário" e do "partido da mídia" podem ir minando dia-a-dia vários nomes de expressão do PMDB e deixar o governo golpista como um governo tucano de fato, que possa aplainar o caminho normal de tomada do poder destes, em 2018, ou por outro lado, pode, tal como fez o PMDB e o próprio Temer com Dilma e o PT ir armando terreno para junto ao judiciário recorrer a um golpe institucional dentro do golpe institucional para lhes apressar o caminho a mais poder, via novas eleições antecipadas, para isto basta Gilmar Mendes, e outros ministros a ele alinhados no TSE acelerarem os trâmites da cassação da chapa de Temer.

Esta nomeação, de mais um iminente tucano paulista pode atender a qualquer uma das duas táticas para obter um governo mais forte, portanto mais tucano para desferir ataques mais duros e rápidos contra os trabalhadores do que o PT já fazia. Por um lado o outro Aloysio Nunes, velho guerrilheiro convertido em braço forte da burguesia paulista é um anuncio de novas instabilidades no seio do golpismo.




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