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OCUPAÇÕES | Mais do que nunca os professores precisam apoiar os estudantes em luta.

Em 2015 o país levantou o lema da “pátria educadora” e em seguida encontramos os maiores ataques a educação no Brasil. Foram cortes de 13 bilhões da educação e em seguida greves das universidades federais combatendo o governo do PT, greve dos professores do Paraná e sua dura repressão, greve dos professores do Estado de São Paulo devido ao não reajuste salarial, privatização da administração da educação publica do Estado de Goiás tendo todos estes processos sob os governos do PSDB e diversas mobilizações em torno da escola em diversas cidades no mais diferentes partidos.

segunda-feira 7 de dezembro de 2015 | 23:54

No segundo semestre o governo do Estado de São Paulo se aproveitando da derrota da greve dos professores e se aproveitando da baixa correlação de força do movimento sindical coloca a proposta absurda da reorganização escolar que nada mais era um pretexto para cortar gastos, deixar professores concursados adidos e os categorias “O” ficaram sem aulas que na pratica é demissão, demissão de trabalhadores terceirizados, fechar escolas e inúmeras classes. O governo tucano pensava que somente existiam em cena os professores, mas esqueceu do poder latente dos estudantes secundaristas. Com atos em mais de 40 cidades pelo estado inteiro, muita propaganda, diversos abaixo assinados, manifestação de inúmeros artistas e alguns blogueiros, exemplos como o de Marília de diversos Saraus misturando cultura e política e a atuação de uma camada nova de ativistas no movimento secundaristas gerou o segundo maior levante estudantil desde o Fora Collar, mas o atual movimento é muito mais radicalizado.

O que devemos aprender com eles

Enquanto que sobre duras penas aprendemos em nossa greve de 92 dias o papel decisivo dos fundos de greve para manutenção de nossa luta e a importância dos comandos de greve serem responsáveis pela direção das mobilizações. Os estudantes a revelia das entidades imobilizadas e burocratizadas - da UMES, UPES e UBES-, mas do mesmo jeito nos professores a APEOSP que com as mesmas direções da CUT e CTB, braços sindicais do PT e do PCdoB, tem empreendido as mais sujas táticas para trair o movimento e estrangular a luta dos estudantes e isolar o setores em luta, mesmo assim os secundaristas conseguiram ocupar mais de 200 escolas. Outro objetivo político desses grupos é que as criticas fiquem restritas aos governo do PSDB e que não se comente sobre os cortes perpetrados pelo governo Dilma.

Mesmo sem nenhuma comprovação do fim da reorganização escolar as burocracias estudantis buscam pressionar para que inúmeras escolas desocupadas com o discurso que já vencemos e por isso não é mais necessário lutar, mesmo por fora da avaliação que o movimento dos estudantes pode lutar por mais. Outro lado retrata a total despreocupação dessas entidades no combate a repressão dos secundaristas e não apresenta nenhum plano de combate a repressão policial e administrativa.

Esses organizadores de derrotas não são invenções e disputam o movimento para acabar com ele. Nesse cenário as ações dos estudantes de ocupação, combinado a articulação do comando das ocupações, com o boicote ao Saresp e junto com mais escolas sendo reconstruídas demonstra a radicalidade de um movimento que está questionando a educação como um todo.

Os estudantes estão desatando os nós de nossa categoria

Devido a anos de traições do sindicato, a toda uma impressa que falava sobre o fim da classe trabalhadora e que o capitalismo é o único sistema viável tivemos muitos ativistas que foram ficando desmoralizados e se conformando com a miséria da escola publica. Agora exemplos de radicalidade e organização dos estudantes podem ser uma experiência importante para os professores se auto-organizarem.

Com décadas de repressão no espaço de trabalho e dividindo a categoria entre concursados ou não, entre A,B,C até o O tivemos nossa moral deprimida e temos muito medo de ser reprimido nos corredores por se manifestar politicamente. Agora nesse momento devemos no alçar a discutir um programa da melhoria da educação, mas essas melhorias terão mais chances de ocorrer se houver se os estudantes e os professores passarem a se unir nessas lutas.

Ao mesmo tempo reconhecer que diversos estudantes que estão passando mais de um mês ocupando suas escolas e sendo reprimido pelo plano de guerra do Alckmin, pela policia e pelo trafico estão em total solidariedade em defesa de nossos empregos e condições de trabalho.

Construir entre os professores apoio ativo aos secundaristas

Nesse momento em que o movimento, mesmo contra as traições e as manobras retóricas dos Tucanos decidiu partir em ofensiva. Nesse momento é de fundamental importância construirmos com nossos companheiros de trabalho (professores, merendeiros, inspetores e trabalhadoras terceirizadas) apoio efetivo com doações de alimentos, participando das vigílias e etc. Sobretudo é de fundamental importância construirmos o ato do dia 9/12, 17h00, no vão do MASP, na capital de São Paulo, para conseguirmos vitoria.




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