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Chamado | Maíra Machado: “É preciso construir uma campanha unificada pela revogação integral da reforma trabalhista!”

Maíra Machado, professora da rede pública em Santo André-SP, dirigente do grupo de mulheres Pão e Rosas e do MRT, falou ao Esquerda Diário sobre a necessidade de articulação para uma grande campanha unificada contra a reforma trabalhista que assola as condições de trabalho da população.

segunda-feira 14 de fevereiro de 2022 | Edição do dia

“Na semana em que, hipocritamente, o governo federal solta propaganda política sobre “modernização” das relações de trabalho no país, com direito a Lorenzoni falando de “sensibilidade” com as pessoas, é preciso reforçar, é urgente construirmos de maneira unificada uma campanha pela revogação integral da reforma trabalhista, articulando com a demanda pela revogação de todas as reformas e privatizações. Este é o chamado do MRT e Esquerda Diário, que a partir da construção do Pólo Socialista e Revolucionário, fazemos aos setores à esquerda do PT.

O governo mente. “Lei de liberdade econômica", “modernização” das relações de trabalho, uma série de programas que, durante a pandemia, em nome de salvar a economia e os empregos, salvaram os grandes lucros de mega empresários, formam juntos o arsenal de propaganda neoliberal do governo Bolsonaro e Mourão.

Na prática, na vida cotidiana do trabalhador brasileiro, o significado de tais medidas é de perda de direitos, instabilidade, menores salários, trabalho intermitente e até trabalho voluntário! Não há retrato mais cruel da precarização do trabalho que o brutal assassinato de Moïse, que ao cobrar seu salário, ao negociar diretamente com o patrão, como permite a reforma trabalhista, foi espancado até a morte. Uma barbárie que precisa ser combatida com a unidade dos trabalhadores em luta, encarando as raízes profundas da precarização, do racismo e xenofobia.

A reforma trabalhista, assim como as que vieram depois, junto também a uma série de privatizações e aprofundamento da terceirização, são o legado econômico do golpe institucional neste país, que em nome do salvamento dos grandes capitalistas nacionais e internacionais, precisava atacar muito mais os direitos dos trabalhadores e setores oprimidos do que o PT era capaz de fazer naquele momento. Ao redor de Bolsonaro, Mourão e Paulo Guedes, a burguesia se uniu para não só manter os ataques do PT, mas aprofundar as reformas e privatizações.

Hoje, anos depois do início da aplicação dessas medidas, imersos uma situação de degradação social e o derretimento do governo Bolsonaro, Lula, que volta ao jogo político com a tarefa de conter a explosão de um caldeirão de miséria, precarização e fome, fala sobre mexer nas reformas, mas rapidamente muda o discurso, já que na sua aliança com o neoliberal Alckmin, se mostra o verdadeiro projeto de país que sempre teve, de conciliar os inconciliáveis interesses do povo pobre e trabalhador com a sanha de lucro capitalista. Se já em sua década de governo ficou demonstrado os limites claros dessa estratégia para a resolução dos problemas profundos do Brasil, veremos novamente em breve a falência desse projeto em meio a um novo mundo, imerso em crise econômica e instabilidade social.

Enquanto isso, CUT e CTB seguem sem organizar os trabalhadores para lutar contra as medidas do governo que segue atacando direitos, isso porque temem mais a força dos trabalhadores em movimento do que a aliança de Lula com a direita neoliberal.

Não é possível que a esquerda, PSOL, PSTU, PCB e UP, aceite isso passivamente. Por isso nós do MRT e do Esquerda Diário, que construímos o Pólo Socialista e Revolucionário fazemos um chamado público, em especial para construirmos de maneira unificada uma campanha pela revogação integral da reforma trabalhista, articulando com a demanda pela revogação de todas as reformas e privatizações.

A partir do Pólo Socialista e Revolucionário, vemos que essa campanha pode começar com a articulação das Centrais sindicais da esquerda, como a CSP-Conlutas, as Intersindicais, junto a movimentos sociais, parlamentares críticos às reformas, tudo em função de impulsionar a organização dos trabalhadores nos locais de trabalho, a fim de construirmos uma força que mostre essa luta como uma necessidade fundamental para a vida do povo pobre e trabalhador organizando agitação, panfletagens e atividades públicas, que obriguem as grandes Centrais a colocarem de pé um plano de lutas nacional."




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