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ENQUANTO PEDIRÁ À INTERPOL A CAPTURA DE EX SECRETÁRIA GERAL | Maduro enviara carta a Trump buscando diálogo e clama ao papa por ajuda

Maduro, realizou nesta terça-feira uma coletiva de imprensa com mídias internacionais e nacionais na qual clamou pela ajuda do Papa, afirmando que enviaria carta a Trump por diálogo, sem deixar de continuar sua investida contra a ex Secretária Geral.

quinta-feira 24 de agosto de 2017 | Edição do dia

Da Colômbia foi informado que Luisa Ortega Díaz, que fugiu da Venezuela através por Aruba e se locomoveu de lá à Colômbia, partia nesta terça-feira ao Brasil, enquanto Maduro, durante uma coletiva de imprensa com mídias nacionais e internacionais do palácio de Miraflores, declarava que tanto a ex Secretaria Geral como seu marido “serão chamados pelo código vermelho e espero que se cumpra (...) eu espero que estes delinquentes sejam entregues à justiça venezuelana para que se faça justiça em território e jurisdição da Venezuela".

Do conflito com a Colômbia por ter declarado que a ex Secretária Geral tinha a proteção do governo e que se solicitasse o asilo político este seria concedido, chegando a afirmar que Santos continuou com a “repugnante tradição de ex-mandatários” de seu país de dar “proteção ao venezuelanos associados ao terrorismo” e “ao narcotráfico”, a passar diretamente contra o Brasil. Maduro declarava que "o governo golpista de Brasil acolhe estes fugitivos da justiça venezuelana, a ex Secretaria Geral e seu marido”, o qual acusou de ser o chefe de cartel do Ministério Público” em alusão às acusações feitas pela alta cúpula do PSUV contra Ferrer, que implicam em uma suposta rede de extorsão.

Maduro remarcava "¿O que pode fazer contra nós, além de mentir?", acusando agora Luisa Ortega Díaz e seu marido de se ter escondido atrás de uma “máscara chavista” enquanto chegavam a acordo com os Estados Unidos “para fazer mal Pa Venezuela”. Mas a questão de fundo da Secretária de escolher o Brasil pode ser para terminar de completar as provas sobre o caso Odebrecht argumentando “que temos a informação e os detalhes de todas as operações e montantes e personagens que se enriqueceram”na Venezuela, uma “investigação que envolve o senhor Nicolás Maduro e seu entorno”, de acordo com suas declarações.

Relembremos que Luisa Ortega Díaz, passou de ser uma importante figura do chavismo para transformar-se na maior “traidora” da chamada “revolução bolivariana” e agora, segundo as palavras de Maduro, passou a ser parte de “toda uma rede que protegia a corrupção”. Assim, como agora, para ex Secretaria Geral, o próprio Maduro estaria envolvido em todo o sistema de corrupção do caso Odebrecht. Na verdade, tudo isso mostra em seu conjunto e a olho nu todo um governo em decomposição e carcomido por altos níveis de corrupção, questões que já eram tidas como segredos às vezes.

Durante esta mesma coletiva de imprensa, Maduro também informou que enviará uma carta à Trump, na tentativa de diminuir as “tensões” entre a Venezuela e os EUA, ao mesmo tempo que reiterou que deseja “uma relação melhor” com dito país. “Queriamos ter uma relação melhor com o presidente Trump, tomara que ao menos responda a carta que lhe vou enviar, tomara que a leia e tomara (...) que mais cedo que tarde possamos ter um contato direto, telefônico…” insistiu.

Maduro sempre insistiu em estabelecer um diálogo direto com os Estados Unidos. No último 11 de agosto, Donald Trump rechaçou a proposta de Maduro, de manter uma conversa telefônica até que se “reestabeleça a democracia no país” segundo informou então a Casa Branca. Esta informação surgiu no mesmo dia em que Trump cogitou pela primeira vez utilizar as forças armadas como opção na Venezuela. Tal qual como havia declarado no último 11 de junho, que tinha aprovado reuniões de “alto nível” com os Estados Unidos, e que se mostravam à disposição de dialogar com Donald Trump. Tudo isso no marco no qual o governo de Trump decidiu ter uma política mais agressiva e intervencionista na Venezuela, chegando inclusive a impor sanções ao próprio Maduro e a uma grande quantidade de funcionários do alto escalão político.

Maduro também pediu ajuda ao papa Francisco para que intercedera aos Estados Unidos, exortando ‘que o Papa nos ajude a impedir que Trump lance suas tropas e invada a Venezuela. Peço ajuda ao papa contra a ameaça militar dos Estados Unidos. Que não me abandone, que não nos abandone”, remarcando que “Clamo pelo espírito cristão verdadeiro do papa e acredito nele”.

Maduro chegou a “questionar” a atuação do Vaticano da crise do país por considerar que se inclinava para a oposição, sobretudo seu secretario de Estado, Pietro Parolin, buscando diferenciar toda esta atuação da própria figura do papa Francisco. Mas o Vaticano continua atuando em consonância com a política da figura papal e não por casualidade, seu secretario de Estado, se reunia com o ministro russo de Relações Exteriores, Serguei Lavrov, em Moscou, para tratar diretamente do assunto de Venezuela, considerando a proximidade do governo de Putin com o de Maduro.
Assim o secretário cardenal Pietro Parolin, opinava neste mesmo dia que Rússia poderia contribuir no diálogo com Venezuela tendo em vista suas “estreitas relações” com Maduro.

Em uma coletiva de imprensa ao final de uma reunião com Serguéi Lavrov, Parolin declarava que: "Acredito que a Rússia pode ajudar neste momento difícil, porque tem umas estreitas relações com Venezuela, e por isso pode contribuir ao diálogo”. Enquando Lavrov declarava que “Desde o primeiro momentos nós temos respaldado as iniciativas da Santa Sede para reconciliar as partes (que se enfrentam na Venezuela) e este foco continua sendo totalmente válido para a situação atual”, ressaltando que “muitos atores externos podem ajudar com o estabelecimento de diálogo entre as partes que se enfrentam”.

Como vemos, todo o emaranhado de negociações na crise do país segue seu curso, tanto no plano internacional, e inclusive no plano nacional, que é o que se deu a entender pela disposição da oposição aglutinada na chama Mesa de Unidade Democrática (MUD) de participar nas próximas eleições para governadores no mês de outubro, e inclusive já declarou que realizarão uma interna para definir os candidatos neste dia 10 de setembro.

Maduro até pediu ajuda ao papa Francisco para que interceda frente à ativa política que vem tendo a direita continental. Assim, lhe pede ao papa que lhe ajude frente a “obsessão”, a “prepotência” e a “agressividade” do presidente da Argentina, Mauricio Macri, assim como frente ao seu homólogo brasileiro, Michel Temer, dos presidentes que junto a outros 10 governos da região tem denunciado o “humor autoritário” de Maduro. O presidente confia que Francisco "siga ajudando com o caminho do diálogo, da paz, do entendimento (…)".

Tanto Macri quanto Temer são parte de todo um bloco regional dos governos de direita, intervindo na Venezuela, que vêm atuando em consonância com a política e as sanções apelidadas pelos Estados Unidos. Recentemente Macri declarou, logo após a reunião que manteve com o vice presidente estadounidense, Mike Pence, que “temos que extremar a posição política e econômica para que uma democracia seja reestabelecida o antes possível”, destacando a unanimidade dos governos direitistas no continente, com a liderança dos Estados Unidos.

Como vemos, apesar da contínua presença de rua que durante mais de quatro meses e meio manteve a oposição elevando a virulência política no país tenha diminuído, além de que ao momento a direita se mostra um tanto na defensiva e o governo de Maduro parecia haver se imposto, com o fiel apoio das Forças Armadas, o que lhe permitiu montar uma fraudulenta Assembleia Constituinte.

As negociações tanto no plano internacional como no nacional se estariam desenvolvendo, pois tal como chegamos a sustentar, Maduro buscava montar sua inventada Consttuinte para negociar de outra localização, em momento que a ingerência imperialista e o intervencionismo de direita segue seu curso buscando fazer avançar a direita. Entre todos os emaranhados que possam acontecer, os que não sairão beneficiados de nenhuma forma serão os trabalhadores e o povo pobre, que já passam quatro anos sofrendo a esmagadora crise econômica nas suas costas, vendo suas condições de vira serem rebaixadas e aumentando seus sofrimentos.




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