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PRÉ-CANDIDATURAS REVOLUCIONÁRIAS DO MRT | MRT lança pré-candidaturas contra Bolsonaro, os golpistas e capitalistas por filiação democrática no PSOL

Conheça as propostas das pré-candidaturas para vereadores (as) do Movimento Revolucionário dos Trabalhadores. Em São Paulo, será uma pré-candidatura coletiva: a Bancada Revolucionária de Trabalhadores com Diana Assunção, Letícia Parks e Marcello Pablito. O MRT também apresenta as professoras da rede pública Maíra Machado em Santo André (SP), Carolina Cacau no Rio de Janeiro e Flavia Valle em Contagem (MG), além da estudante e jovem trabalhadora Val Muller em Porto Alegre. São candidaturas de mulheres, negros e negras, que são trabalhadoras e trabalhadores que participaram de diversas lutas da classe trabalhadora, da juventude e contra o racismo, o machismo e a LGBTfobia.

terça-feira 1º de setembro de 2020 | Edição do dia

As pré-candidaturas são lançadas através da legenda do PSOL, que foi concedida democraticamente para que o MRT pudesse defender suas próprias posições diante desta grave crise que vivemos no Brasil. O Esquerda Diário conversou com alguns dos pré-candidatos para que expliquem suas principais ideias.

Diana Assunção, da pré-candidatura coletiva de São Paulo, colocou que “Nestas eleições municipais em cada uma das cidades em que apresentamos nossas pré-candidaturas nos propomos a erguer uma voz a serviço de impulsionar a luta independente das trabalhadoras e trabalhadores, da juventude e contra o racismo, o machismo e a LGBTfobia. Não desconectamos nossas respostas para cada uma das cidades específicas das batalhas contra os ataques à classe trabalhadora de conjunto, estamos contra Bolsonaro, os golpistas e os capitalistas. Lutamos contra o desemprego e a precarização para unir a classe trabalhadora enfrentando a extrema direita de Bolsonaro e Mourão e as instituições do golpe institucional, como STF e Congresso Nacional. Em São Paulo, me uno a outros lutadores, Letícia Parks e Marcello Pablito com quem compartilho longos anos de militância para através da Bancada Revolucionária dos Trabalhadores batalhar por esse programa. O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo onde 0,1% da população detém a esmagadora maioria da riqueza do país. Este é o cenário que faz com que o auxílio emergencial tenha diminuído a extrema-pobreza, mas agora o governo diminuiu esse valor e vai jogar de volta os trabalhadores na miséria. Bolsonaro faz demagogia com o auxílio, mas quer avançar nas privatizações e nos ataques aos trabalhadores. Por isso, temos que ir na raiz do problema da desigualdade, porque os lucros dos banqueiros e dos empresários seguem intactos na crise enquanto os trabalhadores estão pagando os seus custos com demissões, com precarização da vida, voltando a trabalhar 15 horas por dia sem nenhum direito, querem nos fazer retroceder em séculos de legislação trabalhista. Temos de lutar pela divisão das horas de trabalho entre todos os trabalhadores e trabalhadoras, para que todos tenham emprego; a redução da jornada de trabalho sem redução salarial, com um plano de obras públicas controlado pelos trabalhadores, parte de uma reforma urbana radical que exproprie os imóveis que hoje são parte da asquerosa especulação imobiliária em São Paulo.”

Letícia Parks, da pré-candidatura coletiva de São Paulo, acrescentou que “As eleições municipais deste ano ocorrem em meio à uma grave crise sanitária e econômica que vem sendo descarregada nas costas dos trabalhadores. A pandemia expôs violentamente as contradições de um sistema social em que a ampla maioria das mortes tem raça e classe. Tanto o asqueroso discurso negacionista de Bolsonaro e a extrema direita, como a demagogia das demais alas do sistema político, convergiram em garantir o lucro dos patrões, e são responsáveis diretos pela situação dos trabalhadores espremidos entre o risco da exposição ao vírus e a ameaça do desemprego e da miséria. Nossas pré-candidaturas vem para defender uma estratégia que possa de fato construir a unidade necessária para resistir aos ataques de Bolsonaro, dos golpistas e capitalistas: a unidade da classe trabalhadora, que mostraram novamente que são os que movem o país e salvam vidas, junto aos movimentos sociais, ao povo negro, às mulheres e LGBT.”

Marcello Pablito, também da pré-candidatura coletiva de São Paulo, afirmou que “O Brasil tornou-se epicentro da crise sanitária, com mais de 120 mil mortes até o momento. Só em São Paulo, atingimos a marca de 30 mil óbitos ultrapassando a Espanha em casos fatais sob a gestão tucana de Doria no estado e de Covas na capital, que ainda assim miram na reabertura das escolas sem nenhum tipo de consulta e preparo prévio junto a comunidade escolar. Mesmo diante dessa gravíssima situação, Bolsonaro e o restante do sistema político cumpre rigorosamente a Lei de Responsabilidade Fiscal, que seqüestra o orçamento público em nome do pagamento da dívida pública a banqueiros e especuladores financeiros. Esse mecanismo está combinado de maneira perversa com o Teto dos Gastos, que constrange os gastos em saúde, transporte e educação para canalizar ao pagamento dos juros da dívida. Recusa-se a estender o auxílio emergencial e elevar seu valor para às milhões de famílias ameaçadas pela miséria e pela fome, enquanto dá liberdade completa para que os empresários demitam. Aproveitam a pandemia para intensificar a precarização, retirando ainda mais direitos trabalhistas e rebaixando o nível geral de vida da população, como vemos no ataque de Bolsonaro e Guedes aos Correios ou na PL 529 de Doria para precarizar os serviços públicos de São Paulo. Nossas pré-candidaturas se colocam a denunciar os fundamentos desse sistema político que une Bolsonaro e golpistas nos ataques em nome dos capitalistas e propor uma agenda dos trabalhadores para superar a crise, revogando, por exemplo, a Lei de Responsabilidade Fiscal e o Teto de Gastos, fazendo com que os capitalistas paguem pela crise”.

Carolina Cacau, professora da rede pública do RJ, explicou que: “Como disse o Pablito, nas eleições municipais é muito importante para nós apresentarmos um programa para que sejam os capitalistas que paguem pela crise. Não se pode descolar a luta em cada município do enfrentamento com os grandes capitalistas nacionais e estrangeiros, que roubam nossas riquezas naturais e tiram a cada dia mais direitos dos trabalhadores. É inaceitável que enquanto nosso povo está morrendo, sofrendo com a fome e o desemprego, tenham bilionários se enriquecendo mais na pandemia. É por isso que vamos defender uma série de demandas em cada município que são de mudanças radicais, que exigem uma forte mobilização, que passa pela luta por romper a paralisia imposta pelas direções das centrais sindicais, especialmente a CUT e CTB (dirigidas pelo PT e PCdoB). Vamos batalhar para que os trabalhadores nas ruas barrem as demissões, uma luta para impedir que milhões de famílias percam seus postos de trabalho. Os trabalhadores ocupam as posições estratégicas da eocnomia e fazem funcionar a sociedade, e os capitalistas que enriquecem explorando o trabalho querem debilitar essas posições. Lutamos pela efetivação, sem necessidade de concurso ou processo seletivo, dos terceirizados e de todos trabalhadores da saúde e dos serviços essenciais que foram contratados na pandemia. Também, para que se inicie já um grande plano de obras públicas para uma reforma urbana radical das cidades que enfrente o problema da moradia precária, da especulação imobiliária e do desemprego, além de outras demandas que possam resolver a situação emergencial dos trabalhadores e do povo de cada município. Dizem que não tem dinheiro pra essas coisas, mas tem sim. É necessário ir à raiz dos problemas, rompendo com os imperialistas e o capital financeiro impondo a anulação de todas as reformas que passaram desde o golpe institucional, assim como a taxação progressiva das grandes fortunas, quanto o não pagamento da dívida pública, que sangra toda a riqueza nacional para os banqueiros.”

A professora Flavia Valle, professora de Contagem, complementou: “Nossos pré-candidatos querem contribuir para uma luta mais consequente contra Bolsonaro, a extrema direita e os golpistas. É por isso que defendemos que é necessário lutar para derrubar Bolsonaro, mas que a força dos milhões que querem isso urgentemente, não se limite ao impeachment que vai dar lugar a Mourão que vai continuar os mesmos ataques. Também queremos alertar que nossa luta precisa ser contra todos os golpistas, como muitos dos opositores a Bolsonaro que depois de um discurso demagógico estão na pandemia agindo igual a ele. Não podemos achar que vamos ter as demandas do povo de fato atendidas sem um enfrentamento com todo o sistema político que foi parte do golpe institucional, como o STF, a justiça golpista e o parlamento. São eles que abriram espaço para Bolsonaro e agora que o sustentam no poder sem sequer levar à frente as investigações sobre Queiroz e o clã Bolsonaro, enlameado em corrupção e relações com milicianos. Em cada município temos os golpistas de todo tipo que precisamos combater. É por isso que nestas eleições centraremos uma enorme energia na luta contra Bolsonaro e os candidatos nos municípios da extrema direita e da direita tradicional, mas seguiremos insistindo para toda a esquerda levantar conosco a luta para que seja o povo a decidir os rumos do país através de uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana. Contra a podridão desse regime, não basta mudar os jogadores, é preciso mudar as regras do jogo a serviço dos trabalhadores.”

Val Muller, pré-candidata em Porto Alegre, explicou que “Para nós é um erro dos setores da esquerda que se apresentam nestas eleições municipais, como se fosse possível ter uma “gestão eficaz e humanizada” das prefeituras separada de um enfrentamento baseado na luta de classes e contra os golpistas, os capitalistas e o imperialismo. Isso só levará a repetir experiências desastrosas que só abriram mais espaço para a direita, no Brasil e em diversos países, como o Syriza na Grécia, ou os municípios dirigidos pelo Podemos no Estado Espanhol. A utopia reformista gera ilusões que, quando frustradas, fortalecem a direita. É por isso que para nós a esquerda deveria também encarar essas eleições como preparatórias dos grandes combates que estão por vir, no Brasil e no mundo. Estamos vendo uma série de lutas profundas nos Estados Unidos, na França, no Chile e não teremos dúvida que vão se dar no Brasil. É tarefa da esquerda nessas eleições apontar essa perspectiva e dizer que é para isso que temos que nos preparar unindo todos os que se colocam por uma perspectiva de independência de classe e se apresentam como alternativas à esquerda do PT, para construirmos uma força social de milhões no país que sejam capazes de pressionar as burocracias sindicais a impulsionar um plano de lutas. Em Porto Alegre estou junto à juventude Faísca, em aliança com os trabalhadores rodoviários, contra Marchezan e a máfia dos transportes, batalhamos pela readmissão do companheiro Digão, demitido político da empresa Tinga e contra os cortes de salários. Defendemos também a proibição de todas as demissões e a estatização dos transportes sob controle dos trabalhadores.”

Maira Machado, professora de Santo André, complementou: “É por isso que viemos também lutando contra as alianças com partidos burgueses como o PDT, PSB e REDE, que o PSOL vem em várias cidades, bem como as alianças eleitorais com partidos de conciliação de classes como o PT. Uma coisa é que precisamos da mais ampla unidade nas lutas concretas, da classe trabalhadora, dos sindicatos e movimentos sociais. Isso é fundamental. Outra é vir dizer que o caminho para enfrentar a extrema direita são alianças eleitorais com burgueses e reformistas, que abriram caminho para o bolsonarismo. Essa unidade vai fortalecer os inimigos e não preparar a resistência. Se aliar com partidos burgueses já é o maior absurdo, mas o PT, que administrou o capitalismo por 13 anos, que aplica reforma da previdência nos estados onde governa, não pode ser aliado nas eleições. Por isso somos intransigentes na defesa da independência de classe colocando nossas candidaturas em defesa desse princípio, como minha companheira Lívia Tonelli que rompeu sua pré-candidatura após a confirmação da coligação entre PT E PSOL em Campinas. Estamos discutindo estes elementos com toda a base votante do PSOL, que corretamente quer uma alternativa à esquerda do PT, e compõe uma importante base social para construirmos um pólo de independência de classes no Brasil. Isso é fundamental para estarmos melhor preparados para o vem no pós-eleições”.

Siga acompanhando pelo Esquerda Diário as atividades e propostas das pré-candidaturas do MRT, abaixo colocamos alguns links e detalhes dos pré-candidatos para que se possa aprofundar no que defendem em cada cidade e suas trajetórias e lutas.

Por uma São Paulo dos trabalhadores apresentamos a Bancada Revolucionária

A Bancada Revolucionária de Trabalhadores é uma pré-candidatura coletiva para vereador em São Paulo. Compõe essa pré-candidatura 3 lutadores de longa data pelas pautas dos trabalhadores, das mulheres, dos negros e negras, dos LGBTs e de toda a juventude: Diana Assunção, Letícia Parks e Marcello Pablito. Conheça um pouco da trajetória de cada um:

Diana Assunção

“Minha trajetória é marcada pelas lutas das trabalhadoras terceirizadas da Universidade de São Paulo onde trabalho há 12 anos, mas também pela luta das mulheres contra a violência, pelo direito ao aborto legal seguro e gratuito, contra o patriarcado e o capitalismo. Em 2008 fundei com outras companheiras no Brasil o grupo de mulheres Pão e Rosas para aliar a luta contra a opressão com a luta contra a exploração capitalista. ”

Letícia Parks

“Sou Letícia Parks, professora e fundadora do grupo de negras e negros anticapitalistas Quilombo Vermelho.Minha trajetória militante é marcada pelas lutas da juventude junto da classe trabalhadora. Participei de greves, ocupações e atos de rua em apoio a cada luta de trabalhadores aqui em São Paulo. Também me manifestei contra os aumentos das tarifas, contra a violência policia e fui às ruas com as milhares de mulheres que lutaram contra a cultura do estupro, pela legalização do aborto e pelo direito ao nosso corpo.”

Marcello Pablito

“Sou Marcello Pablito, trabalhador da USP, e fundador da agrupação de negras e negros Quilombo Vermelho. Minha trajetória é marcada pelas lutas dos trabalhadores da Universidade de São Paulo onde trabalho há 14 anos, mas também pela luta das negras e negros contra o racismo e o capitalismo e as batalhas do conjunto da nossa classe. Pude contribuir com a organização dos trabalhadores em várias greves ao lado de meus companheiros do bandejão da USP onde trabalhei 12 anos, para a organização de negras e negros a partir da Secretaria de Negras e Negros e Combate ao Racismo do Sindicato dos Trabalhadores da USP onde pudemos atuar em defesa dos imigrantes haitianos e africanos.”

Ver também: MRT lança a pré-candidatura da Bancada Revolucionária de Trabalhadores a vereador em São Paulo

Professora Maíra Machado por uma Santo André -SP dos trabalhadores

“Sou Maíra Machado, professora da rede pública estadual há 10 anos. Trabalho no Jardim Guarará, onde tenho amigos e alunos queridos. Santo André é minha cidade, onde cresci, estudei e aprofundei a visão de que é preciso revolucionar essa sociedade pela raiz junto com os trabalhadores, as mulheres, negros, LGBTs e a juventude. Minha vida militante está fundada na defesa das mulheres trabalhadoras, das terceirizadas, empregadas domésticas, trabalhadoras da saúde, professoras.”

Veja também: Professora Maíra Machado, fala sobre sua pré-candidatura em atividade do PSOL

Carolina Cacau para um Rio de Janeiro dos trabalhadores

Sou Carolina Cacau, sou professora da rede estadual em Nova Iguaçu (RJ) e uma das fundadoras do grupo de negras e negros Quilombo Vermelho - Luta Negra Anticapitalista. Quero lutar por um Rio de Janeiro para os trabalhadores, aqueles que carregam essa cidade nas costas, para todos negros e nordestinos que vivem em condições indignantes nas favelas, sem emprego digno e sem moradia.

Veja mais sobre Carolina Cacau aqui

Val Muller para uma Porto Alegre dos trabalhadores

Nessa cidade, onde moro desde que nasci, é também onde pude compartilhar muitas batalhas com rodoviários, professoras(es), municipários, entregadores de app, estudantes, meus ex-colegas do telemarketing e outros setores. Contra a política de Marchezan, que fechou postos de saúde no início do ano e agora reabre o comércio sem sequer testar massivamente os trabalhadores para satisfazer a extrema direita, contra os parcelamentos e atrasos de salários de Leite. Pela proibição de todas as demissões! Pelo não pagamento da dívida pública aos banqueiros.

Flavia Valle por uma Contagem dos trabalhadores

Sou Flavia Valle, professora da rede pública estadual de Minas Gerais desde 2011, quando batalhávamos contra a gestão do PSDB e os ataques dos tucanos à educação pública. Formada na UFMG, trabalho desde 2016 no Eldorado, na Escola Estadual Helena Guerra, onde tenho amigos educadores e estudantes queridos. Sou fundadora com muito orgulho do grupo de mulheres Pão e Rosas em Minas Gerais.

Veja mais sobre Flávia aqui




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