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15M | MRT e Esquerda Diário no 15M: lutamos contra a reforma da previdência e os cortes na educação

quinta-feira 16 de maio de 2019 | Edição do dia

A mídia bem que tentou desmobilizar, mas não conseguiu. Publicaram Fake News desmentindo os cortes, tentaram incentivar o envio de fotos caluniosas contra as universidade, tentaram até inventar um cancelamento do corte de verbas. Mas não colou. Centenas de milhares foram às ruas. Enquanto as ruas do centro de cada capital do país enchiam de jovens, de professores, de trabalhadores da educação, a grande mídia tentava diminuir os protestos. Mas já não tinha como. Agora a batalha dela tornou-se outra: esconder o grito que se faz presente nas ruas, não só contra o corte na educação mas também contra a reforma da previdência.

Segundo os organizadores, mais de 1 milhão de pessoas em centenas de cidades ao redor do país se manifestaram contra os ataques de Bolsonaro à educação. Uma resposta cuja magnitude o próprio governo não esperava, no primeiro grande ato contra a presidência bolsonarista, que moralizou estudantes e trabalhadores para enfrentar não apenas os cortes na educação, mas também o principal ajuste neoliberal do governo e seu "centro de gravidade": a reforma da previdência.

Nós do Esquerda Diário, e do Movimento Revolucionário de Trabalhadores, dedicamos toda nossa energia para construir em cada local de estudo e trabalho uma forte paralisação nesta data. Participamos de assembleias em dezenas de cursos e faculdades, em escolas buscando organizar estudantes, professores, trabalhadores e suas famílias a tomarem as ruas hoje com uma clara perspectiva: “Nosso futuro não se negocia: uma só luta! Contra a reforma da previdência e os cortes de Bolsonaro.”

Milhares de cartazes com esses dizeres foram entregues a manifestantes em diversas cidades do país, junto a este cartaz expusemos a milhares, nas ruas o que é diariamente escrito nessas páginas online, é preciso batalhar contra essa manobra de dividir a luta contra os cortes da luta contra a reforma da previdência.

Leia aqui o panfleto distribuído a milhares de manifestantes pelo país

A Juventude Faísca, impulsionada pelo MRT, esteve presente em diversos atos pelo país, tendo batalhado previamente em assembleias e reuniões de diversas universidades federais, e nas universidades estaduais paulistas, pela unificação das pautas: contra os cortes e a reforma da previdência.

Veja também a fala de Vick Santello, militante da Faísca e estudante da Letras-USP, no trancaço da USP:

Antes do raiar do dia, os militantes do MRT e do Esquerda Diário estavam organizando as paralisações e contribuindo na cobertura jornalística desta importante manifestação. O dia amanheceu com um trancaço no portão principal da USP. Logo depois as ruas de BH já transbordavam de jovens e professores.

No trancaço da USP, Marcello Pablito, diretor do sindicato dos trabalhadores da USP e dirigente do MRT mostrava como a manobra de separar a luta da educação da luta contra a reforma da previdência é funcional a Bolsonaro que quer as duas medidas para liberar mais dinheiro aos bilionários donos da dívida pública. Parte do Movimento Nossa Classe, que esteve presente em várias cidades do país, batalhamos contra a burocracia sindical e sua ligação com partidos políticos que, como o PT, discursam contra a reforma mas tem, na figura de seus governadores, alguns dos maiores defensores da reforma da previdência.

Lívia Tonelli, professora da rede estadual em Campinas e militante do Movimento Nossa Classe, impulsionado pelo MRT, também enfatizou a importância de lutar contra o obstáculo imposto pela burocracia sindical (Paulinho da Força defendeu a reforma da previdência no 1 de maio, enquanto a CUT e a CTB silenciaram qualquer crítica) e pela burocracia estudantil, especialmente da UNE. Ambas buscam separar as lutas contra os cortes e contra a reforma da previdência - fazendo o jogo da burguesia e da grande mídia - e separar estudantes de trabalhadores.

Maíra Machado, professora da rede estadual em Santo André, e do Movimento Nossa Classe Educação

A separação destas batalhas é o que Bolsonaro e todos empresários querem. Querem usar a educação como chantagem a favor da previdência. Não podemos cair nessa manobra. Enquanto Tabata Amaral fala contra os cortes na educação ela tem espaço na mídia para defender que tal como Bolsonaro e Paulo Guedes ela defende a reforma da previdência. Enquanto Lula e os deputados do PT falam contra a reforma da previdência e contra os cortes na educação, os governadores do PT no Nordeste apoiam a reforma da previdência (com a alteração de algumas cláusulas impopulares), e também assinam junto a governadores do PSB e do PCdoB uma carta de intenções para negociar essa reforma. Essa dupla política explica porque a CUT, a CTB e outras centrais não atuaram para que os trabalhadores cruzassem o braço em todo o país no dia de hoje. Saiba mais sobre aqueles que estão tentando “negociar” a reforma com Bolsonaro lendo esta matéria.

Nem tinha terminado a tarde e já eram vários milhares de jovens e trabalhadores na Candelária no Rio de Janeiro. Em São Paulo várias dezenas de milhares tomaram as ruas.

Em São Paulo

Em Campinas

Em Belo Horizonte

Em Santo André

Em Porto Alegre

A força da luta de hoje mostra como é possível através da coordenação da luta em todo o país, com a eleição de delegados em cada universidade e escola pode organizar cada um dos próximos passos da luta dos estudantes e assim contribuir para que os trabalhadores também possam impor assembleias e mobilizações às burocracias encasteladas na maioria dos sindicatos do país.

No dia 30 de maio, que começa a ser convocado pela UNE, é necessário renovar a energia destas batalhas, que daremos em todos os locais de trabalho e estudo em que estamos, inclusive contra a manobra destas mesmas burocracias estudantis, do PT e do PCdoB, que boicotam a unificação das lutas (contra os cortes e a reforma da previdência) e buscam separar estudantes de trabalhadores. É preciso organizar a continuidade da luta de hoje e organizar a greve geral do dia 14 de junho para derrotar a reforma da previdência.

Não aceitamos negociar a reforma. Não aceitamos trabalhar até morrer. Não aceitamos que destruam a educação e a pesquisa. Não aceitamos que paguemos a conta da crise para que bilionários lucrem cada vez mais em cima da dívida pública. Por isso junto a esta mobilização colocamos nossos esforços para erguer uma campanha pelo “não pagamento da dívida pública”, única maneira de romper as correntes de vassalagem ao capital financeiro, ao imperialismo e assim garantir a educação e o direito a se aposentar.

Convidamos todos a conhecerem o MRT, as agrupações da Faísca e do Movimento Nossa Classe, a ler e difundir o Esquerda Diário. Para fortalecer essas batalhas do Esquerda Diário e do MRT compartilhe as publicações e leve essas propostas a seu local de trabalho e estudo. É possível e necessário vencer a reforma da previdência e os cortes na educação de Bolsonaro.

VEJA: álbum de fotos completo do 15M pelo Brasil!




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