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PROPOSTA | MRT chama a seguir exemplo argentino e construir uma Frente de Esquerda e dos Trabalhadores no Brasil

Precisamos de uma experiência que não responda apenas á questão eleitoral por um lado, ou a questão sindical e de luta por outro. Precisamos de um caminho que consiga fundir estes dois planos, pra que a ação parlamentar esteja a serviço do desenvolvimento de uma mobilização independente dos trabalhadores e da juventude, que avance na luta contra o sistema capitalista. Um exemplo para nos apoiarmos é a FIT Argentina e a atuação do PTS.

sexta-feira 11 de setembro de 2015 | 00:00

No Encontro de Mulheres e LGBT do Pão e Rosas a mesa de abertura apresentou não somente a situação política nacional, mas alguns exemplos internacionais da luta dos trabalhadores, das mulheres e da juventude. O Encontro contou com a presença de Myriam Bregmam, deputada nacional na Argentina, advogada dos direitos humanos e candidata a vice-presidente pela Frente de Esquerda e dos Trabalhadores; e também com a presença de Andrea DAtri, fundadora do Pão e Rosas e candidata a deputada nacional para o Parlasul pela Frente de Esquerda e dos Trabalhadores.

Myriam e Andrea contaram as experiências que vieram tendo na formação da Frente de Esquerda e dos Trabalhadores, e como o Partido dos Trabalhadores Socialistas (organização irmã do MRT na Argentina) vem lutando para aprofundar um caminho de independência de classes que consiga conquistar setores de massas, indo na contramão de exemplos europeus como Syriza e Podemos que já se constituíram como organizações que não reconhecem a importância da independência de classe diante de qualquer variante patronal e da burocracia sindical, o que tem consequências drásticas como vimos com a traição do Syriza ao povo grego.

Diante destes exemplos, Diana Assunção, dirigente nacional do MRT, desde a mesa do Encontro de Mulheres e LGBT do Pão e Rosas se dirigiu ao PSOL e ao PSTU, bem como aos trabalhadores, mulheres, LGBT e jovens que vem protagonizando a maior onda de greves dos últimos 20 anos e as lutas estudantis em todo o país, para fazer um chamado a lutar para colocar de pé uma verdadeira Frente de Esquerda e dos Trabalhadores assim como existe hoje na Argentina.

Diana declarou que "Diante da crise que vivemos hoje com o governo do PT, conhecer a experiência da Frente de Esquerda na Argentina pode apontar um caminho necessário para dar uma resposta aos trabalhadores e a juventude. Muitas organizações de esquerda vieram apontando o Syriza como um exemplo a se seguir, entretanto esta organização retrocedeu em seis meses cada uma das suas já limitadas propostas eleitorais. O resultado de um discurso anti-austeridade sem um programa anticapitalista baseado na mobilização independente dos trabalhadores foi a implementação de um plano de ajustes contra os trabalhadores e o povo. Além disso, precisamos de uma experiência que não responda apenas á questão eleitoral por um lado, ou a questão sindical e de luta por outro. Precisamos de um caminho que consiga fundir estes dois planos, pra que a ação parlamentária esteja a serviço do desenvolvimento de uma mobilização independente dos trabalhadores e da juventude, que avance na luta contra o sistema capitalista. Acreditamos que a FIT, em especial a política impulsionada pelo PTS, é o exemplo mais avançado desta fusão".

Neste sentido, Diana apontou que a partir deste Encontro querem debater de forma mais ampla a necessidade de lutar por uma Frente deste caráter no Brasil, como existe na Argentina. "Acreditamos que a ausência de uma esquerda que lute por inserir-se nas principais concentrações operárias do país e ser um fator político decisivo pra que os trabalhadores dêem um passo das lutas sindicais para a luta política e militem com um programa anticapitalista no Brasil tem impedido um desenvolvimento mais amplo das lutas de trabalhadores e estudantes, pra buscar uma influência real. O problema principal é que muitas vezes os setores da esquerda enxergam a conformação de uma Frente como algo meramente eleitoral ou como um rebaixamento geral de programa. No caso do PSOL, vários setores ainda terminam atuando como ala esquerda do petismo, como se expressou no dia 20 de agosto onde estiveram nas ruas ao lado do PT em atos que claramente defendiam o governo. O que queremos impulsionar não tem nada a ver com isso, e é neste sentido que queremos contribuir com este debate a partir da experiência argentina".

Diana declarou que nas próximas semanas o MRT deve publicar novas elaborações sobre o tema, debatendo inclusive as importantes diferenças entre a Frente de Esquerda e dos Trabalhadores na Argentina com as distintas "frentes" que estão em debate no Brasil. "Consideramos fundamental colocar de pé uma alternativa classista dos trabalhadores diante da crise do PT, o que deve passar também pela constituição de um pólo anti-governista e anti-burocrático para enfrentar os planos de ajustes. No próximo dia 18, estaremos com peso na marcha que irá ocorrer em São Paulo e também no Encontro Nacional que irá ocorrer no dia 19, ambos convocados pela CSP-Conlutas e Espaço Unidade de Ação", completou Diana.




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