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CORTES DO MEC | MEC chama corte de 30% de “migalha” e mantém chantagem para aprovar reforma da previdência

terça-feira 7 de maio de 2019 | Edição do dia

O novo ministro da educação, Abraham Weintraub, deu show de horrores na Comissão da Educação hoje (7) no Senado Federal. Convocado a responder as recentes medidas de corte de 30% nas universidades e institutos federais, o ministro não mediu palavras para atacar os estudantes, professores e trabalhadores da educação em geral. “É sacrossanto o orçamento? Não podem nem economizar uma migalha?”, respondeu após ser questionado sobre as dificuldades de se manterem as universidades com os bloqueios bilionários.

Segundo equipe econômica do governo, o contingenciamento chegará a R$ 7,4 bilhões da pasta da educação. Até hoje o MEC já bloqueou R$ 5,7 bilhões, cortando verbas direcionadas a todas as etapas da educação. Seriam mais de R$ 5 bilhões “migalhas” para o senhor Weintraub?

Como se não bastasse a cara de pau de chamar esses cortes bilionários de “migalhas”, o ministro manteve a chantagem feita na semana passada em suspender o contingenciamento em caso de aprovação da reforma da previdência: “se a economia tiver crescimento, com a aprovação da Reforma da Previdência, se descontingencia o recurso”.

Uma das justificativas para o corte foi a priorização do ensino básico. Mas os dados desmentem a demagogia do governo Bolsonaro. Quando questionado sobre o impacto dos cortes na construção de creches, o senhor Weintraub se resumiu a questionar: “quantas creches o governo Dilma cortou?”, mostrando que não há nenhuma intenção em priorizar o ensino básico e sim atacar as universidades e avançar em seu plano privatista de educação.

De fato o governo Dilma retirou bilhões da educação, precarizando o já precarizado ensino superior em todo o país. Com o golpe e a instauração do governo Bolsonaro os ataques são ainda mais profundos. Em todo o país estão sendo convocados atos e paralisações nas escolas e universidades para o dia 15/04 para se contrapor às medidas do governo Bolsonaro. É necessário que o movimento estudantil, aliado aos professores, dê uma verdadeira demonstração de forças nesse dia 15/04, parando toda a educação.

Nós do Esquerda Diário estamos acompanhando a movimentação em torno do dia 15 e, com a Juventude Faísca - Anticapitalista e Revolucionária, organizando assembleias nos cursos das universidades e exigindo da UNE um plano de lutas real que faça com que esse dia não seja apenas contra os cortes, mas também contra a reforma da previdência e impedir com que essa chantagem do governo seja levada a frente. Já há acenos por parte de setores políticos ligados as reitorias das universidades federais, como o PT, em aprovar uma reforma da previdência mais “light”, com alguns pontos retirados, como denunciamos nessa matéria que mostra governadores do PT indicando acordo com uma outra reforma da previdência. É necessário que esse incipente movimento contra os cortes seja organizado desde baixo, com assembleias de cursos e escolas, a fim de erguer um forte movimento que se enfrente com Bolsonaro e a reforma da previdência.




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