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CRISE POLÍTICA E ECONÔMICA | Lutar contra os ajustes e a impunidade para impor uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana

O Esquerda Diário conversou com Diana Assunção, dirigente nacional do Movimento Revolucionário de Trabalhadores e diretora do Sindicato dos Trabalhadores da USP sobre a posição do MRT diante da crise política e econômica no país, depois de terem publicado sua declaração.

quarta-feira 9 de março de 2016 | 07:37

O Esquerda Diário conversou com Diana Assunção, dirigente nacional do Movimento Revolucionário de Trabalhadores e diretora do Sindicato dos Trabalhadores da USP sobre a posição do MRT diante da crise política e econômica no país, depois de terem publicado sua declaração.

"O PT, ao assimilar todos os métodos corruptos do capitalismo para governar, ao implementar ajustes e privatizações de dar inveja aos tucanos e ao usar seu peso nos sindicatos para proteger a Dilma e não para resistir aos ataques que ela implementa junto com a patronal, abre o caminho para que a direita, Sérgio Moro e a Rede Globo possam posar de ‘honestos’ e vender a ilusão de que poderiam ser alguma alternativa ‘progressista’ à lama de corrupção e ajustes em que o PT se meteu. Mas por trás da Lava Jato e de Sérgio Moro se escondem a sede de lucro das grandes multinacionais do petróleo; e por trás da Rede Globo e do impeachment se esconde o objetivo da direita de acabar com nossas férias e nosso 13º e aumentar ainda mais a subordinação de nosso país ao imperialismo, apenas trocando o esquema atual de corrupção do PT por um novo com a marca tucana", comentou Diana.

Em relação ao sentimento de indignação de amplos setores de trabalhadores e da juventude, Diana relatou que “Estamos debatendo nos locais de trabalho e estudo com muitos jovens e trabalhadores esta situação, já que a indignação frente à corrupção é muito grande, assim como também em relação aos ajustes e às demissões. Mas também são muitos os trabalhadores que percebem a enorme demagogia por trás de Sergio Moro, da Polícia Federal e da Lava-Jato. É fundamental perceber que o fortalecimento destes setores serve apenas para manter as decisões nas mãos do bando de corruptos e poderosos que controlam o país para descarregar os custos da crise econômica sobre as costas dos trabalhadores e preparar o terreno para um governo da oposição de direita. Se usam recursos inconstitucionais contra Lula para criar um espetáculo midiático que coloque a opinião pública contra ele e debilite sua candidatura em 2018, imaginemos o que não farão para criminalizar nossas lutas contra os ataques que o governo do PT, a oposição de direita e a patronal estão implementando?”. E remarcou a visão do MRT de que

"não haverá nenhuma transformação do país a favor dos trabalhadores e do povo articulada pela Rede Globo e o Poder Judiciário, em que os trabalhadores e a juventude fiquem como espectadores no sofá assistindo".

Diana completou dizendo que “Os dirigentes do PT, ao imobilizar os sindicatos para lutar contra os ajustes e a corrupção do ‘seu’ governo, e ao trair as lutas que explodem independente de sua vontade, obrigam os trabalhadores a ter que escolher entre a privatização do Pré-Sal para a Shell e a reforma da previdência que Dilma está implementando, ou então a retirada ainda maior de direitos trabalhistas e a entrega ainda maior do país ao imperialismo que viria pelas mãos dos tucanos. A CUT, ao impedir que os trabalhadores lutem contra ajustes e a impunidade do governo e da oposição, ao criticar o governo ‘pela esquerda’ como se não fossem Dilma e Lula os avalistas da reacionária Katia Abreu e dos ataques do Ministro da Economia, contribui para a desmoralização e abre espaço para o fortalecimento da direita. Por isso nós nos posicionamos contrários ao impeachment, um instrumento reacionário da direita, e ao mesmo tempo queremos organizar a luta contra os ajustes, as demissões, em defesa do emprego e a impunidade dos políticos corruptos e dos poderosos. Para tanto,

consideramos fundamental, a partir da CSP-Conlutas e dos sindicatos e entidades estudantis exigir que a CUT e as centrais sindicais rompam imediatamente sua colaboração com o governo para organizar uma luta séria contra os ajustes e a impunidade”.

Coerente com essa posição, a partir do Esquerda Diário temos rechaçado as reacionárias manifestações que a oposição de direita junto com a FIESP está chamando para o dia 13/3; ao mesmo tempo que fizemos manifestações independentes do governismo no 8/3, pois o PT transformou o dia de luta internacional da mulher em um dia de defesa de Dilma e Lula.

Sobre o programa concreto que o MRT está levantando, Diana disse “É urgente construir um grande movimento contra os ajustes e a impunidade, que continue as grandes mobilizações de junho de 2013, e que possa impor uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana. Não podemos aceitar a política dos ajustes e lutar pela defesa de Lula e sua candidatura em 2018, como vem fazendo o PT, ao mesmo tempo que não podemos aceitar o impeachment da direita e o ’Fora Dilma’. Nós somos militantes marxistas revolucionários e por isso lutamos por um governo operário que rompa com a burguesia e a exploração capitalista. Mas somos conscientes de que esta posição ainda é minoritária no Brasil e que a ampla maioria dos trabalhadores confiam no voto como forma de mudar a situação e por isso vamos dizer a todos os trabalhadores que não esperem passivamente que os patrões resolvam esta crise política em prol de seus interesses. Por isso, exigimos que os sindicatos lutem por uma Constituinte baseada no sufrágio popular onde se elejam deputados para discutir uma nova constituição, distinta da constituição de 1988 tutelada pelos militares da ditadura, mas uma que imponha a revogabilidade de todos os mandatos para evitar a traição do mandato popular como fez Dilma dizendo que não ia fazer nenhum ajuste e depois implementou a partir do primeiro dia de seu governo. Ao mesmo tempo, devemos lutar para que os juízes sejam eleitos pelo voto popular.

Uma constituinte onde nós socialistas tenhamos o direito de apresentar a luta pela nacionalização do comércio exterior, a expropriação dos latifundiários e todas as medidas que façam que a maioria do povo trabalhador se aproprie dos recursos estratégicos do país

e não permitir que a classe dominante utilize estes recursos para o domínio de uma pequena minoria de empresários e imperialistas sobre a imensa maioria da população".

Diana finalizou dizendo que “Chamamos todos os jovens, mulheres e trabalhadores a debater esta perspectiva de construir um movimento nacional contra os ajustes e a impunidade para impor uma Assembléia Constituinte Livre e Soberana.”




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