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ELEIÇÕES 2018 | Lula diz que o povo tem “pessimismo sem necessidade”, mas não fala quem paga a conta do ajuste

Acostumado com jogo de palavras, Lula defendeu uma política de créditos, os 13 anos de PT e a implementação do ajuste fiscal

Tassia ArcenioProfessora e assistente social

quinta-feira 5 de novembro de 2015 | 23:33

Em entrevista para o jornalista Kennedy Alencar nesta quinta-feira, o ex-presidente Lula assumiu que pode ser candidato para “defender projeto político que incluiu milhões e milhões de brasileiros”, mas não disse quem está pagando a conta do ajuste fiscal que ele defende.

O ex-presidente acostumado com o jogo de palavras, iniciou suas respostas dizendo que em 2018 pode ser candidato para dar continuidade a um governo que supostamente teria incluído milhões de brasileiros, feito distribuição de renda e dado visibilidade ao “pobre”.

Não é preciso pesquisar muito e nem forçar a memória para saber que nos anos de governo do PT, empresários e banqueiros continuaram lucrando como “nunca antes nesse país”, e que a concentração de renda nas mãos de poucos continuou sem nenhuma medida efetiva do governo.

Em defesa de Dilma, que enfrenta uma grave crise política e falta de confiança no seu mandato, Lula diz “Dilma foi vítima do sucesso do seu mandato”, reivindicando não só o primeiro mandato, mas também a necessidade do ajuste fiscal, limitando-se a dizer que a prioridade de Dilma deve ser retomar o crescimento econômico.

Como o ex-presidente não se importa com quem paga a crise dos ricos, um dos pontos negativos do mandato de Dilma para ele foi “não ter aumentado o preço da gasolina em 2012”, e seguiu dizendo que o “povo tem pessimismo sem nenhuma necessidade”, que a presidente tem mais três anos de mandato pela frente, e que, a crise que o país enfrenta hoje é fruto da crise econômica mundial, que “ninguém tinha a dimensão que chegaria aonde chegou”, em um balanço envergonhado já que no passado disse que essa crise não passaria de uma “marolinha”.

Defensor de uma “política de crédito”, Lula terminou a entrevista dizendo que não teme ser preso pelas operações Zelotes ou Lava Jato e comparando os índices de reprovação do governo Dilma, desemprego e inflação com os números do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), contente pelos dados serem iguais.

A “alegria” e otimismo de Lula escondem que o pessimismo dos trabalhadores é baseado nas dificuldades do dia-a-dia: desemprego, aumento de água, luz e impostos, arrocho salarial e aumento da inflação e retirada de direitos históricos.




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