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NEGR@S | Local onde Kathlen Romeu foi baleada e morta por policiais era responsabilidade de UPP

Kathlen Romeu, Jovem negra que trabalhava como designer de interiores e estava grávida esperando o seu primeiro filho, foi assassinada pelas mãos da polícia racista do RJ em uma área da qual é vigiada por uma UPP no Lins no RJ. Desde a sua instalação nas comunidades, as UPP’s mostram que nunca foram pacificadoras e seguem a mesma lógica de repressão e extermínio em cima da população preta, deixando à mostra a falência desse projeto.

quarta-feira 9 de junho de 2021 | Edição do dia

Foto: Instagram/Reprodução

Desde que foram instaladas nas comunidades do RJ durante a presidência de Lula, as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) são um dos principais responsáveis pelo extermínio racista de centenas de vidas negras desde sua implementação no governo de Sérgio Cabral (na época PMDB) com forte apoio do próprio Lula e do PT. Desde então, centenas de outros casos de assassinatos vêm sendo revelados ao longo dos 10 anos do projeto.

Um dos mais exemplares casos de brutalidade das UPP’ aconteceu em 2013 com o desaparecimento do auxiliar de pedreiro Amarildo que foi preso em uma operação batizada como “Paz Armada” na favela da rocinha, que mobilizou mais de 300 policiais e prendeu dezenas de pessoas que sequer estavam sendo procuradas. Amarildo desapareceu após ser encaminhado para uma dessas unidades e gerou revoltas que se expressaram como uma reivindicação com as juventudes nas ruas em 2013 exigindo justiça por Amarildo e questionando quem o mandou matar. Dois anos após o assassinato a investigação revelou que foi a própria polícia que atuava na unidade os assassinos os assassinos e torturadores de Amarildo.

Desde essa época o projeto das UPPs demonstra sua falência, enquanto o estado do RJ atualmente governado por Flávio Castro(PSC), que entrou para suceder o genocida Wilson Witzel (também do PSC) vem reafirmando em todo esse período sua existência em base a muitas mortes e assassinatos junto com as operações policiais que levaram levam a vida de diversas crianças, tal como a da menina Agatha no complexo do alemão, e de João Pedro em São Gonçalo, são reivindicadas por Bolsonaro e Mourão assim como a recente chacina do jacarezinho que ceifou a vida de 25 vidas pelas mãos da polícia.

Duas unidades de polícia pacificadora estão instaladas atualmente no Lins, que é o local onde Kathlen foi assassinada, localizado na zona norte do RJ. Kathlen foi assassinada brutalmente por disparos da polícia segundo sua família. Ela estava grávida e estava esperando o seu primeiro filho. Assim como Kathlen, são mais de 9 casos registrados de mulheres (em sua maioria negras) grávidas mortas pela polícia no RJ desde 2017 em operações policiais, isso sem contar as que foram baleadas e não morreram.

O Lins é um dos principais locais de atuação das UPPS na cidade. O último ponto foi inaugurado durante a pandemia, em agosto do ano passado, e desde então a violência contra a população preta e pobre só tem aumentado — como em todos os locais periféricos do RJ onde essas unidades atuam—, além de extermínio, homicídios policiais, intimidação e extorsão de moradores.

Desde que foram criadas durante o governo Lula, essas unidades de pacificação apenas fazem com que os números de mortes à população cresçam, além de que não fazem diferença no que se diz respeito ao combate a falsa guerras às drogas e as facções. Muito pelo contrário, o que acontece é praticamente o mesmo que em áreas dominadas por milícias e pelo tráfico.

As UPP’s são uma política que no seu surgimento carregavam um discurso de paz, o que se viu ao longo dos anos foram muitos assassinatos racistas da juventude preta, pobre e trabalhadora. Durante a pandemia milhares de pessoas pretas foram brutalmente assassinadas pelas mãos dos policiais nas operações policiais, sem contar os assassinatos causados pelo negacionismo de Bolsonaro e Mourão, que por conta do aumento da desigualdade, das rotinas extenuantes de trabalho, e do seu desejo de descarregar a crise nas costas do povo preto fizeram com que a maioria dos trabalhadores vítimas da pandemia fosse a população preta.




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