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ENTREGA DO PRÉ-SAL | Leilão pronto: Serra e Renan vencem, pré-sal já está quase entregue à Shell

quarta-feira 24 de fevereiro de 2016 | 00:00

Sob comando do presidente do Senado, Renan Calheiros, agilizou-se a votação de Medida Provisória que travava a pauta da casa. O objetivo deste trâmite rápido foi partir para votar com urgência o Projeto de Lei do Senado (PLS) 131 de autoria do tucano José Serra.

Este projeto desobriga a Petrobras de ser a operadora dos campos do pré-sal e ainda libera para que estes campos com bilhões de barris sejam explorados sem a participação mínima de 30% da empresa. A votação apressada do projeto seguirá na quarta-feira. A pressa, entreguista de Serra, Renan, e, aparentemente, com acordo de Dilma, está instalada. Querem rapidamente entregar o petróleo às gigantes imperialistas.

Se aprovado no Senado este projeto de lei irá à Câmara, sob presidência de Cunha, histórico defensor de maior abertura do petróleo às empresas estrangeiras e depois à sanção de Dilma. Dilma, conforme noticiado por todos grandes jornais brasileiros, teria acordado com Renan a aprovação deste projeto entreguista. Até mesmo blogueiros petistas como Paulo Henrique Amorim e senadores como Lindbergh tem diariamente postado artigos e comentários nas redes sociais chocados com o silêncio entreguista de Dilma. Uma completa reversão do discurso “soberanista” adotado por Dilma e Lula anos atrás.
O espanto destes petistas com o entreguismo de Dilma no PLS 131 esconde o silêncio deles mesmos a outros ataques ao petróleo brasileiro feitos pelo próprio PT e por Dilma, como os chamados “desinvestimentos” que levarão à venda de um terço de todo patrimônio da Petrobras.

Uma lei ao sabor da ganância da Shell e congêneres

Como já foi argumentado em outro artigo o escândalo da Lava Jato “e antes dela diversos escândalos envolvendo as forças da inteligência americana todas apontavam a um interesse imperialista em nosso petróleo.” As escutas americanas à Petrobras, as negociações de diplomatas estadunidenses com o mesmíssimo Serra mostram o interesse no tema.

A Shell, maior operadora privada no país, publicou matérias pagas e “cavou” entrevistas em todos grandes jornais brasileiros para argumentar como estaria “pronta” para investir no país caso o PLS seja aprovado.

Como argumentou Leandro Lanfredi em investigação sobre a Lava Jato, a operação além de mirar no PT, mirar na Petrobras e nas empreiteiras, encobre qualquer investigação sob monopólios imperialistas que prestam serviço na mais rica diretoria da Petrobras, a de Exploração e Produção (plataformas). Ao não investigar aí deixa de tocar as gigantes Schlumberger, Halliburton e outras que se beneficiarão com o PLS 131.

Falacioso argumento tucano de que abrir o pré-sal geraria crescimento econômico

Um dos argumentos mais utilizados pelos tucanos e outros defensores do projeto entreguista, acordado e aceito por Dilma tudo indica, é que atrairia recursos para investimentos que a Petrobras não poderia fazer hoje.

Este argumento é duplamente falacioso. Por um lado “pula” o baixo preço do petróleo hoje que dificulta as empresas petrolíferas em investir em qualquer lugar. Em segundo lugar ignora que as empresas estrangeiras, com a Shell, Chevron, Total, etc, em todos países que operam extraem rapidamente o petróleo (e seus lucros), deixando nada no lugar. É só mirar a vizinha Argentina que era exportadora de petróleo, tinha vastas reservas até a privatização do petróleo, sendo agora importadora, recursos foram sugados e nada investido em procurar novas reservas, desenvolver tecnologias.

O que o PLS 131 visa não é investimentos, é entrega dos recursos naturais do país ao imperialismo.

Defender o petróleo e a Petrobras do imperialismo, dos tucanos mas também do PT

O acordo de Dilma com Renan mostra a “profundidade” do nacionalismo eleitoral dos anos anteriores. Desmentidos agora não só com este acordo entreguista como no agressivo plano de venda de boa parte da Petrobras. Os petroleiros e todos trabalhadores no país precisam organizar uma urgente campanha contra a entrega do pré-sal mas também contra a privatização da Petrobras feita por Dilma.

Em meio à luta defensiva contra a privatização é importante os petroleiros e trabalhadores de todo país avançarem em outros questionamentos também: em mãos petistas ou tucanas o petróleo nacional e a Petrobras estão sendo entregues ao imperialismo. A corrupção se dará em mãos da Shell, dos tucanos ou dos petistas é intrínseca ao capitalismo e especialmente a empresas especializadas em rapinar os recursos de outros países.

A única forma de impedir esta sangria de recursos, os acidentes que tiram vidas e expõe imensos riscos ambientais, é lutar por uma Petrobrás 100% estatal controlada pelos trabalhadores.




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