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OPINIÃO | Lava-jato, ajustes e impeachment, o que esperar daqui pra frente?

Flávia SilvaCampinas @FFerreiraFlavia

sábado 12 de setembro de 2015 | 00:00

Em meio a uma semana recheada de más notícias para o governo Dilma junto a maiores sinais da crise econômica no país, o que será que passa na cabeça dos delegados que coordenam as investigações da Lava-jato? O fato nacional que mais agrega insegurança aos políticos e setores da burguesia em geral são os rumos das investigações da Lava-Jato, que podem chegar a quase todos os grandes partidos dos ricos, desde Dilma e Lula à Eduardo Cunha, Michel Temer e figuras do PSDB, da oposição pró impeachment.

Capas de grande parte dos jornais burgueses têm sido matérias relacionadas à Lava-Jato, que acabam ganhando destaque mesmo diante de grandes manchetes desta última semana, como o aprofundamento do quadro de perspectiva de recessão econômica para este ano que pode atingir uma queda de mais de 2%; de recordes na inflação e na instabilidade da cotação do dólar; no recente rebaixamento das notas das dívidas do Brasil e de estados e grandes empresas como a Petrobrás e Caixa; e ainda, diante de notícias como a da Petrobrás anuncia um grande plano de cortes nos salários dos trabalhadores rasgando a CLT (veja aqui), e na política nacional, a recém criada articulação de setores da oposição pró impeachment de Dilma no Congresso (veja notícia aqui).

Como perspectivas podemos nos colocar mais dúvidas do que respostas, como a continuidade da operação de desgaste de Lula, provável candidato do PT a presidência em 2018? Ou será que a burguesia e seus políticos partirão para uma estratégia mais ofensiva e dura para consolidar um processo criminal contra Dilma e Lula e abrir um impeachment da presidente? O que podemos esperar da política nacional num cenário em que a grande mídia burguesa e os capitalistas internacionais (como o banco norte-americano Standard&Poor´s que rebaixou a nota de crédito da dívida brasileira) clamam pelo aprofundamento do pacote neoliberal de ajuste fiscal de Dilma liderado por Levy (que deve continuar na Fazenda), mas que, os escândalos de corrupção alimentam frentes de oposição de direita pró-impeachment, mesmo que a burguesia tenha já se pronunciado em nome de um “pacto nacional” pró-ajuste como uma tentativa de contornar o quadro de instabilidade política (veja matéria aqui)?

Neste contexto, o que fica é um certo grau de incerteza e de expectativa com relação aos próximos passos na investigação da Lava-Jato, como por exemplo, o recente pedido de convocação de Lula para depor, um fato que se concretiza será inédito e pode desgastar ainda mais uma das figuras políticas constituem um dos pilares do regime burguês no país.

Diante deste cenário, é fundamental que os trabalhadores, a juventude e o conjunto do povo pobre, possam se organizar e construir uma alternativa política independente de patrões e governos, para uma luta contra os ajustes e os ataques que ainda estão por vir que aumentam o custo de vida e o desemprego. Por isso, neste dia 18 de setembro se organiza um ato que precisa ser construído em cada local de trabalho e estudo, numa marcha dos trabalhadores contra os ataques para que a crise seja paga pelos empresários e bancos e não seja capitalizada pela oposição de direita que quer garantir, assim como PT, a governabilidade para lucros.




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