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GUERRA AS DROGAS | Justiça intesifica pena por tráfico para quem é morador de favela

sexta-feira 27 de abril de 2018 | Edição do dia

Imagem: jornalggn

Uma pesquisa da Folha mostrou que 4 em cada 10 pessoas pegas com drogas tem a pena agravada apenas por morarem em regiões associadas ao trafico de drogas no Rio de Janeiro. Esses dados mostram o quanto o judiciário brasileiro, fundamental para o golpe no país e responsável por manter 40% da população carcerária sem julgamento, é extremamente arbitrário e racista.

Em 2016, um jovem morador de Manguinhos, RJ, foi preso em uma ação policial no local. Não portava drogas, armas nem tinha passagem pela polícia. Apenas o depoimento do policial foi levado em consideração. Foi condenado a sete anos e seis meses de prisão por associação ao tráfico apenas porque a região em que morava é ligada ao Comando Vermelho.

No ano passado, uma carioca de 19 anos, moradora de Ipanema, foi pega com 300 gramas de maconha que tinha buscado em Minas Gerais. Ela responde em liberdade por tráfico de drogas.

Esses dois casos são apenas alguns exemplos da arbitrariedade da polícia e do judiciário. Entre mais de 81 mil prisões por tráfico de drogas no Rio, cerca de 41% dos casos também foi acusado de associação ao tráfico. A média nacional é de 12%.

A pesquisa mostra que, somente por morar em favelas no Rio de Janeiro, a pena já aumenta em cerca de três anos na maioria dos casos. Segundo a pesquisa, essa é uma maneira da polícia e do ministério público inviabilizarem pedidos de liberdade provisória, já que na maioria das penas acima de oito anos são cumpridas em regime fechado. Mas é bem mais do que isso.

O Rio de Janeiro vive hoje uma aguda crise social causada pela crise econômica que se agrava ainda mais com as reformas do governo federal e estadual. A alta taxa de de desemprego, os cortes na educação e saúde aumentam a criminalidade. A saída do governo é o aumento da repressão policial que culminou na intervenção federal de militares nos morros do Rio, que assassina negros e negras todos os dias nas periferias.




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