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Junto a direita do continente, Argentina votou na ONU contra Venezuela

Argentina votou a favor do informe de Bachelet sobre a violação aos direitos humanos na Venezuela. Foi junto aos representantes de Bolsonaro, Piñera e outros, no marco da pressão imperialista.

quarta-feira 7 de outubro de 2020 | Edição do dia

O governo argentino votou a favor do informe apresentado pela Alta Comissária para os Direitos Humanos das Nações Unidas, Michelle Bachelet. Foi no marco de uma reunião do Conselho de Direitos Humanos na ONU. O informe apresentado pela Alta Comissária teve 22 votos a favor, 22 abstenções e 3 votos contra.

O informe fala sobre a violação dos direitos humanos na Venezuela, no marco da reunião do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), que se desenvolveu em Genebra.

A chancelaria argentina, a cargo de Felipe Solá, havia adiantado em um comunicado que o governo argentino ia "valorizar e apoiar fortemente" o trabalho realizado por Bachelet.

Em seu discurso, o embaixador argentino apelou ao governo de Nicolás Maduro a "cooperar plenamente com o Conselho e com todos seus mecanismos e a implementar integramente as recomendações feitas pela Alta Comissária".

A hipocrisia do governo argentino, e da própria Bachelet, é acompanhar um repúdio ao que ocorre na Venezuela, junto a quem viola sistematicamente os direitos humanos em seus próprios países, a mesmo tempo em que desatam guerra no Meio Oriente. Estados Unidos, ao mesmo tempo em que persiste em seu bloqueio econômico que ataca em particular ao povo venezuelano, agora desata um novo ataque "diplomático" junto ao Brasil, Chile e Argentina.

A política de pressão e sanções dos Estados Unidos, que já leva anos e se agravou sob o Governo de Trump, não fez mais que aumentar o sofrimento do povo venezuelano em meio a catástrofe social e econômica que vive o país.

Esta política incluiu a tentativa aberta de levar adiante um golpe e uma incursão militar apoiando a magra direita venezuelana representada pelo autoproclamado presidente Juan Guaidó. Aquela arremetida, que buscava disfarçar sob o manto da defesa dos direitos humanos a mais pura ingerência imperialista estadunidense, foi levada adiante com o apoio explícito do Grupo Lima, onde se concentra toda a direita regional. Hoje o Governo de Alberto Fernández votou com eles.

Na Venezuela há violações aos direitos humanos por parte do Governo de Maduro e os órgãos de repressão do Estado. E muitos dos casos que menciona o Informe são mais que conhecidos, seja porque trate aos indivíduos de muita visibilidade nacional. Mas especialmente se viola os direitos humanos de trabalhadores e do povo pobre, que além disso sofrem brutais ataques em suas condições.

A luta pelas liberdades democráticas é fundamental na Venezuela. Neste sentido, há que lutar por colocar abaixo o estado de exceção permanente, desde uma perspectiva independente e antiimperialista. Colocamos o direito a organização sindical e política, a liberdade de expressão, de reunião, de manifestação, de associação cada vez mais destruídos pelo governo Maduro.

Somente os trabalhadores podem ir até o fim para acabar com esta situação de violações de direitos humanos assim como terminar com o regime autoritário e repressivo de Maduro, mas não será pelas mãos da oposição de direita, nem de países imperialistas ou direitistas do continente que haverá uma saída a esta angustiante situação.




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