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METRÔ SP | Junto à CTB e à CUT, MES de Luciana Genro/PSOL defende contra greve no Metrô de SP

Frente à conivência da CUT e CTB com a traição da Força Sindical, UGT, Nova Central e companhia, já era de se esperar que fossem defender contra a greve no Metrô de São Paulo. A surpresa veio por parte do MES, corrente de Luciana Genro dentro do PSOL, que, apesar do discurso, defendeu e votou contra a greve nessa categoria tão estratégica.

Rodrigo Tufãodiretor do sindicato das Metroviárias e Metroviários de SP e do Movimento Nossa Classe

sexta-feira 30 de junho de 2017 | Edição do dia

Foto: Paulo Iannone

Não queremos com esse artigo dizer que o MES - PSOL é o responsável pelos metroviários não aderirem a greve do dia 30. Mesmo porque é uma corrente que quase inexiste na categoria e só possui uma cadeira na executiva pelo fato de terem um acordo com a direção majoritária da CSP- Conlutas, o PSTU, formando um mesmo grupo de atuação chamado Alternativa, que consideramos totalmente oportunista. Prova disso é que na própria assembleia o PSTU, ao contrário do MES, defendeu corretamente a favor da greve, assim como nós do MRT e a Unidos para Lutar.

Como dissemos em outros artigos no Esquerda Diário o fato dos metroviários suspenderem a greve se deve fundamentalmente ao fato da traição de centrais como a Força Sindical, UGT e Nova Central, que boicotaram a paralisação em outras categorias, principalmente do setor de transportes, e também pela conivência da CTB e CUT que não transformaram o seu discurso de greve em ação concreta na base e não à toa também traíram e defenderam contra a greve no Metrô de SP na assembleia do dia 29.

Nos dias 15 de março e 28 de abril os metroviários paralisaram e mostraram a força da categoria, contribuindo de forma determinante para o sucesso da greve na principal capital do país. Porém, desde a última paralisação a categoria já vem sentindo o recuo das centrais sindicais. Na base houveram muitas críticas de que as centrais demoraram para chamar nova greve geral e de que não vinham construindo a paralisação nas outras categorias. Além disso, na nossa campanha salarial no mês de maio a maioria da direção do sindicato (que é proporcional, composto por várias forças políticas) encerrou a campanha num momento onde era possível ir por mais e isso também deixou a categoria insatisfeita e insegura em relação às direções.

A categoria demonstrou que tinha consciência da necessidade da greve para lutar contra as reformas e também como um passo na luta contra a privatização do Metrô, que já se iniciou com a privatização das bilheterias da linha 5 – lilás. As centrais CUT e CTB, que atuam dentro da diretoria do sindicato, se apoiaram no discurso das centrais que estavam negociando as reformas por cima para dizer que não tinha “clima” de greve geral e que os metroviários não poderiam fazer uma greve isolados.

O que queremos debater aqui é frente a essa situação o papel de uma corrente que se diz de esquerda e socialista como o MES seria justamente construir de forma consciente a greve na categoria, apesar da traição e vacilação das grandes centrais sindicais, se aproveitando inclusive do apoio que os metroviários tiveram da população nas últimas paralisações e do apoio que receberam também no dia de ontem, com inúmeras mensagens, vídeos e fotos, de trabalhadores e de vários setores da população, como demonstramosno portal Esquerda Diário.

Foi nesse sentido que nas últimas semanas nós do Movimento Nossa Classe metroviários levamos à frente a campanha “Tomar a greve geral em nossas mãos”, junto ao Esquerda Diário, MRT, Juventude Faísca e grupo de mulheres Pão e Rosas.
Pelo contrário, o MES já vinha se utilizando da denúncia correta das centrais para recuar no discurso e dar a greve como derrotada, alimentando a posição contrária à greve na base da categoria. Na assembleia dos metroviários no dia 29/06 cumpriram um papel vergonhoso, fazendo coro com a burocracia da CUT e da CTB, de defender e votar contra a greve, num momento em que a participação dos metroviários na paralisação teria sido crucial.

Perdemos uma oportunidade também de romper a blindagem de Alckmin e sua política de terceirização e privatização. Uma luta que agora devemos nos preparar, tirando lições de todo esse processo, pois nossa categoria já demonstrou mais de uma vez a força social que possui para derrotar o plano dos governos e empresários.




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